Como um
tempo bonito y significativo definiu Dom Leonardo Steiner o Advento que começou
neste domingo. Um tempo em que “a nossa Igreja toda deseja caminhar até Belém e
mais uma vez fazer a experiência de ver Deus entre nós na nossa fragilidade”. O
Arcebispo de Manaus definiu o Advento como “o tempo da criança de Belém”, e
junto com isso como “caminho da admiração pelas manifestações de Deus em nossa
humanidade”.
Segundo o
cardeal Steiner, “o Filho do Homem está por vir, Ele é um Advento”, fazendo um
chamado, seguindo o Evangelho, a estarmos preparados, pois “o Senhor veio e se
tornou uma presença inefável na nossa humanidade, fragilidade, e nós estamos a
caminho para admirar esta presença de Deus no meio nosso”. Isso é celebrado na
Liturgia, que “visibiliza a visitação de Deus, e para que Ele possa se tornar audível
e visível, nós entramos em compasso de preparação, de vigília”.
Dom Leonardo
mostrou a importância de estar preparados, permanecer vigiantes, “pois pode acontecer
que Ele venha, nasça e nós não nos demos conta que celebramos o Natal do Senhor”.
Nesse sentido o Evangelho chama à atenção, à preparação para vermos, afirmou o
cardeal, chamado a não correr o risco de perder o essencial, o nascer de Deus, em
consequência dos nossos interesses pessoais ou coisas insignificantes que nos rodeiam.
Um chamado a vigiar, preparar, que “é esperar, não se deixar dominar pelo
desânimo, pelas frustrações”, mas viver na esperança da vinda do Senhor,
insistiu o Arcebispo de Manaus, fazendo um chamado a preparar-se com alegria.
O cardeal
destacou a oração como caminho de preparação, “rezar é acender uma luz na noite.
A oração desperta da frieza de uma vida superficial”. Segundo Dom Leonardo, “na
oração deixamos que Deus se aproxime de nós. Ele deseja estar sempre perto,
assim nos liberta da solidão, nos devolve a esperança, a cordialidade. A oração
oxigena nossa vida”. Uma oração que deve ser de agradecimento, de silêncio diante
de deus, reverente, auscultativa, de adoração.
Diante da
pergunta por como estarmos preparados, vigilantes, o cardeal responde que com a
vigília do amor e da caridade. Segundo Dom Leonardo, “o amor é sempre
vigilante, atento, vive procurando o serviço. A caridade é o coração pulsante
do discípulo, da discípula de Jesus”. Daí afirmou que “não se pode ser cristão
sem o amor, sem a caridade. Caridade como um sair ao encontro do outro,
caridade como serviço”. Lembrando as palavras do Papa Francisco, Dom Leonardo
disse que “é com as obras de misericórdia que nos aproximamos de Jesus”.
Como
franciscano que ele é, Dom Leonardo refletiu sobre o presépio, algo que fez
pela primeira vez São Francisco, que “diante da criança de Belém, se extasiava”,
compreendendo assim que Deus entrou na nossa história, se fez um de nós, algo
que não é coisa do passado, pois “é sempre um presente, é sempre um Advento”. E
seguindo o pensamento do Santo de Assis, convidou a colocar-se no Advento a
caminho de Belém, e assim evitar o que aconteceu com Israel que depois de séculos
de espera, não viram Deus: “Quanta rogação, quanta imploração e não viram Deus!”.
Um Deus que
sempre quer vir, considerando extraordinário o fato de “um Deus que se propõe e
não se impõe. Ele se oferece, não nos obriga, ele se revela, não se esconde”.
Um Deus que neste tempo de Advento somos chamados a pedir sua vinda, a dizer “Vem,
Senhor Jesus”, uma oração que “nos coloca a caminho, alimenta nosso desejo de encontro,
alimenta nosso desejo de admiração”, enfatizou o cardeal.
Nas
leituras do dia, ele destacou na passagem de Isaias o chamado a ir à casa de
Deus, que é o presépio, a se deixar guiar no caminho de Belém para trazer a
presença inefável de Deus. Na Carta aos Romanos destacou que nos faz ver que “tempo
de Advento é tempo da despertação, tempo da acordação” e o fato de que “fomos
aprendendo a proximidade de Deus, a sua misericórdia, o seu acolhimento, a sua
consolação, a sua salvação, fomos aprendendo a necessidade de nos despojarmos das
ações das trevas, nos deixarmos revestir da luz de Belém, estarmos revestidos
da transparência encantadora de Deus na nossa humanidade”.
Finalmente,
o Arcebispo de Manaus insistiu em que “a Liturgia não é uma repetição, recordação
sim, recordação do sempre novo, do estar a caminho, de entrar na Casa do Senhor
e nos deixarmos encontrar pela criança de Belém”. Por isso, pedia “que o Advento
nos desperte, despertemos, que não aconteça no nosso descuido dele nascer e nós
não o vermos. Não acontecer o Natal passar e não termos visto o amor de Deus”.
Palavras que definam o encantamento em ler esse texto:
ResponderExcluirluz, esperança, amor, serenidade, paz e labuta na acordação para ver o Menino chegar e se acercar d'Ele.