Neste domingo o
povo brasileiro está diante de uma eleição histórica, uma situação motivada por
uma polarização que aumenta a cada dia e que nos depara com cenas impensáveis
tempo atrás. Ninguém pode ignorar que o voto tem consequências e que a gente
paga a conta daquilo que a maioria escolheu. Uma conta que nos acompanha
durante 4 anos, mas que desta vez poderia se perpetuar por muito mais tempo.
Graças a Deus no regime
democrático o povo pode fazer suas escolhas, sempre legítimas, mesmo que elas
não agradem todo mundo e muita gente diga que o povo não sabe votar. Isso de
não saber votar deveria levar a sociedade brasileira, também as igrejas a se
questionar sobre a pouca importância que a maioria da população brasileira dá à
Política, mas Política com P maiúsculo, que é aquela que se preocupa em fazer
realidade um mundo melhor para todos e todas, e não só para quem está na
panelinha.
Um dos elementos
que tem dominado a campanha política, sobretudo no segundo turno, é a corrida
dos candidatos à Presidência da República atrás do chamado voto religioso, um
elemento que está sendo objeto de análise, inclusive fora do Brasil. Em um país
laico, mas com um forte sentimento religioso, a fé tem se tornado objeto de
disputa.
Fé e ideologia
como algo que deve nos levar a refletir e nos questionar o que domina na nossa
vida, inclusive na vivência da nossa relação com Deus, em nossa religião. Tenho
certeza de que as palavras do Papa Francisco na audiência geral de ontem, 26 de
outubro de 2022, quando ele disse: “Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja
e cuide do povo brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da
violência”, tem provocado múltiplas reações de ódio, violência e intolerância
em muitos brasileiros, inclusive em muitos que se dizem católicos.
Aí a gente se
questiona o que impera na mente de muitos “católicos”, e sublinho católicos
entre aspas, na hora de tomar decisões em sua vida, também na hora de confirmar
seu voto. Se deixam guiar pela fé? As palavras da Igreja, do Papa, levam à
reflexão ou provocam sentimentos de ódio, de intolerância, de violência? Será
que a ideologia, ideologizamos até as palavras do Papa, mesmo que elas sejam
uma súplica à Padroeira do Brasil, domina nossa fé?
As ideologias
exacerbadas têm provocado sofrimento ao longo da história. Quando nós olhamos o
decorrer histórico, podemos comprovar que aquilo que é conhecido como guerras
de religião, na verdade não tinha nada a ver com a fé e sim com ideologias ou
interesses políticos que foram distanciando pessoas com um sentimento religioso
inspirado no Deus cristão.
É bom lembrar o
mandamento fundamental do cristianismo, amar a Deus e ao próximo. Quando a
gente vive desde a fé, o amor prevalece e faz realidade a fraternidade, quando
a gente vive desde ideologias exacerbadas, o ódio, a intolerância e a violência
tomam conta da sociedade e das igrejas. Por isso é bom se questionar sobre o
que está falando mais alto no coração de cada um, de cada uma. As escolhas que
nascem da fé não enfrentam, algo que tem que nos levar a entender que se você
confirma na urna com um sentimento de ódio, você já ficou longe de Deus, mesmo
se achando o melhor dos cristãos.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar
Só verdades! O ódio, nunca será um bom companheiro! O amor , sim, Dádiva Divina !!🙏🙏
ResponderExcluir