sábado, 16 de setembro de 2023

Raimundo Nonato de Oliveira ordenado presbítero da Arquidiocese de Manaus, início de uma “relação de Amor!”


A Catedral de Manaus acolheu neste sábado 16 de setembro, a ordenação presbiteral do diácono Raimundo Nonato de Oliveira pela imposição das mãos, pela oração-consagração e pela unção do cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo local. Tudo isso pela invocação do Espírito Santo sobre ele, a imposição das mãos e a consagração, segundo lembro o arcebispo em sua homilia, lembrando que lhe foi conferido “o ministério, serviço presbítero-sacerdotal”.

Comentando a primeira leitura, que narra a vocação de Samuel, o cardeal destacou “o movimento do menino que ainda estava aprendendo a escuta”, ele “vai aprendendo a sintonizar com a voz do Senhor”. Sem ainda saber quem o chamava, “o movimento tem beleza e atração: disponibilidade, prontidão! Disponibilidade, prontidão que o ensinará a escutar e levar à plenitude a sua missão de juiz e profeta”, segundo o arcebispo.

Diante das idas e vindas, Dom Leonardo disse que “a inocência matura quando permanece na atenção da escuta”. Um Deus que chama em todos os tempos, “convida a participar de sua vida, do seu Reino. Deus desejoso de que todos participem do seu amor expansivo. Em cada tempo, a cada pessoa, Deus convida e em cada tempo, cada filho e filha vai respondendo “aqui estou”! Muitos modos de participar da vida, da bondade, do amor, muito modos de responder, de viver o chamado, receber a vida e a missão”, enfatizou.


Um chamado que ressoou na catedral no “Eis-me aqui! Aqui estou!”, do ordenando, lembrou o arcebispo. Segundo ele, “como o caminho percorrido pelo pequeno Samuel, foi necessário ouvir, escutar, até poder responder, corresponder ao chamado”. Um chamado que tem sua fonte e razão no Evangelho, que destaca o amor e que é Deus que escolhe, destacou o cardeal Steiner. “Um amor expansivo, sem limites, que tudo cria e recria, tudo salva e redime, nada fora do Amor, mesmo quando não correspondência. Como o amor do Pai a cuidar, alimentar, transformar Jesus em salvação, redenção, conforto e esperança, vida nova, assim, amados e desejados, cuidados e confortados, renovados, transformados pelo Filho. Tudo na desmedida de um amor!”, afirmou.

Segundo Dom Leonardo, “a vida, a vocação, o ministério, o serviço, nasce dessa fonte inesgotável do amor do Pai e do amor do Filho e do Espírito Santo. A vida, a vocação, o ministério expressão da relação de amor! A vocação, o ministério, visibilização do amor que faz Deus ser Deus e que faz Jesus ser nosso caminho, verdade e vida no seu amor transformativo da Cruz. É no amor do Pai e do Filho e do Espírito que a vocação, a vida e o ministério alcançam a plena realização, a transfiguração. A vocação, a vida e o ministério que deveria ser como o Pai ama e, como Jesus ama, amamos.”.

A possibilidade da resposta vem da benevolência, da bondade”, afirmou o arcebispo, que insistiu em que é “uma escolha, uma vocação que não é nossa, pois recebida, oferecida. Por ser recebida como graça, se faz nossa na escuta, no empenho, na prontidão, na samaritanidade, na disponibilidade. Nossa quando em Cristo se faz serviço, servente! Disponibilidade para ser enviado, como Samuel”. Somos “enviados para um anúncio, para a proclamação do Reino de Deus. Fazer tinir aos ouvidos existenciais a boa Nova, a Boa notícia, a grande novidade: a vida venceu a morte: Reino Novo!”, segundo o presidente da celebração.



O cardeal insistiu em que “o ministério presbiteral, sacerdotal, não é um ofício, não é um status, não é poder, nem mesmo serviço. É relação de amor! É continuar a obra amorosa de Deus no meio da humanidade, serviço de visibilização do Reino!” Por isso pediu que “nós padres e diáconos, escutemos a Jesus: ‘Permanecei no meu amor’. Permaneçamos no amor de Jesus! Esse amor magnânimo, inconfundível, gratuito, ardoroso que veio ao encontro: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi’”. Ele insistiu em que “pudéssemos vislumbrar a fonte, a razão da nossa vocação, vida e ministério. Pudéssemos ser atingidos pela razão de ser da vida e ministério presbiteral, sacerdotal. É amor, irmãos e irmãs, nada mais”.

Escolhido, mas enviado. Escolhido para sair, escolhido para estar a caminho”, enfatizou o arcebispo. Ele disse que “a vocação, a vida, o ministério presbiteral é um movimento contínuo de sair, dar a vida; vida ofertada, oferenda! Escolhido e enviado para frutificar, um fruto duradouro, um fruto atrativo, um fruto oferta-oferenda. Fruto que é para os outros, também para tornar-se Eucaristia, oferta-oferenda. Se escolhido e enviado para amar, nada é nosso, tudo por Cristo, com Cristo e em Cristo!”

Lembrando as palavras da segunda leitura, que falava que “a multidão era um só coração e uma só alma”, lema de ordenação do novo presbítero, o cardeal definiu isso como “um bater e pulsar na força e vigor do Reino de Deus. Uma batida, uma percussão de amor que fez Deus ser um de nós como nós em Jesus. Uma só alma, um só sentir, uma só busca, um só servir; sempre sintonizado com Cristo Jesus. Uma alma: generosidade, gratuidade, magnanimidade, jorrar amor. Uma só alma, ao modo, ao jeito de Deus, insaciável na oferta da misericórdia, na vida em plenitude!”

Inspirado em palavras da Congregação do Clero, o cardeal afirmou que “pela ordenação, o presbítero faz-se mestre da Palavra, ministro dos sacramentos e guia da comunidade. Em nome de Cristo e em favor da Igreja, exerce esse tríplice múnus, através da mistagogia e da caridade pastoral, levando a comunidade à maturidade da fé, conduzindo-a ao serviço da vida plena”, que leva que “nasça e permaneça a graça de ‘um só coração e uma só alma’”.



Dom Leonardo convidou o novo presbítero a “ser um pastor, um presbítero, um discípulo-missionário-servidor, a exemplo de Jesus que propôs ‘quando deres um banquete, convida os pobres, os inválidos, os coxos e os cegos’”. Se dirigindo ao padre Raimundo disse: “exerce teu ministério num cuidado especial com os pobres e marginalizados. Sejas solicito na defensa da vida dos pobres”, lembrando as palavras do Documento de Aparecida e dos Atos dos Apóstolos. Mas também as palavras da Carta a Timóteo, lhe dizendo que “nessa disposição e disponibilidade verás crescer também em ti o desejo de ‘um só coração e uma só alma’”.

O cardeal agradeceu a família, as comunidades que despertaram nele a força do Evangelho, os formadores, e que esteve ao lado do ordenando com a oração, amizade. Ao ordenando lhe pediu na sua vida presbiteral faça ressoar, a cada dia, o salmo responsorial cantado na celebração, sendo assim “um presbítero agradecido, esperançado, vibrador das coisas de Deus e do seu Reino!”

O novo padre foi acolhido no presbitério da Arquidiocese pelo padre Gilson Pinto, coordenador da pastoral presbiteral da Arquidiocese de Manaus, que pediu “que a luz divina do Espírito Santo que o conduziu até este momento continue a iluminar o seu caminho, guiando-o a pastorear o rebanho com compaixão, amor e dedicação. Que a sua vida seja um exemplo vivo do serviço desinteressado e do amor ao próximo, inspirando a todos nós a seguir o mesmo caminho de fé e caridade”.

O novo presbítero início a seu agradecimento lembrando as palavras de São João Maria Vianney, que disse que o padre não é para si mesmo e sim para o povo de Deus, vivendo sua ordenação como uma expressão do olhar de misericórdia e de amor de Deus. O padre Raimundo agradeceu àqueles que o ajudaram para fazer realidade o sonho de ser ordenado, relatando algumas pessoas que fizeram parte de seu caminho vocacional.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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