sábado, 3 de setembro de 2022

Ir. Cidinha Fernandes: “O jeito de amar de Jesus é o de dar a própria vida”


No início do Mês da Bíblia, neste vigésimo terceiro domingo do Tempo Comum, a Ir. Cidinha Fernandes nos faz ver que “somos convidados a tomar nas mãos a Palavra de Deus, palavra a ser lida, escutada, refletida, vivenciada como compromisso cotidiano na vida pessoal, familiar, na comunidade e no mundo”.

Comentando a leitura do livro da Sabedoria, a religiosa Catequista Franciscana nos questiona: “qual é a pessoa que pode conhecer os desígnios de Deus?”, ao que responde que “este propósito é dado a quem busca a sabedoria e o Espírito de Deus”.

No evangelho de Lucas (14, 25-33), é relatado que grandes multidões acompanhavam Jesus. A essas multidões, Jesus as fala “das condições para o seguir, da necessidade de se desapegar de pai, mãe, filhos, e da própria vida para ser discípulo, discípula  e acrescenta que é preciso tomar a cruz e caminhar atrás Dele, Jesus. Reflete sobre a necessidade de verificar o que é necessário para se terminar um projeto iniciado, utilizando como exemplos a construção de uma torre, ou o rei que vai enfrentar um adversário. Conclui dizendo que, quem não renunciar a tudo o que tem não pode ser discípulo”.



Segundo a Ir. Cidinha, “Jesus é radical!”. Ela insiste em que “para ser discípulo é tudo ou nada, ele quer ser o primeiro em nossas vidas e não um terceiro. No momento em que Ele fala às multidões está caminhando para Jerusalém para doar a própria vida, e por isso nos pede tudo, sua mesma qualidade de entrega, a vida toda e na totalidade.  Ele não aceita menos do que podemos dar.  Jesus é o centro da vida do discípulo, quem ama põe o Amado no centro de tudo!”.

Em relação com nossas vidas, a religiosa afirma que “vamos aprendendo de Jesus essa qualidade de amar, precisamos crescer no amor, o que exige ...treinar, treinar e treinar, cair, cair, mil vezes, mas também levantar e de novo, recomeçar, nos colocar no Caminho Dele”. Ela insiste em que “enquanto caminho vou me apaixonando cada vez mais por Jesus, por seu projeto e, assim vou me transformando, modificando, modelando o meu jeito de ser, de relacionar e de entregar a própria vida”.

“Jesus não pede que não eu ame a mim mesma, meus pais. Ele pede que eu ame a mim mesma, aos meus pais e os outros como Ele Ama”, segundo a missionária na Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Ela destaca que o jeito de amar de Jesus é o de dar a própria vida, em solidariedade, cuidado, como totalidade. Um jeito de amar que   assume a cruz como caminho, não por gostar de sofrer, mas a cruz como caminho de solidariedade e de amor”.



Um Evangelho que “nos desafia a não transformar o outro, a outra em objeto de satisfação, de lucro, prazer, não é um amor egoísta, egocêntrico, não toma posse, mas se abre para doar, gerar, cuidar da vida”, ressalta a religiosa.

Um seguimento de Jesus, um discipulado que “não é algo imposto”, afirmando que “é preciso querer ser discípulo”, como Jesus nos fala: “se alguém vem a mim”. Tudo isso, “evoca uma liberdade que só quem ama é capaz de oferecer, acolher e compreender. Quem escolhe ser discípulo, discipula, trilha um caminho de liberdade amorosa que o faz capaz de desapegar, de não possuir nada, até a própria vida”.

Finalmente, a Ir. Cidinha afirma que “a palavra de Deus para nós é um grito de profecia neste mundo, que para ser feliz não é preciso possuir muito, tomar posse do outro, da terra, o   que priva o ser humano de sua liberdade plena”. Por isso a religiosa pede, “que sejamos capazes de, a cada dia ir aprendendo de Jesus o jeito de amar, na radicalidade do tudo, o que nos caracteriza como seus seguidores e seguidoras”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Nenhum comentário:

Postar um comentário