O 5º Congresso Missionário Nacional, realizado
em Manaus de 10 a 15 de novembro, com o tema: “Ide! Da Igreja local aos confins
do mundo” e com o lema o “Corações ardentes, pés a caminho”, foi encerrado com uma
ordenação episcopal de um filho da terra, Dom Zenildo Lima, do clero da
Arquidiocese de Manaus, que agora será seu bispo auxiliar. Uma celebração, presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, com Dom Gutemberg Freire, bispo emérito de Coari, e Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho (RO), como bispos coordenantes, que
contou com a presença de quase 50 bispos, quase 200 padres e diáconos, de tudo o
povo de Deus, radiantes de felicidade vendo que um filho da terra, formado na
Amazônia, será bispo na Amazônia, com a benção de sua mãe, um momento de grande
significado, em que encomendou a Deus o ministério de seu filho.
Ungidos e enviados
Em sua homilia, o cardeal Leonardo Steiner,
arcebispo de Manaus, destacou na primeira leitura (cf. Is. 61,1-3a), o envio: ungidos
e enviados para oferecer a boa-nova aos pobres, curar as feridas da alma,
pregar a libertação aos cativos e a liberdade aos que estão presos. Discípulas
missionárias, discípulos missionários, todos enviados e enviadas aos confins de
tantos mundos para proclamar o tempo da graça, para consolar os que choram,
para ungir com o óleo da alegria os que sofrem. Assim como Jesus enviado pelo
Pai para ser a anúncio do Reino, assim todos, todas, enviados por Jesus para
anunciar, proclamar o Reino”.
Destacando o fato de sermos proclamadores,
proclamadoras, Dom Leonardo disse que “não anunciamos estruturas, não
transmitimos normas, não apresentamos moralismos”. Pelo contrário, “no
encontro com Jesus, somos enviados para anunciar o Reino da misericórdia, da
fraternidade, da esperança, do amor; a transfiguração, a plenificação”. Trata-se
da “proclamação e anúncio que deseja chegar aos confins de tantos mundos
desconhecidos, culturais, virtuais. Sim os confins, às beiradas, aos beiradões,
aos limites, especialmente onde a vida está por perecer pela violência da
destruição”.
Todas as criaturas fazem parte do Reino
O presidente do Regional Norte1 da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, fez um chamado a “proclamar a todas as
criaturas que elas fazem parte do Reino, que em Cristo todas as criaturas
se tornaram irmãs, que vivem na e da mesma casa comum, o Reino. Encontrados e
despertados, como os discípulos de Emaús, para a plenitude da vida visível na
morte e a ressurreição de Jesus, no morrer para transfigurar, Vida nova. É Ele
que faz arder os corações e agiliza, apressa, alegra os passos. A ordenação episcopal
torna visível a missão da Igreja, estarmos a caminho na alegria dos passos e corações
no ardor missionário”.
No Evangelho, o cardeal destacou que “Jesus
busca o coração de Pedro por três vezes: Pedro tu me amas?”, chegando Pedro
a entender que Jesus lhe pergunta “pelo amor que transcende à própria vontade,
um amor sublime, divinizado”, algo que Pedro só entende quando lhe pergunta
pela terceira vez: “gostas de mim, és meu amigo, sentes afeto por mim. E na
tristeza de Pedro nasce daquele toque sagrado em que percebe que Jesus deseja
ser amado com o amor que Pedro pode oferecer, deseja ser amado com sua humanidade,
a sua finitude, com a ternura de sua humanidade. Jesus busca a Pedro e lhe manifesta
que deseja pouco: a sua humanidade, o seu modo de amar, o amor de sua fraqueza”.
Dar a vida gratuitamente
Dom Leonardo disse que “Pedro acorda da sua
ingenuidade e responde que o ama com o amor que transcende à sua própria
vontade, um amor sublime, divinizado. Com o amor que recebeu de Jesus”, o que iluminou
com as palavras de Santo Agostinho e Guilherme de Saint-Thierry. Jesus desejava
despertar a Pedro, enfatizou o arcebispo de Manaus: “a tua humanidade és
capaz de dar a tua vida, é capaz de divinizar-te e dar a vida gratuitamente?
És capaz de morrer por mim?”, descobrindo nas palavras de Pedro que “pedes
apenas que na minha fraqueza possa dar minha vida por ti; eu darei a minha vida
por ti, servindo os irmãos e irmãs”.
Palavras que disse aquele que seria ordenado: “Zenildo,
se assim é: segue-me! Segue-me sem resistência, com todo o teu coração, com
todo o teu afeto, com toda a tua mente, com toda a tua pessoa; inteiro, por
inteiro, todo inteiro, de corpo e alma, dos pés à cabeça; segue-me na liberdade
do teu amor que de mim recebeste, cuidando dos meus irmãos e irmãs,
apascentando as minhas ovelhas”.
Segundo o presidente do Regional Norte1, “o
chamado, o envio, a missão, pede a resposta sagrada: sabes que te amo. O
chamado, o envio e a missão do bispo se fundamenta, cresce, amadurece e
plenifica na participação no amor de Cristo que deu a sua vida pela salvação do
mundo. É uma participação no amor de Jesus e, por isso, no serviço que o amor
oferece”. Ele lhe fez ver a Dom Zenildo que “partícipe da vida em Cristo
revestido de Cristo pelo batismo e ungido pelo Espírito na crisma, o Senhor
também te perguntou por duas vezes: Zenildo tu me amas? Sim, Senhor tu sabes
que te amo, então segue-me”, recordando a ordenação diaconal e presbiteral e
seu serviço “animando os irmãos e as irmãos nas Comunidades de nossa
Arquidiocese”.
Eu darei a minha vida por ti
Diante da pergunta pela terceira vez, desde a “humanidade
frágil e com o desejo de ser tomado pelo amor divino redentor, salvador,
libertador, tornando visível e audível que Ele deseja ser amado com tua
humanidade, a tua finitude, com a ternura de tua humanidade”, Dom Leonardo
disse: “eu darei a minha vida por ti, servindo os irmãos e irmãs. Senhor
que me sondas e me conheces, tens a minha fragilidade, a minha humanidade,
inclusive minha fragilidade física, o amor que de ti recebi para oferecer e
ofertar aos irmãos e irmãs que me forem confiados”.
Ele fez um convite ao ordenando: “Segue-me
sem resistência, com todo o teu coração, com todo o teu afeto, com toda a tua
mente, com toda a tua pessoa; inteiro, por inteiro, todo inteiro, de corpo
e alma, dos pés à cabeça; segue-me na liberdade do teu amor que de mim
recebeste, cuidando dos meus cordeiros, apascentando as minhas ovelhas”, e lhe
sugeriu a resposta: “Te seguirei por onde fores e para onde me enviares. Darei
a minha vida para apascentar, com o amor que recebi de ti, as tuas ovelhas, os
teus cordeiros. Também na fragilidade de meu corpo com as qualidades e virtudes
intelectuais que recebi. Com tudo que sou, eis me aqui porque tem amo!”.
Servir com alegria, liberdade, gratuidade
Da leitura da Carta aos Romanos, o arcebispo de
Manaus destacou “que somos muitos, mas em Cristo somos um só corpo e todos
membros uns dos outros. Os dons diferentes, de acordo com a graça é doação,
dádiva à comunidade”, enfatizando que “quem recebe o dom do serviço
espiscopal, sirva com alegria, liberdade, gratuidade”.
O cardeal Steiner foi destacando alguns
elementos do rito de ordenação episcopal: a unção, a ladainha, a imposição das
mãos dos bispos, e o que elas significam: comunhão, santificação, serviço,
cuidado-governo, anúncio, ensinamento, esperança, reconciliação. Ele lembrou
que “no episcopado nos tornamos anciãos, levantamos as mãos e deixamos que
outros nos cinjam. Já não vamos para onde conduzem nossos interesses, sonhos,
projetos pessoais. Vamos para onde nos conduz a mão da Palavra de Deus, a
missão, a necessidade da igreja particular, a preocupação e a dedicação para
com os pobres e despojados de dignidade. São as comunidades, os pobres a nos
guiar e revestir. Estendemos as nossas mãos para que nosso viver, servir,
pregar e cuidar, seja cingido por Aquele que derramou a vida por todos!”.
Aos presentes, o cardeal chamou a participar da missão episcopal de Dom Zenildo Lima “como discípulos missionários vivendo o Evangelho, e ele realizará plenamente a sua vocação e missão na Igreja e na sociedade”. Tudo isso fazendo vida as palavras do Salmo, que convidou a cantar um canto novo ao Senhor.
Um canto que se concretizou no rito de
ordenação, interrompido em diversos momentos pelas manifestações de alegria de
um povo que expressou a alegria que hoje invade a Igreja de Manaus, a Igreja do
Regional Norte 1 da CNBB, a Igreja da Amazônia. Um sentimento de gratidão
expressado pelo padre Danival Lopes, em nome do clero de Manaus; a Ir. Laura
Vicuña Pereira Manso, vice-presidenta da CEAMa, da qual Dom Zenildo Lima também
é vice-presidente; o Ir. João Gutemberg Sampaio, em nome da REPAM; Dom
Possidônio Carreira da Mata, bispo coadjutor da diocese de Bragança (PA), e nas
palavras do próprio Dom Zenildo.
Maravilha! Igreja Catolica está sendo uma potência contra às forças malignas. " A Bíblia diz: uma mulher te esmagadas a cabeça e tu (serpente) , lhes férias o calcanhar " !
ResponderExcluirA Mulher é a Igreja mordida mordida e ferida na Terra Santa , porém a mesma mulher continua numa marcha triunfal no mundo em Aparecida e na Santa Terra da Amazônia.
VIVA A IGREJA CATÓLICA APOSTOLICA ROMANA. AMÉM .
Irmã Helena Martini
Uma Igreja Manauara com cheiro de suas ovelhas.Paranens..
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