A humanidade tem
futuro sem a Amazônia? Poderíamos dizer que essa pergunta se faz necessária
diante da atual conjuntura planetária. Essa reflexão está presente no 35º
Congresso Internacional da SOTER, a Sociedade de Teologia da Religião que está
acontecendo nesta semana, e que aborda o tema: “A Amazônia e o futuro da
humanidade”.
O Sínodo para a
Amazônia voltou os olhares da Igreja e da sociedade planetária para a região
amazônica e ajudou a tomar consciência da necessidade de novos caminhos para
uma ecologia integral, para o cuidado da casa comum, dos biomas, especialmente
de um bioma com uma importância decisiva para o cuidado com a vida, como é o
bioma amazônico. Por isso, podemos dizer que sem a Amazônia, o futuro da
humanidade se complica e muito.
As riquezas da
Amazônia são enormes e uma Amazônia preservada é bem mais interessante do que
uma Amazônia depredada, inclusive do ponto de vista econômico, uma ideia
defendida recentemente por um dos grandes cientistas brasileiros, Carlos Nobre,
mas algo que não é entendido por muita gente, inclusive por muita gente que
mora na Amazônia.
No Congresso da
SOTER eu tive uma intervenção onde fazia um chamado a visualizar as riquezas,
algo que pode ajudar a superar os preconceitos presentes em muitas mentalidades
no Brasil e no mundo afora. A vida que encerra a floresta e os povos que a
habitam podem nos ajudar a priorizar aquilo que é decisivo na vida e no futuro
da humanidade. Isso é algo que não pode ser calado, escondido, invisibilizado.
Esse também é um
desafio para a Igreja que está na Amazônia, uma Igreja encarnada e libertadora,
que acompanha a vida e culturas presentes na região desde a interculturalidade,
uma atitude decisiva no futuro da região e em consequência da humanidade como
um todo. Entender que a diversidade cultural, os distintos olhares e
compreensões da realidade, enriquecem a vida de todos e todas os que se
aproximam dessas realidades se torna um desafio cada vez mais urgente.
O que fazer cada
um de nós e todos juntos como sociedade, como Igreja? Como evitar o risco de
entrar em dinâmicas que coloquem em grave perigo o futuro da humanidade? Como
promover uma toma de consciência pessoal e comunitária em favor do cuidado? Quais
os passos a serem dados para ter um olhar diferente, que fomente o cuidado em
relação à Amazônia e aos povos que a habitam?
É tempo de parar e
juntos encontrar caminhos concretos que ajudem no futuro da humanidade. O tempo
tem se tornado uma ameaça, que só será vencida com o empenho de todos, também
com meu empenho, com seu empenho. Não podemos continuar olhando para o outro
lado, e ainda menos apoiando iniciativas que coloquem em risco o futuro da
humanidade, o teu futuro, o meu futuro, o nosso futuro.
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