A migração é uma realidade que aumenta a cada dia, tendo dobrado o número de migrantes no mundo nos últimos 10 anos. Diante disso o Papa Francisco chama a “acolher, proteger, promover e integrar” os migrantes, insistindo em que migrar é um direito. Em sua Mensagem para o 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que será celebrado no 24 de setembro com o tema “Livres de escolher se migrar ou ficar”, ele faz um chamado “a ter o maior respeito pela dignidade de cada migrante; e isto significa acompanhar e gerir da melhor forma possível os seus fluxos, construindo pontes e não muros, alargando os canais para uma migração segura e regular”.
A Igreja do Brasil inicia no próximo domingo, 18 de junho, a 38ª Semana do Migrante, realizada pela Pastoral dos Migrantes (SPM) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com apoio da Misereor e Adveniat, do programa Puentes de Solidaridad e da Rede Clamor. Ao longo da semana, que será encerrada no dia 25 de junho, será refletido sobre Migração e Soberania Alimentar, tendo como lema: “Para o Migrante, Pátria é a terra que lhe dá o Pão”.
A abertura da 38ª Semana do Migrante será realizada
no Santuário Nacional de Aparecida (SP), no domingo 18 de junho com uma
Eucaristia presidida por Dom José Luiz Ferreira Salles, bispo da diocese de
Pesqueira (PE), presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e referencial do
Setor da Mobilidade Humana da CNBB. O tema da Semana do Migrante está inspirado
na Campanha da Fraternidade 2023, que teve como tema Fraternidade e Fome.
A falta de acesso a alimentos saudáveis e nutritivos é uma das causas da migração forçada, sendo muitos os migrantes e refugiados que enfrentam a fome e a miséria, uma realidade que demanda uma reflexão. Para isso, durante a Semana do Migrante, irão acontecer atividades em todo país, com rodas de conversa, debates, oficinas, gestos concretos com os migrantes, além de atividades virtuais.
A segurança alimentar “compreende, sobretudo, oportunizar ao indivíduo que exerça seu protagonismo, gerar a sustentabilidade e promover a dignidade humana”, segundo afirma Dom José Luiz Ferreira Sales no Texto Base da 38ª Semana do Migrante. Um texto que quer fomentar a reflexão e o diálogo sobre o esperançar da superação da fome, buscando identificar as causas e, assumindo nosso papel e missão, caminharmos atentos e comprometidos, inspirando nossa prática na metodologia de Jesus, o Bom Pastor: “Dai-lhe vós mesmo de comer!”.
O Texto Base analisa a relação entre fome e migração, e a globalização da fome e da pobreza, mostrando as diferentes fomes presentes na sociedade: habitação, água potável e saneamento básico, reforma agrária, educação e trabalho digno. Junto com isso é realizado um pequeno mapa do tempo sobre a fome no Brasil e a migração forçada, mostrando esboços da institucionalização de políticas de prevenção e combate à fome. O material elaborado também inclui um roteiro de celebração ecumênica para o Dia Nacional do Migrante.
Durante a Semana do Migrante, a Cáritas Brasileira realizará atividades que ajudem para que seja “uma semana de visibilidade da realidade das pessoas migrantes no Brasil e as lutas que precisam ser assumidas, por elas e pelas organizações da sociedade civil que caminham junto a essa população”, segundo Cristina dos Anjos, assessora nacional que coordena a área de Migração, Refúgio e Apatridia da Cáritas Brasileira. A Cáritas Brasileira quer promover momentos de diálogo com a população migrante e refugiada de todo o Brasil para olhar para a política que está sendo construída pelo Governo Federal.
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