No final da
59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
realizada em Aparecida de 28 de agosto a 2 de setembro, os bispos tem lançado
uma Mensagem ao Povo sobre o Momento Atual, um costume nas últimas assembleias
do episcopado brasileiro.
O texto
começa afirmando ter presente “a vida e a história de nossas comunidades, o
rosto de nossa de gente, marcado pela fé, esperança e capacidade de resiliência”,
dizendo assumir as alegrias e esperanças do povo. Os bispos insistem na necessidade
de traduzir a fé “em compaixão e solidariedade concretas”.
Daí “o compromisso
com a promoção, o cuidado e a defesa da vida, desde a concepção até o seu
término natural”, incluindo aí a família, a ecologia integral e o estado
democrático. Os bispos mostram preocupação diante do “tempo difícil em que
vivemos”, que aparece na situação de “complexa e sistêmica crise, que escancara
a desigualdade estrutural, historicamente enraizada na sociedade brasileira”.
Nessa perspectiva,
os bispos denunciam “os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente,
explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de
armas”, algo motivado pelo desemprego, a falta de acesso à educação de
qualidade para todos, a fome.
A Mensagem
faz um firme chamado a proteger a jovem democracia brasileira, chamando a um amplo
pacto nacional. Ainda mais no ano em que o Brasil comemora o bicentenário de
sua Independência, que deve levar a “ter presente que somos uma nação marcada
por riquezas e potencialidades, contudo, carente de um projeto de
desenvolvimento humano, integral e sustentável”.
Junto com isso,
se faz o chamado ao “compromisso autêntico com a verdade, com a promoção de
políticas de Estado capazes de contribuir de forma efetiva para a diminuição
das desigualdades, a superação da violência e a ampliação do acesso a teto,
trabalho e terra”. Tudo isso desde a cultura do encontro e do diálogo, em busca
de “ser uma nação realmente independente e soberana”.
Os bispos
mostram suas preocupações: a manipulação religiosa e a disseminação de fake News. Também denunciam “a corrupção, histórica, contínua e
persistente”, que “subtrai o que pertence aos mais pobres”. Junto com isso
insiste na promoção da Lei da Ficha Limpa, em vista do processo eleitoral que o
Brasil está vivendo, ameaçado por tentativas de ruptura da ordem institucional.
Diante
dessa conjuntura, os bispos do Brasil reiteram “nosso apoio incondicional às
instituições da República, responsáveis pela legitimação do processo e dos
resultados das eleições”, chamando à participação no processo eleitoral e
escolher candidatos “que representem projetos comprometidos com o bem comum, a
justiça social, a defesa integral da vida, da família e da Casa Comum".
Leia na íntegra a Mensagem da CNBB ao povo brasileiro sobre o momento atual
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