Uma
assembleia com “um clima muito leve, de fraternidade, de comunhão”, que o bispo
da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, pensa que é devido ao fato de ter
começado com o retiro, o que “criou um clima de uma busca comum, intensa, mais do
que nas outras assembleias”. Isso o leva a dizer que “me sinto mais integrado a
esse corpo da Igreja católica, ao episcopado, na busca de comunhão e também de
caminhos para nossa Igreja no Brasil”.
Dom
Evaristo participou intensamente da celebração em que uma catequista de sua
diocese, dona Deolinda Melchior da Silva, indígena Macuxi da região Maturuca, no
município de Uiramutã, recebeu o ministério de catequista. Numa região de 70 comunidades,
algumas de difícil acesso, o bispo destaca dona Deolinda pela sua história. “Ela
vem de uma família de uma participação na Igreja muito antiga, uma família que
contribuiu muito no processo eclesial, mas também no processo de reconhecimento
da região da Raposa Serra do Sol como um território integral indígena”.
Segundo dom
Evaristo Spengler, “essa comunhão entre o social, a defesa do território, a
defesa da cultura indígena, da língua, ela participou de todo esse processo, e
já desde o pai dela vinha participando, e agora tem um sobrinho que terminou a
teologia, talvez seja ordenado no próximo ano. Uma família muito integrada na
Igreja e nas lutas sociais”. O bispo insistiu em defini-la como “uma pessoa de
muita fé. Dona Deolinda busca ter uma vida de oração muito profunda, e hoje até
a postura dela na Igreja chamava a atenção, como ela é respeitosa, como ela de
fato é acolhedora com o sagrado, porque a mística indígena, a espiritualidade
indígena, ela integra o todo, tudo fala de Deus, tudo respira Deus e ela manifesta
Deus na vida dela”.
Quando dom
Evaristo Spengler entregou a Bíblia à catequista indígena, o bispo se ajoelhou
e beijou a mão dela. Isso porque “dona Deolinda não representa uma pessoa
naquele momento, ela representa os povos indígenas do Brasil. Então, eu me
sinto humilde diante de uma história tão grande desse povo indígena que lutou
pela sua terra há 500 anos e, diante
dela, eu me ajoelhei e beijei a mão dela, porque eu trato ela com grande
respeito, porque ela simboliza o povo indígena que recebeu a Boa Nova de Jesus
Cristo, e agora se torna protagonista da evangelização, ela fez esse processo,
agora está evangelizando. É uma pessoa que foi evangelizada por pessoas que
vieram de fora, e ela se tornou uma protagonista do anúncio de Jesus Cristo e
da Palavra de Deus”.
Falando
sobre a evangelização, tema principal da 61ª Assembleia Geral da CNBB, dom
Evaristo Spengler disse que “algumas coisas são permanentes, a liturgia, a
espiritualidade, a catequese, o anúncio da Palavra, a caridade, a missão, é permanente”.
Ele disse que “o que me chama a atenção nessas diretrizes que estão sendo
propostas agora, é o espírito de pertença à Igreja, a diocesaneidade, a
participação da Igreja do Brasil e universal”.
O bispo de Roraima
afirma que “hoje a tendência é ser um cristão muito individual, que não precisa
da comunidade, que não precisa da sua paróquia, que não necessita da Igreja
universal e ele faz também a sua teologia”. Ele ressalta que “aqui estamos
diante de uma questão do comunitário, do espírito de pertença. Quando a pessoa
crê em Jesus Cristo, ela se torna anunciadora de Jesus Cristo, mas ela é também
formadora de comunidade. Esse espírito eclesial é muito forte nessas Diretrizes
que estão sendo propostas”.
“Isso vai chegando na base”, segundo dom Evaristo Spengler. Ele destaca que “esse
espírito de comunhão, de sinodalidade, criar conselhos e todos os níveis como
se propõe, já a Igreja tem essa tradição no Brasil, mas agora tentando alargar
a tenda Tudo isso vai ajudar de fato a nós termos cristãos mais conscientes no
futuro”.
Que respeito de tanta sabedoria de Dom Evaristo pelo povo indígena que são os primeiros povos do nosso País. Parabéns Dom Evaristo por tanta sabedoria e respeito ao povo indígena 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼🙏🏼🙏🏼🙏🏼🙏🏼
ResponderExcluirPessoa admirável! Saudades do tempo em que nos encontramos lá em Angola. paróquia Mártires de Uganda. Catepa, Malange
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