A Diocese
de Alto Solimões realiza de 14 a 17 de novembro de 2022 seu Encontro Diocesano
de Pastoral, que neste ano tem como tema: “Igreja encarnada e libertadora neste
chão” e como lema: "O Verbo se faz carne e planta sua tenda entre
nós" (Jo 1, 14). Um encontro onde estão participando umas 100 pessoas representando
as paróquias, pastorais e movimentos presentes na diocese.
O Encontro
teve como ponto de partida a análise de conjuntura na região do Alto Solimões,
destacando a importância da construção de políticas pública paras as diferentes
problemáticas da região. Para isso se faz necessário um mapeamento para compreender
a realidade. Um dos grandes desafios na região é manter a floresta em pé com a
ajuda dos povos indígenas, dado que a floresta mantém o solo nutritivo,
possibilitando os produtos locais. Nesse sentido, foi feito um chamado a valorizar
os produtos da região, como o cacau Tikuna em benefício dessas comunidades.
Dentre as
realidades presentes na região foi colocado a existência de facões criminais envolvidas
com o narcotráfico que têm o controle da Tríplice Fronteira. Também foi
relatado a falta de emprego, muito alcoolismo, drogas, violência, a crise econômica,
a falta de oportunidades de formação e o desmatamento, extração ilegal de
madeira e tráfico ilegal de animais.
Em relação
à realidade eclesial, se faz necessário fortalecer e animar as Comunidades Eclesiais
de Base (CEBs), dar resposta desde a Palavra de Deus e viver a dimensão
comunitária da fé, procurar que as comunidades analisem desde a Doutrina Social
da Igreja as problemáticas e pecados estruturais em prol de uma sociedade
organizada. Para isso, como cidadãos e cristãos se faz um chamado a participar nas
decisões da região.
Foi
questionado em relação à Juventude qual é o objetivo da Diocese em relação ao
acompanhamento da juventude e quais são as realidades juvenis presentes. Daí
foi sugerido a possibilidade de aplicar a metodologia sinodal para se aproximar
da realidade juvenil. A Diocese de Alto Solimões sente a urgência de conhecer a
vida cotidiana, as dificuldades, as esperanças-sonhos, as realidades
particulares da juventude. Para isso se faz a proposta de escutar os jovens nas
escolas, universidades, grupos juvenis e outros lugares. Para isso será criado
uma guia para escutar a juventude. No trabalho com a juventude foi colocado o Projeto
Juvenil dos Capuchinhos em Benjamín Constant "A Juventude Quer
Viver".
As Comunidades
Eclesiais de Base foram confirmadas na Amazônia no Encontro de Santarém de 1972,
buscando estar junto aos movimentos populares, fomentar o ecumenismo, as políticas
públicas e a juventude, além dos trabalhos no campo da saúde, educação, paz,
política, ecologia, segurança, alimentação. Nesse sentido, foi refletido sobre
o fato de que a Igreja deve promover a dignidade, a justiça e a liberdade, ser
uma Igreja profética e defensora da vida, uma Igreja cuidadora da criação, uma Igreja
martirial, missionária, em saída.
Nas
Comunidades Eclesiais de Base, a leitura bíblica é um elemento importante,
buscando ler a realidade por meio de círculos bíblicos, fomentando assim a união
de fé e vida, a formação das lideranças e ministros. Comunidades que visitam,
que fazem missão em outras comunidades, que fomentam a pastoral vocacional, que
vivem a comunhão. Comunidades que ajudam a fazer realidade os sonhos do Papa
Francisco na Querida Amazônia. São comunidades que nascem do chão, do povo, da
ação de Deus e de seu Espírito, sabendo que são fortalecidas nos sacramentos, na
oração (Lectio Divina), e que cada uma tem suas próprias particularidades e
necessidades.
Em relação
com as comunidades indígenas e ribeirinhas foi colocado que precisam de estudos
bíblicos, de mais encontros vocacionais e mais presença dos missionários nas
comunidades, que os missionários aprendam as línguas indígenas, que sejam
escutadas para depois evangelizar, fortalecer o caminho sinodal e a formação em
diálogo com políticas públicas. Também foi colocado que cada paróquia crie uma
equipe para atender essas comunidades na formação, catequese, liturgia.
As
comunidades urbanas são chamadas a fomentar a acolhida, o diálogo, a formação;
buscar uma metodologia para trabalho com os jovens; construir políticas públicas
em benefício das comunidades; melhorar a comunicação; buscar um maior
conhecimento entre os membros das comunidades e uma maior participação; utilizar
os médios de comunicação para evangelizar.
Em relação
com o Documento de Santarém e sua atualização, realizada no encontro que aconteceu
em Santarém no mês de junho, foi colocado a necessidade de ter pastorais de
acordo à realidade; buscar a encarnação do próprio Jesus Cristo; ajudar o povo
a se libertar de tantas escravidões; ser mais humanos; assumir o Sínodo para a
Amazônia como algo que é para toda a Igreja. Como retos aparecem a interculturalidade
e o diálogo interreligioso com os povos indígenas e a necessidade de reconhecer
o serviço das mulheres nas comunidades.
A Igreja da Amazônia em “comunhão, participação e missão”, vivendo a Sinodalidade!!!
ResponderExcluirparabens. saudades desta gente.
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