Na manhã de
sexta-feira, 2 de setembro, o Papa Francisco recebeu a Presidência da
Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA). O objetivo da reunião foi o de lhe
apresentar os novos estatutos modificados que explicitam a identidade eclesial
e amazónica da CEAMA.
Uma
audiência que o Cardeal Pedro Barreto definiu como "uma experiência de
grande empatia com o Sumo Pontífice. Empatia porque vimos claramente que ele
aceitou este processo sinodal que levou à Conferência Eclesial da
Amazónia". O Santo Padre e a CEAMA viveram desde o início uma grande comunhão,
como o seu presidente assinala.
Os novos
estatutos baseiam-se, sublinha o cardeal peruano, "na orientação do
Vaticano II, especialmente na sua eclesiologia do Povo de Deus com a
Constituição Dogmática Lumen Gentium, e os novos estatutos também assumem a
missão da Igreja que o Vaticano II inclui na Constituição Pastoral Gaudium et
Spes". O Cardeal Barreto sublinha também que "de uma forma muito
particular, os estatutos incorporam o Documento Final do Sínodo para a Amazónia
e a exortação apostólica Querida Amazónia, em que o Papa Francisco assume o
Documento Final".
O
presidente da CEAMA destaca "a sabedoria do Santo Padre, que vem de um
profundo discernimento que ele experimentou como Bispo de Roma e que ele nos
transmite, encorajando-nos a viver uma experiência sem precedentes, mas que ele
confirmou: a criação pública, canónica e jurídica desta Conferência
Eclesiástica da Amazônia, motivo de alegria perante uma realidade irreversível
na história da Igreja, por ser a primeira Conferência Eclesiástica de uma
região, um bioma com uma grande biodiversidade e uma grande diversidade
cultural, que, como diz o próprio Papa Francisco, são os guardiões da
natureza".
Finalmente,
o Cardeal Barreto quis reafirmar que "o Papa Francisco, com uma lucidez
impressionante aos 85 anos de idade, e que está a viver a experiência de um
processo sinodal que está em curso e que é definitivamente um sinal de
esperança para a Igreja universal". A partir daí vê este momento como algo
muito importante, sublinhando que é motivo de "muita alegria, muita
esperança porque a CEAMA é uma realidade na vida da Igreja e da missão
evangelizadora na Amazónia".
Os estatutos, como o Papa Francisco salientou, podem não ser perfeitos, dada a novidade da CEAMA e o seu sentido eclesial, mas não pode haver razão para se preocupar em cometer erros, porque o importante é "avançar, como uma planta que temos de regar", disse o Padre Alfredo Ferro, SJ.
Durante a audiência, o Papa Francisco foi informado sobre diferentes aspectos. Dom Eugenio Coter, falou-lhe sobre o encontro realizado com o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos sobre o Rito Amazónico, que teve lugar a 1 de setembro.
Pela sua
parte, o secretário executivo falou-lhe do trabalho dos núcleos em que a CEAMA
está dividida: pastoral intercultural, formação, ministério da mulher. Segundo
o Padre Ferro, o Papa salientou a importância de se avançar na questão do
ministério das mulheres, reconhecendo a sua liderança e apelando a uma reflexão
teológica muito mais profunda sobre este ministério.
Do mesmo
modo, o Santo Padre foi informado por Mauricio López sobre o progresso do
programa universitário amazónico, uma universidade desde a Amazónia, desde os
territórios, desde as proposta das comunidades e das necessidades concretas. Neste
sentido, foi-lhe falado da inauguração da Cátedra Cardeal Claudio Hummes, que
teve lugar na semana passada em Quito durante uma reunião em que se discutiu a
Universidade Amazónica.
A figura do
Cardeal Hummes esteve muito presente no diálogo com o Papa, de acordo com
Alfredo Ferro. Quanto àquele que foi o primeiro presidente da CEAMA, o Papa
Francisco recordou que durante a sua visita ao Brasil para a Jornada Mundial da
Juventude em 2013, o Cardeal Hummes fez-lhe ver que a América Latina não
poderia ser compreendida sem a Amazónia e o planeta não poderia ser
compreendido sem a Amazónia, algo que ressoava com o Papa.
Uma
audiência na qual o Papa Francisco recebeu vários presentes, incluindo uma
virgem de barro feita por uma camponesa, ou vários objetos feitos de pau
Brasil, lembranças oferecidas pela REPAM e CEAMA ao Santo Padre.
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