domingo, 28 de maio de 2023

“Espírito Santo, ajuda-nos a repartir”, pede a Igreja de Manaus na Solenidade de Pentecostes


Pentecostes é uma das grandes festas, inclusive podemos dizer que é a grande festa da Igreja de Manaus. No dia em que é comemorado o nascimento da Igreja, milhares de pessoas das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais e movimentos se reuniam no sambódromo para celebrar a Festa do Divino Espírito Santo, tendo como lema: “Espírito Santo, ajuda-nos a repartir”.

O lema, inspirado na Campanha da Fraternidade deste ano, foi uma oportunidade para clamar por moradia, comida, pão, amor, paz, educação, justiça, lazer, saúde. Uma temática que cobra maior atualidade diante da ação que a Prefeitura de Manaus realizava nesta sexta-feira, 26 de maio, deixando sem pertences e documentos a um grupo de moradores de rua, algo que foi lembrado repetidas vezes durante a homilia pelo cardeal Leonardo Steiner, que presidiu a celebração eucarística.

Na homilia, o arcebispo de Manaus começou lembrando o medo dos discípulos, sendo preciso “um vento que abrisse as portas”, fazendo com que se “espantasse o medo, o temor, o receio, o medo da morte”, insistindo em que “no momento em que a impetuosidade do Espírito tomou conta deles, saíram a pregar”, se iniciando assim a Igreja com o envio desses discípulos que aparece relatado nos evangelhos.



“Com a força do Espírito esses homens se sentem enviados, e é por causa dessa pregação deles que nós aqui estamos, nós somos herança da pregação dos apóstolos, nós somos herança do envio que o Espírito Santo fez”, insistiu o cardeal Steiner. Ele insistiu na diversidade de línguas em que Jesus foi anunciado, algo que se repete em nossa Amazônia, “em nossa Amazônia em quantas línguas diferentes é anunciado o Reino de Deus”.

Se referindo a uma homilia do Papa Francisco, em que invocava o Espírito como o Paráclito, o Consolador, aquele que nos acompanha, ilumina e indica os caminhos, lembrando que o Papa Francisco afirmava que “nós devemos ser hoje os consoladores e consoladoras, assim como o Espírito é para toda a Igreja, para todas as comunidades”. Ser consoladores e consoladoras, “não na palavra, não no discurso, mas na proximidade, na acolhida, na partilha”.

O arcebispo chamou a “sermos próximos, não distantes”, destacando as muitas coisas que acontecem de proximidade na Arquidiocese, dentre elas o trabalho com os moradores de rua, com as pessoas que passam fome, insistindo em que “queremos ser cada vez mais uma Igreja que partilha, uma Igreja que cada vez mais seja uma Igreja que consola, não nas palavras, mas na mão estendida, no olhar, na proximidade, no abraço, no afeto, no amor”. Junto com isso, o Espírito como advogado, como aquele que nos diz o que temos que fazer, convidando os presentes a termos a mesma atitude para com os outros.

Tendo como referência a segunda leitura, Dom Leonardo Steiner falou sobre a diversidade de ministérios, de vocações, de serviços, insistindo na necessidade de um mesmo Espírito, uma só Igreja. O arcebispo ressaltou que “nós não queremos combater-nos entre nós”, dizendo ter a sensação de que “não sabemos mais o que é a Igreja, porque vivemos falando mal do Papa, vivemos falando mal uns dos outros, e quanta palavra felina e violenta”. Diante disso, ele disse que “é um só Espírito que nos alimenta, que nos guia, um só, não meu espírito, não meu grupo, não a minha Igreja, não o meu movimento, é do Espírito”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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