A Assembleia
da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que está sendo realizada em Manaus
de 8 a 11 de agosto, ratificou o cardeal Pedro Barreto como presidente e três dos
vice-presidentes, Patrícia Gualinga, representante dos povos indígenas, a Ir.
Laura Vicuña Pereira Manso, representante da Vida Religiosa, e Mauricio López
Oropeza, em representação do laicato. Representando os presbíteros e diáconos,
foi eleito o padre Zenildo Lima, que substitui o cardeal Leonardo Steiner.
O padre
Zenildo Lima é presbítero da Arquidiocese de Manaus e atualmente é reitor do
Seminário São José de Manaus, onde se formam os candidatos ao presbiterato das
nove igrejas particulares do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB). Nascido em Manaus em 14 de outubro de 1968, foi ordenado
presbítero no dia 4 de agosto de 1996. Grande conhecedor da Igreja da Amazônia,
foi auditor na Assembleia de Sínodo para a Amazônia realizada de 6 a 27 de
outubro de 2019.
Perguntado
sobre o que representa para ele essa escolha como vice-presidente da CEAMA, o padre
Zenildo Lima afirmou que “mais do que representa para mim, o que representa
para uma caminhada da nossa Arquidiocese, uma caminhada do nosso Regional”. Segundo
ele, “uma experiência que a assembleia me proporcionou aqui foi de me
reencontrar nessa estrada de caminhada sinodal nessa Igreja da Amazônia”. Em
suas palavras, fez memória de quando começou participar dos encontros da Igreja
da Amazônia, sobretudo o Encontro de 1997, “A Igreja se faz carne e arma sua
tenda na Amazônia”. Ele resgatou o processo do Sínodo para a Amazônia com sua
presença e participação no Sínodo e nos desencadeamentos pós Sínodo, dizendo
não esperar que “um dia iria estar envolvido assim com estas implicações”.
O padre Zenildo
ressaltou que “mais do que um significado pessoal, que evidentemente tem
também, porque ajuda cada vez mais a sedimentar a identidade do meu ministério
como um padre amazônida, tem a ver com a caminhada da nossa Igreja, da nossa
Arquidiocese, da Igreja do Regional e da Amazônia dentro desse processo de
sinodalidade”.
Tendo em
conta que a CEAMA é uma das propostas do Sínodo para a Amazônia e dentro do
processo do atual Sínodo, o padre Zenildo Lima destacou que “o momento que nós
vivemos agora, ele é um momento dentro dessa trajetória, ele é um momento
dentro desta caminhada que é processual”. Ele recordou que “toda a dinâmica do
Sínodo para a Amazônia já chamava a atenção para esse aspecto da sinodalidade”.
Nesse sentido, “o lançamento da Episcopalis conmunio antes do Sínodo, já nos
chamou a atenção para essa nova configuração, para essa nova disposição
eclesial e eclesiológica a partir do Papa Francisco”.
“Hoje, ao
vivenciar essa experiência da Assembleia da CEAMA, que é uma experiência
inédita, é uma assembleia que está buscando muito mais aclarar caminhos,
definir algumas metas do que exprimir uma solidez maior”, ressaltou o novo
membro da Presidência. Uma assembleia que “está nos ajudando quase que a uma
descoberta da própria CEAMA e uma descoberta de caminhos da CEAMA dentro dessa
perspectiva do processo sinodal”, afirmou. Nessa perspectiva disse que “nós
estamos num processo, estamos num caminho que é sinodal, que vai nos tornando
cada vez mais claro, mas mais comprometedor também, tendo como horizonte o
Reino de Deus nessa perspectiva da ecologia integral”.
Lembrando
da perspectiva da parte para o todo a partir da territorialidade e da experiência
eclesial que buscava oferecer uma iluminação que fosse válida para toda a
Igreja, uma dinâmica vivenciada na fase do Documento Preparatório do Sínodo que
acabou também aparecendo no Instrumentum Laboris, enfatizou que “hoje, essa
experiência primeira de uma conferência eclesial, com uma presidência constituída
com essa diversidade vocacional, ministerial, de identidade da própria Igreja,
uma conferência que não é exclusivamente episcopal e sim uma conferência de expressão
do Povo de Deus, ela é salutar e ela é um indicativo”.
Por isso, o
reitor do Seminário São José de Manaus disse acreditar que “as experiências construídas
a partir da CEAMA, pode abrir perspectivas para a Igreja no mundo inteiro”. Ele
insistiu em ver a CEAMA como “uma referência inclusive para o Sínodo da
Sinodalidade. Quem sabe depois da CEAMA também tenhamos outras experiências de
conferências eclesiais ao longo de todo esse espaço aonde a Igreja católica
marca sua presença no mundo, como um sinal também para a sociedade”.
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