No vigésimo
sexto Domingo do Tempo Comum “o Evangelho nos vem trazer a parábola do homem
rico e do homem pobre”, segundo Raely Cardoso. A Secretária Regional da
Pastoral da Juventude Norte1 afirma que “essa parábola não visa tratar sobre
caridade, não diz que o rico negasse esmolas a Lázaro, talvez até ignorasse a
presença dele na sua casa. Fechado como estava em seu bem-estar, não lhe
permitia ver problema alheios”.
A jovem
insiste em que “Jesus quer chamar a atenção, não para a necessidade de amarmos
ao próximo, mas para a importância das situações. Uma situação de poder e
prazeres pode insensibilizar a mente, tornando-a insensível às necessidades dos
outros, pode fechar a fome do céu, fechando a fome da vida eterna”. Segundo a
secretária da PJ, “se já se julga satisfeito com seus bens é o contrário de uma
situação de penúria, que entretém a fome, a sede de algo maior, que é a vida
eterna”.
“A riqueza
honesta não é má nem condenável, assim como a pobreza não é garantia de salvação”,
segundo Raely. Ela afirma que “ambas suscitam atitudes éticas que podem facilitar
ou dificultar a procura de Deus. É para isso que Jesus que despertar os
cristãos nessa parábola: a situação cómoda em que se acha que os ricos podem
diminuir seu zelo pelas necessidades dos pobres e excluídos da sociedade”.
A jovem
insiste em que “Jesus chama os pobres, os que tem fome, sede e choram, de bem-aventurados,
mas não pela pobreza, mas por causa de uma atitude ética, na fé, no amor que
essa pobreza preserva ou vem a suscitar. E chama os ricos de infelizes, não por
causa da riqueza, mas porque a riqueza pode fazer murchar a fé e o senso da
vida futura”. Raely lembra que “Lázaro teve fome física e doenças, tinha fome
de uma realidade melhor do que a vida terrestre. A fome material e espiritual
de Lázaro era saciada ao passo que no rico, ela não existia mais”.
“Alguém
pode ser rico e ter um coração pobre, cultivando o desapego, a caridade, o olhar
para o outro. Assim como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, sem
caridade alguma, nem humildade, nenhuma prática do bem”, segundo a jovem. “Lázaro,
pobre na terra, e Abraão, rico na terra, tiveram a mesma sorte final, porque ambos
nas suas circunstâncias diferentes tiveram o mesmo amor, o mesmo desprendimento
dos bens terrenos”.
A
secretária da PJ diz que “a parábola nos lembra que o céu e o inferno começam
em nosso dia a dia. Não nos faltam os fatos, acontecimentos, coisas a cada dia
que são objeto de santificação”. Segundo ela, “não vivemos de milagres, mas no
dia a dia é nele que devemos encontrar a vida de santificação”, insistindo em
que “muitos procuram milagres e sinais, e dizem que se Deus se fizesse mais
sensível ou nos desse um sinal, seriam mais fervorosos”.
Algo que Raely
diz ser “pura ilusão, quem não tem fé nos dons cotidianos de Deus encontrará
razones falsas para conhecer os milagres dele. Abraão responde ao rico que quem
não tem o hábito da fé viva, rejeitará os sinais mais significativos”. Ela
lembra que “Abraão diz haver entre o céu e o inferno um grande abismo, e isto
indica que é só na vida terrestre que podemos nos converter, pois o tempo da
conversão é hoje e agora”.
“A morte
nos estabelece uma nova condição definitiva, ou o céu para sempre ou o inferno
para sempre”, lembra a jovem. Seguindo a parábola, ela diz poder concluir que “quando
eu e você deixarmos este mundo, teremos uma sentença”, lembrando que “Lázaro
foi levado ao seio de Abraão e o rico aos tormentos do inferno. Isso pressupõe uma
sentença de Deus logo após a minha e a tua morte. Ela é definitiva, pois o mal
não pode passar para o lugar dos justos nem vice-versa”. Finalmente ela
questiona: “e você, para onde quer ir, para o lugar justo ou para o lugar onde
nesta parábola o rico foi?”.
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