A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) inicia nesta quarta-feira 19 de abril sua
60ª Assembleia Geral que tem como temática principal a avaliação global da
caminhada. Uma assembleia que acontece no final de “um quadriênio muito
tumultuado, porque dentro dele, nós fomos atingidos pela pandemia, e ficamos isolados,
tantas atividades foram suspensas e nós viramos contemplativos”, segundo Dom
Edson Damian.
Um tempo em
que “a gente pode parar para contemplar a ação da Igreja, a ação do Espírito
nas nossas pastorais, e retomamos logo depois com muito entusiasmo, muito vigor”,
destacou o bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira e presidente do
Regional Norte1 da CNBB. Ele diz ter assumido esse encargo com muita alegria e
com muita dificuldade, nos últimos anos de seu episcopado. Dom Edson apresentou
sua renúncia como bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira no dia quatro de
março deste ano, e está esperando que ela seja aceita pelo Papa Francisco. As
dificuldades foram motivadas, segundo o presidente do Regional Norte1, pelo
isolamento da diocese, a precariedade dos meios de comunicação e as distâncias
enormes.
Dom Edson
Damian agradece aos seus irmãos que assumiram a Presidência do Regional junto com
ele, dom Tadeu Canavarros e dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, e à secretária
executiva, a Ir. Rose Bertoldo, em quem destacou que ela assumiu “com muita
dedicação e muito empenho, e incentivou as pastorais, inclusive muitas reuniões
em que eu não podia estar presente, a gente combinava a distância e ela
conseguia dar conta com a ajuda de dom Tadeu, nosso vice-presidente, que está
em Manaus”.
Dom Edson
Damian agradece a Presidência da CNBB que está encerrando seu mandato. O
presidente do Regional Norte1 disse imaginar as pressões recebidas por parte da
Presidência da CNBB do anterior governo. Ele destaca que diante dessa
conjuntura, “Dom Walmor soube ter um equilíbrio muito grande, soube manter a
fidelidade à Igreja, ao Papa, às Diretrizes da CNBB e manter nossa Igreja unida”.
O bispo de São Gabriel da Cachoeira insistiu em que “teve pessoas que
escolheram outro caminho, infelizmente, e isso nos entristece”.
Essa atitude
leva o bispo a dizer que “esperamos que agora, que o Brasil vive novos tempos
de reconstrução da democracia, queremos que a Constituição seja observada, que
a democracia seja defendida, que a nova Presidência da CNBB assuma esses
compromissos muito importantes para o povo brasileiro”. Dom Edson se referiu “aos
pobres que passam fome”, considerando que “a Campanha da Fraternidade foi
providencial, foi profética, diante dessa situação de 33 milhões de brasileiros
ou mais que passam fome”. O presidente do Regional Norte1 chamou a “atender os
desempregados, cuidar da educação e da saúde do povo, são necessidades básicas
e fundamentais”. Diante disso chamou os bispos a “fazer a nossa parte em
relação à fome, o desemprego, a educação e a saúde”.
Desafios
que se referindo à Igreja da Amazônia, “o povo logo pensa no drama do Povo
Yanomami”, destacando que “graças a Deus o governo está agindo com muita
firmeza”, insistindo na importância das medidas que o Governo Federal está
realizando no combate do garimpo ilegal. Segundo Dom Edson, “o governo não pode
retroceder na defesa dos povos indígenas, principalmente dos yanomami, que
estão à beira de um genocídio”. Junto com isso, o bispo da diocese de São
Gabriel da Cachoeira destaca as necessidades do povo ribeirinho, caboclo, que é
um povo muito pobre, que tem muitas necessidades.
Diante
disso lança o desafio de “assumir com muita garra a defesa dos povos indígenas
e de projetos que os ajudem a se manterem unidos”. Ele destaca a importância da
agricultura familiar e do Ministério da Agricultura Familiar, insistindo na amizade
do atual ministro com a diocese de São Gabriel da Cachoeira, onde esteve várias
vezes. Dom Edson insiste em que “nós temos pessoas a quem vamos nos dirigir para
cobrar aquilo que o povo da Amazônia mais precisa”.
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