sábado, 26 de novembro de 2022

Ir. Cidinha Fernandes: “Precisamos ser pessoas anunciadoras de vida, esperança de um novo tempo”


A Liturgia da Palavra desta última semana foi um convite a olharmos para a finitude dos tempos, nos lembra a Ir. Cidinha Fernandes em seu comentário para o Primeiro Domingo do Advento. “Como pessoas humanas, muitas vezes temos dificuldade em lidar com o fim de um tempo, de uma era, de uma fase da nossa vida, com a morte. Queremos tornar eterno o que não foi feito para durar. E quando nos deparamos com o banzeiro, as tempestades, os vulcões provocados pelas mudanças, as perdas, muitas vezes choramos, nos desesperamos, e até brigamos com Deus. Tudo isto é muito humano e precisamos acolher como parte de nós”, afirma a religiosa.

Segundo a missionária na Diocese de São Gabriel da Cachoeira, “o que não podemos é parar nisto, precisamos seguir em frente, dar novos passos. Como está na leitura do profeta Isaías precisamos olhar para o ponto mais alto, subir aos montes do Senhor, a casa de Deus para que Ele nos mostre o Caminho e nos ensine a cumprir seus preceitos”.  A Ir. Cidinha destaca que “ao experienciarmos Deus podemos contemplar uma mudança: as espadas em arados, as lanças em foices, a ausência das armas, das guerras e das batalhas”. Por isso recebemos um convite: “Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor!”

Em relação com a segunda leitura, “a carta de São Paulo aos Romanos nos alerta para o tempo que estamos, a necessidade de despertar, pois a salvação está mais perto de nós, o dia vem chegando, vistamos as armas da luz, sejamos pessoas da luz, vencendo nossos instintos que nos levam para a bebedeira, a comilança exagerada, as orgias e imoralidades, brigas e rivalidades para sermos pessoas revestidas do Senhor Jesus, o que quer dizer, sermos seus discípulos”, destacou a religiosa.



Na passagem do Evangelho de Mateus, “Jesus fala sobre a vinda do Filho do Homem, antes dele as pessoas viviam o seu cotidiano, sem se atentar para sua presença. O convite é para estarmos atentos porque não sabemos o dia em que o Senhor virá. Ele usa uma metáfora, se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Daí nos vem um alerta, ficai preparados!”

Em relação ao Primeiro Domingo do Advento, ele “nos convoca a estarmos em oração e vigilância, isso tanto em nossas vidas pessoais, na comunidade e no mundo. Precisamos ser pessoas anunciadoras de vida, esperança de um novo tempo, afirma a Ir. Cidinha. Daí a religiosa pede “que possamos abrir o nosso corpo, o coração para o novo que se anuncia. Deixemo-nos nos encantar pela vida, sejamos vigilantes para que as trevas, a desesperança, o medo, a intolerância, a dor não nos tire a possibilidade de crer e lutar por um mundo em que Jesus seja o centro de nossas vidas”. 

Junto com isso, ela pede “que a luz da primeira vela se acenda dentro de nós para esperar em vigilância o novo que vem com o nascimento do Menino Jesus que aguardamos. Sejamos pessoas iluminadas!”



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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