O padre
Yerisco Marcelino é Missionário Xaveriano. Nascido na Indonésia, depois de
cinco anos no México, mora no Brasil há dois anos. Em Belém (PA), ele trabalha
na animação vocacional e na animação missionária. Ele nos fala sobre a Missão
ad Gentes e sobre como promover essa missão além fronteiras.
O que significa
para o senhor a Missão ad Gentes?
Missão ad
Gentes significa ir além fronteiras, ir ao encontros dos outros. Esse espírito
nasce da nossa congregação, o espírito xaveriano. Nosso fundador, São Guido
Maria Conforti, ele sonhava que seus filhos, os xaverianos, efetivem a Missão
ad Gentes, que é levar a Palavra àqueles que ainda não a conhecem.
Uma Missão
ad Gentes que segundo está sendo debatido no 5º Congresso Missionário Nacional
quer ser assumida cada vez com mais força pela Igreja do Brasil. A Igreja do
Brasil durante muitos anos recebeu missionários e missionárias de outros
países, e aos poucos vai enviando presbíteros, religiosos, religiosas, leigos e
leigas para a Missão ad Gentes. Como fomentar ainda essa Missão ad Gentes na
Igreja do Brasil?
Uma das
falas deste Congresso que me chama muito a atenção é que a Missão ad Gentes é
um sinal de que uma Igreja tem a maturidade da fé. Estou muito feliz que
acompanhando os jovens na nossa casa de formação em Belém, tem muitos jovens
que estão interessados e querem assumir a missão além fronteiras. Sair da sua
cultura, do seu território geográfico, mas também sair para encontrar nas periferias
pessoas que estão precisando.
Recentemente
a Igreja universal realizou a primeira sessão da Assembleia Sinodal, onde foi
aparecendo a riqueza da diversidade. O senhor nasceu na Indonésia, passou pelo
México, agora no Brasil, realidades muito diversas e realidades eclesiais muito
diferentes. O que o senhor foi aprendendo, descobrindo, nesses diversos modos
de vivenciar a fé, nessas diferentes culturas que ao longo da sua vida foi
descobrindo?
Eu nasci na
Indonésia, cresci e realizei minha formação de base na Indonésia, continuei minha
formação no México, e agora no Brasil. São três realidades diferentes na
Igreja, na Indonésia, no México, no Brasil, mas temos só um Cristo que nos
mostra onde queremos chegar. Para mim um ponto chave é a humildade. A humildade
é um ponto chave para entrar na diversidade, seja cultural, seja na maneira de
pensar, a humildade me ajuda bastante a entrar, a me adaptar a novas
realidades.
Lembro que
quando quis aprender espanhol no México, se eu não tivesse humildade, eu não
teria aprendido espanhol. Eu aprendi falar com as crianças, e a partir dessa
experiência, eu refleti bastante que a humildade é uma janela para entrar na
diversidade. Minha adaptação com a comida brasileira, a Igreja do Brasil,
clima, comida, isso me ajudou bastante.
O senhor fala
da formação dos jovens da sua Congregação, sair da realidade, da própria
cultura, sair da zona de conforto para ir a outros lugares. Sentem os jovens,
os formandos, esse chamado de Deus para sair para a Missão ad Gentes?
Não é fácil
hoje encontrar jovens que tenham esse desejo cem por cento. Mas eu estou na
casa de formação e essa é uma maneira para ajudar a impulsioná-los a sentir esse
espírito de Missão ad Gentes. Esses jovens, temos três ou quatro jovens lá que
se estão interessando com a Missão ad Gentes, com testemunhos onde eles dizem,
padre, eu quero ir a servir as pessoas fora da minha realidade, eu quero ir a África,
eu quero ir a Ásia, e esses jovens estão se interessando. Meu trabalho é animar
e dar uma formação de verdade através do meu testemunho de vida, do que eu experimentei
através da minha caminhada de vida.
De tudo o
que foi aprendendo, na Indonésia, no México, na partilha de diferentes
realidades culturais e eclesiais, o que ainda carrega em sua bagagem e tenta
partilhar em seu trabalho no Brasil?
Aqui meu
principal trabalho é como animador vocacional da nossa província Brasil Norte. Meu
trabalho é de animação missionária e animação missionária vocacional. São dois
trabalhos que parecem diferentes, mas são o mesmo caminho, ajudar os jovens a
sentir esse chamado de ser missionários ad gentes. Também faço parte da Escola
Missionária Vocacional, que a gente criou na arquidiocese de Belém e a diocese
de Abaetetuba. Com o Comité Missionário Regional Norte 2 (COMIRE Norte 2),
estamos criando essa Escola Vocacional Missionária que já temos realizado dois
módulos neste ano. O objetivo desta Escola Missionária Vocacional é incentivar
as lideranças, os jovens, que querem sentir e abraçar esse espírito missionário.
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