No 4º
Domingo da Páscoa, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner iniciou sua
reflexão lembrando que nos é oferecido a passagem do bom pastor, para a
meditação. “Somos provocados a contemplar a proximidade de Jesus
ressuscitado, o verdadeiro Cordeiro sem mancha que tira o pecado do mundo,
o verdadeiro Bom Pastor”, afirmou dom Leonardo.
Citando o texto
de Evangelho que diz: “Eu sou o bom
pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas”, o cardeal disse que “a figura, a imagem do
pastor que aparece na sagrada Escritura, está ligada ao cuidado. Ovelha o
somos, pois experimentamos o cuidado benevolente de Jesus. Ele a nos guiar,
confortar, oferecer vida, alimento, bebida, proteção. Somos a suas ovelhas e
Ele o nosso pastor”.
Lembrando que
Jesus diz: “Eu sou o bom pastor”, ele afirmou que “não um pastor qualquer”,
insistindo em que Jesus diz: “bom pastor”. Ele recordou que “pastor
significa cuidador, protetor, condutor. No texto grego encontramos a
palavra kalós para bom. Poderíamos
dizer: bom, belo; Pastor belo, o belo pastor. Belo o esplendor, o brilho da
manifestação de si mesmo, a beleza que se irradia da bondade e da verdade do
ser. O belo é, aqui, o esplendor, o brilho da auto manifestação, da verdade do
ser. Jesus é o belo pastor, pois nele brilha o esplendor da verdade, da
essência do ser pastor. Bom é aquilo que é segundo o Todo. Jesus, portanto, é o
bom pastor porque é o pastor “segundo o todo”, isto é, segundo Aquele Bom
originário, que é o único bom, que, em sua benignidade difusiva, comunica todo
o bem aos seres”, inspirado em Fernandes e Fassini,
“Um pastor que
guia pela bondade, o pastor guiado pela bondade; Ele a bondade a nos conduzir.
Quando diz sou a bondade que cuida, guia e conduz, está a dizer que sempre e em
todos os momentos, em todas a situações, em todos os desprazeres, em todas as
realizações, Ele a nos conduzir com sua bondade. Eu sou, é que está sendo
sempre, de modo intermitente, sem paradas, sem descuidos, sem cochilos, sem
desatenção. Eu sou! O meu ser é a bondade!”, segundo o arcebispo de Manaus.
Segundo dom
Leonardo, “é
Maternal, ressaltou
o arcebispo, “porque cuida preferencialmente, dedicadamente, cuidadosamente,
“Ele é sempre
presente, sem passado, sem futuro: ‘Eu sou’! Como se ressoasse aos nossos
ouvidos durante toda os dias da nossa vida: sou! Jamais deixa de ser a bondade
a nos cuidar. Sou! É extraordinário podemos nos dar conta que está sendo
sempre, não deixa de ser e não será: sou! Talvez, não consigamos intuir a
força da presença de Jesus, o Pastor. em nossa vida, na nossa cotidianidade.
É confortante ver que Ele em nenhum instante, nem segundo, nem milésimo de
segundo, nem um lampejo nos deixa com sua bondade cuidadosa. “Eu sou o bom
pastor”; está sendo sempre”, afirmou o cardeal.
Seguindo com o
texto, “o bom pastor dá a vida por suas ovelhas”, dom Leonardo Steiner destacou
que “esse modo do cuidado, de pastorear bem dito como dar a vida. Coloca a
sua vida à nossa disposição, a sua vida é nossa, mas a nossa na dele. A sua
bondade a nos carregar até sentirmo-nos as suas ovelhas amadas. Mais, até nos
darmos conta de que a bondade que nos tomou é a sua, a nos carregar”.
“O bom e belo
pastor se expos à morte, despojou-se de sua vida por nós suas ovelhas, o
tesouro de seu coração. Amou-nos até a morte e morte de cruz. Cuidou
bondosamente de nós até a morte concedendo-nos honra, grandeza e dignidade. O
pastor, o Cordeiro imolado, alimento, comida e bebida, para nós suas ovelhas,
sermos conduzidas à plenitude de vida as criaturas todas. Quando menor a
ovelha, quanto mais ferida a ovelha, quanto mais distante, mais bondade,
desvelo, busca”, afirmou o arcebispo de Manaus.
Dom Leonardo lembrou
que “somos neste domingo do evangelho do Bom Pastor, convidados a rezar pelas
vocações: Dia Mundial de Oração pelas vocações. Somos pelo batismo
chamados a participar da vida do Reino instaurado por Jesus com sua vida, morte
e ressurreição. Toda a pessoa batizada possa colocar-se à disposição de Deus
para, no exercício de uma vocação, edificar o Reino de Deus. O Reino da bondade;
participar da bondade do pastor”!
O Dia Mundial de Oração pelas Vocações, segundo o cardeal, “nos convida, a admirar o dom do chamado que Deus dirige a cada um de nós. O chamado para tomar parte no seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida. A vocação é o modo mais seguro que temos para alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo. A nossa vida se torna plenificada, realizada plenamente, quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e descobrimos o caminho que podemos percorrer para nos tornarmos sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz onde vivemos”.
O arcebispo
recordou as palavras de Papa Francisco em sua mensagem para o dia de hoje. “Ele nos ensina
que o Dia Mundial de Oração pelas Vocações traz gravada a marca da
sinodalidade: há muitos carismas e somos chamados a escutar-nos reciprocamente
e a caminhar juntos para os descobrir discernindo aquilo a que nos chama o
Espírito para o bem de todos. O Espírito nos chama a todos à participação da
vida nova do Ressuscitado. A vida do
Ressuscitado que nos quer peregrinos de esperança e construtores de paz. Toda
vocação é sinal do Ressuscitado! Sinal do Cristo que desperta a alegria de
viver em fraternidade por toda a eternidade. Que ninguém se sinta excluído do
chamado à vida do Ressuscitado! Cada um de nós, no seu lugar próprio, no seu
estado de vida, pode ser, com a ajuda do Espírito Santo, um semeador de
esperança e de paz”.
No Domingo do bom pastor, ele fez um convite a
pedir “a graça da fidelidade à vocação que recebemos. Sermos na vocação que recebemos a presença
benfazeja e afável do Bom Pastor. Peçamos para os nossos
jovens a graça de descobrir que a vida é bela e realizadora quando se serve com
amor e fidelidade. Eles não tenham receio de amar como Jesus amou, e dar a vida
como o fez Jesus. Tudo na liberdade de quem se sente amado e enviado por Deus.
Possamos ter jovens que ajudem a Igreja no serviço amoroso, na bondade do
pastor, sendo presbíteros, padres. Jovens que se dedicam à serviço amoroso do
Reino de Deus como religiosos e religiosas, como consagradas e consagrados. Jovens
que na vocação matrimonial visibilizem o amor do Reino”.
Citando o texto da
segunda leitura, nele destacou: “Sermos com Jesus Ressuscitado! A vocação na
dinâmica do amor é um estar sendo gerado; gestados por Deus”. Junto com
isso convidou a seguir a Jesus o bom pastor! “Sermos como Jesus o bom cuidador,
doador benevolente. Na vocação a que fomos chamados sermos como Jesus,
pastoras, pastores”!
Comentando a
primeira leitura, vê nos Atos dos Apóstolos, que “Sim em Jesus o bom pastor,
somos salvos. Ele a convidar para participarmos do mistério da salvação pela
sua bondade e pelo seu serviço e fidelidade. A vocação que recebemos é
participação no mistério salvífico de Jesus. É participação na sua vida!”
Finalmente, o
arcebispo de Manaus chamou a rezar pelos jovens: “Deus desperte neles a
generosidade de entregar sua vida no cuidado dos irmãos e irmãs;
deixarem-se tomar pela bondade que cuida”, encerrando suas palavras com as
palavras da Oração Coleta: “Senhor, conduzi-nos à comunhão das alegrias
celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza
do Pastor”.
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