A Diocese de Roraima emitiu uma nota de acolhida ao seu 10º Bispo, Dom Evaristo Spengler, onde seu administrador diocesano, Padre. Lúcio Nicolletto diz se alegrar “em comunhão com toda a nossa Igreja diocesana ao acolhê-lo no meio de nós com as palavras do Evangelho: ‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor!’”.
Sobre a
Diocese de Roraima, a nota afirma que “somos um povo marcado pela beleza das
criaturas do céu e da terra, dos nossos igarapés e buritizais, pelos nossos
lavrados, serras e rios: somos povo da Amazônia! Somos um povo marcado pela
multietnicidade, pela beleza da miscigenação de raças, línguas, tradições e
culturas que nos deixam entrever em cada dimensão de nossa vida cultural,
social e eclesial a necessidade da convivência com o diferente como paradigma
de crescimento integral, como eixo norteador do nosso esforço para sermos um só
coração e uma só alma!”.
Junto com
isso é destacado que “somos um povo marcado pela necessidade do encontro com o
estrangeiro que há mais de cinco anos está batendo à porta de nossas casas,
comunidades e instituições pedindo acolhida, proteção, promoção e integração
para restaurar aquela dignidade que o poder opressor arrancou e esmagou em nome
de logicas de interesses particulares. Somos um povo que busca caminhos de
integração entre pessoas que vivem frequentemente o triste fardo de mudanças ou
transferência para outros estados do Brasil em busca de trabalho ou oportunidades
de vida melhores”.
Em relação
aos povos indígenas, a nota denuncia que eles são “ainda pouco ou nada
respeitados, conhecidos e valorizados como verdadeiros guardiões da nossa casa
comum”. O texto faz referência ao calvário do Povo Yanomami, “infinitas vezes
denunciado ao longo de anos também pela Igreja católica de Roraima, mas
regularmente desconsiderado, temos prova desse compromisso urgente com a vida
que precisamos assumir como inadiável”.
Um povo que
“precisa crescer sempre mais na consciência de uma fé que seja fruto de uma
opção fundamental por Cristo e pelo seu Reino na evangélica opção pelos mais
pobres, excluídos e marginalizados”, destaca a nota de uma diocese que diz ter
consciência “de que precisamos crescer no compromisso de sermos uma Igreja que
quer se fazer carne e quer armar a sua tenda nesse recanto da região amazônica
sabendo que só assim poderemos anunciar a Boa nova do Evangelho de Cristo como
fonte de sentido e de libertação para todos os povos”.
Nesse
sentido é ressaltado que “nossa diversidade sociocultural é um convite e um
compromisso para trabalharmos em comunhão em defesa da Vida em todas as suas
dimensões, mormente quando é ameaçada pelos impactos causados por um equivocado
conceito de progresso que confunde desenvolvimento com crescimento meramente
econômico, multiplicação de riqueza material, expansão indiscriminada do
agronegócio, deixando de promover, muitas vezes, a justiça social e o bem-estar
de todos e para todos, assim como reza o Documento pelos 50 anos do Encontro de
Santarém”.
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