sábado, 18 de março de 2023

4º Domingo da Quaresma: “Somos cegos quando olhamos e não conseguimos ver as tantas realidades de sofrimento”


No 4º Domingo da Quaresma é celebrado o Domingo da Alegria, nos lembra a Ir. Rose Bertoldo no comentário ao Evangelho desse dia, afirmando que “nos alegramos, pois a festa da Páscoa se aproxima”.

Segundo a religiosa, “a liturgia deste domingo nos faz perceber o grande amor de Deus para com toda humanidade e se revela em forma de luz: ‘somos reflexos da luz, filhos da luz, e o fruto da luz é bondade, justiça, verdade’”. Ela destaca que “o Evangelho deste domingo nos põe em contato com Jesus que traz Luz. Ele não só se revela como Luz, mas, se revela através do toque, traz a luz presente naquele homem que não podia ver a luz do dia, pois era cego”.

A Secretária Executiva do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ressalta que “essa cegueira é a que impede de vermos a luz. Somos cegos quando nós nos fechamos em nós mesmos, quando não sentimos a dor do outro, quando olhamos e não conseguimos ver as tantas realidades de sofrimento de tantas crianças, adolescentes, jovens, mulheres e homens vítimas das mais cruéis realidades, da fome, da falta de moradia digna, falta de acesso à educação, saúde de qualidade”.

Continuando com os exemplos de cegueira a Ir. Rose vê que “somos cegos quando nos tronamos intolerantes, preconceituosos, insensíveis, negativos... e resistimos em perceber a luz que habita naquele que pensa e sente de maneira diferente da gente”. Ela destaca que “Jesus é a Luz que toca, um toque que cura da cegueira e que põe a caminho, quero destacar a importância do contato físico na cura das pessoas”.



A religiosa afirma que “o contato com o outro, outra, nos faz despertar, cura, alivia a dor, o sofrimento, o toque nos unem num profundo caminho de comunhão. Jesus ao longo de sua vida tocava pessoas feridas, quebradas, machucadas, aliviando suas dores, com seu toque restituía a dignidade a vida, restituía a vida”.

Em relação ao texto, ela destaca que “Jesus diz ao cego que se rebele, que não permaneça cego à beira do caminho, que veja por si mesmo, que construa sua própria vida, que não dependa de ninguém, ele mesmo põe barro nos olhos do cego, terra com saliva, e lhe diz vá,  veja, não tenha medo, assume seu destino, seja protagonista de sua vida. Jesus não cria dependência, quer que as pessoas sejam livres, autônoma que ele seja autor de sua própria vida, inclusive correndo riscos de ser rejeitado”.

Finalmente, a Ir. Rose mostra que “neste domingo da alegria somos convidadas a sermos luz, curandeiras das dores, dos sofrimentos, nos aproximando das pessoas feridas”. Junto com isso, “o convite a aguçar nosso olhar para sentir o outro o qual eu me torno próxima. Com nosso toque, nosso abraço, nossa escuta atenta sermos presença amorosa de Deus que alivia todas as formas de sofrimento que existe na humanidade”.

“Na certeza de que o Senhor é o Pastor que nos conduz, e por isso não nos falta coisa alguma. Sejamos luz”, conclui a Secretária Executiva do Regional Norte1 da CNBB.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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