No Evangelho do 29°
domingo do tempo Comum, “encontramos Jesus ensinando os discípulos sobre a
necessidade de rezar sempre, de nunca desistir e, de rezar pelo que é
essencial, a concretização da justiça”, afirma a Ir. Cidinha Fernandes.
Segundo a
religiosa das Catequistas Franciscanas, “estamos em tempos de Travessia, de uma
urgência cristã, social e política que não nos permite a paralisia, apatia ou
inconstância. Precisamos urgentemente nos humanizar, descer as profundezas de
nós mesmos, das dores do povo, o sofrimento dos pobres. Estamos falando de
milhões de pobres que hoje não terão comida em seus pratos, trabalho, casa,
dignidade; de pessoas que transitam de um lugar para outro, sem rumo, sem
destino, sem esperança e, também de migrantes e refugiados, que buscam um bom
lugar para se viver. Queremos recordar o corte orçamentário na educação, na
saúde, a falta de políticas públicas para as juventudes, mulheres e crianças, e
tantas dores mais que chegam até nós cotidianamente”.
A missionária na
Diocese de São Gabriel da Cachoeira, diante dessa realidade, convida a rezar
com o salmista: “Eu levanto os meus olhos para os montes, de onde pode vir o
meu socorro? Do Senhor é que me vem o
meu socorro, do Senhor, que fez o céu e fez a terra. Ele não deixa tropeçarem os meus pés, e não
dorme quem te guarda e te vigia. Ele mesmo vai cuidar de tua vida, Ele te
guarda desde agora e para sempre.”
No Evangelho deste domingo, a religiosa destaca a figura central de uma mulher, uma viúva que vinha ao juiz com um pedido: “faça-me justiça contra o meu adversário!”. Segundo ela, “o juiz daquele tempo, se recusou a atender este pedido até que um dia, para ficar livre da importunação e, por medo de ser agredido, atendeu o seu pedido. Diante deste fato, o Senhor mesmo acrescentou: se o juiz cedeu a insistência da viúva, atendendo sua reivindicação, ‘Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar”? E Jesus nos dá uma garantia, Deus lhes fará justiça bem depressa’”.
Olhando a passagem
do Livro do Êxodo que aparece na
primeira leitura, a Ir. Cidinha, no relato de uma luta contra os amalecitas,
que vieram atacar Israel, afirma que “a imagem bonita é da figura de Moisés que
permanece de pé, no alto da colina, com a vara de Deus na mão e, ‘Enquanto
Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia’, quando a mão se tornou
pesada, ele se sentou e Aarão e Ur, ficaram um de cada lado, sustentando as
mãos de Moisés”.
A religiosa
insiste em que “diante da realidade de morte que se impõe, a nossa oração
precisa ser como a da viúva, faça-nos justiça!”. Ela ressalta que “a conquista
da justiça se dá pela luta persistente, insistente, sem direito a retroceder e
desistir. Precisamos como Moisés, permanecer de pé na colina de Deus, com os
braços levantados em oração-ação, e, quando os nossos braços estiverem
cansados, que possamos contar uns com os outros como apoio, presença-esperança-
sustentação”.
Finalmente, a Ir.
Cidinha afirma que “hoje, a Palavra de Deus nos pede oração encarnada,
constância na luta pela vida, pois o nosso Deus vem em nosso socorro, nos
guarda, nos protege desde agora e para sempre”.
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