Muitas vezes a gente se pergunta se ainda somos humanos. No final das contas, o que nos faz humanos é a disposição para demostrar misericórdia, compaixão, cuidado do outro. Ontem, 8 de fevereiro, na festa de Santa Bakhita, a Igreja católica celebrou pelo nono ano o Dia de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas, uma data instituída pelo Papa Francisco.
Ver como 50
milhões de pessoas no mundo são vítimas das redes de tráfico humano tem que nos
levar a nos questionarmos sobre o nosso grau de humanidade. Mesmo que a gente
faça de conta que não sabe de nada, estamos diante de uma realidade muito
próxima de nós. As vítimas estão aí, ao lado da gente e isso deveria nos levar
a pensar, a cuidar daqueles que podem se tornar alvo das redes de tráfico
humano.
Como sociedade e
como Igreja somos desafiados a tomarmos consciência e assumirmos a
responsabilidade de combater um crime que provoca dor, sofrimento e morte,
especialmente nas pessoas mais vulneráveis, que se tornam vítimas potenciais
das redes de tráfico de pessoas.
Qual é minha
responsabilidade pessoal no combate ao tráfico humano? O que nossa Igreja,
minha comunidade deveriam fazer para que esse crime possa desaparecer? As
vítimas do tráfico humano se fazem presentes na minha oração, rezamos como
Igreja, como comunidade para que essa realidade que provoca tanta dor possa ser
superada e as pessoas deixem de se tornar vítima do tráfico?
Não podemos fechar os olhos, fazer de conta que essa realidade, esse crime não tem nada a ver comigo. No final das contas quem cala, consente, e em certa medida se torna cúmplice. O Dia instituído pelo Papa Francisco é mais uma oportunidade para pensar nas pessoas, para nos colocarmos na pele das vítimas, para rezar e nos comprometermos.
O que eu vou fazer
daqui para frente? Como quero me comprometer para mudar a realidade? Nas perguntas
e no fato de querer responder a essas perguntas está o desejo de mudar a
realidade, de que essa realidade possa mexer comigo e me levar a ter um olhar
diferente. O mundo muda quando eu estou disposto a fazer o que estiver na minha
mão para que isso aconteça.
Fiquemos do lado
das vítimas, das crianças, adolescentes e mulheres que hoje são exploradas
sexualmente nos garimpos da nossa Amazônia, dos homens e mulheres escravizados
nas fazendas, nas carvoarias, em tantos espaços onde os direitos foram esquecidos
e a vida clama em meio a tanta dor e sofrimento.
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