O Projeto
Cuidar da Vida, prevenção ao suicídio de adolescentes e jovens, chega neste
final de semana em Manaus, onde 26 representantes dos Regionais Noroeste e o
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participam do
segundo encontro dos seis em que a Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB está
realizando em todo o Brasil. O primeiro foi em Cuiabá (MT), e depois deste de
Manaus, estão previstos mais quatro encontros em Recife (PE), Rio de Janeiro
(RJ), Imperatriz (MA) e São Paulo (SP).
O projeto, criado
por um grupo de 6 psicólogos e 1 suicidólogo, todos envolvidos na evangelização
das juventudes, diante do aumento do suicídio entre adolescentes e jovens, até
o ponto de ser a segunda causa de morte entre jovens de 18 a 29 anos, pretende capacitar
Agentes de Pastoral acerca da Prevenção do suicídio com o intuito de formar líderes
que possam, posteriormente, serem multiplicadores da formação de outras
lideranças locais. O trabalho deve ser realizado nos ambientes em que os
adolescentes e jovens se encontram.
Estamos
diante de “um tema tão delicado, que é a questão da saúde mental de nossos
adolescentes e jovens”, segundo o assessor da Comissão Episcopal para Juventude
da CNBB, padre Antônio Gomes de Medeiros Filho, SDB. Segundo o salesiano, “já
era uma situação desafiadora antes da pandemia da Covid19, e depois da pandemia
da Covid19 se tornou um imperativo, tem preocupado muito nossos pastores essa
questão da saúde mental, e então, a partir de um grupo de um grupo de trabalho
de psicólogos, suicidólogos e pastoralistas nasce o Projeto Cuidar da Vida”.
O encontro que
está sendo realizado em Manaus neste final de semana, “vai tentar ajudar as pessoas
que estão participando a tentarem identificar em seus trabalhos alguns sinais desta
situação, pessoas que estejam com a saúde mental fragilizada, numa perspectiva
de decorrência para a questão da tentativa de suicídio e perceber também toda
uma rede de apoio que deve se gerar em torno das pessoas”, segundo o assessor
da CNBB. Ele insistiu em “identificar nos poderes públicos a questão da importância
de uma rede de apoio para os jovens. Nessa busca, a gente quer ajudar nossos
agentes de pastoral a entrar nessa dinâmica também”.
A
organização das comunidades é vista pelo padre Antônio Gomes como um desafio
grande, tendo em vista que “a gente possa ter uma qualidade de vida melhor”.
Diante do aumento do suicídio, o assessor fala de questões sociais e
estruturais na sociedade brasileira, marcada por “desigualdades gritantes no
nosso país”, ressaltando a “separação entre empobrecidos e gente que se
enriquece”, o que demanda “sonhar com um mundo melhor, um mundo mais
igualitário, mais fraterno, mais solidário”.
Geslane
Dourado é uma jovem da Pastoral da Juventude da diocese de Roraima, considera
importante o curso dado a ansiedade, depressão, que sofrem muitos jovens na
sociedade atual. Ela reconhece que “ainda é um tabu falar sobre a questão da saúde
mental”. Nessa perspectiva afirma que “trabalhar essas questões com as juventudes
é bom porque são os principais públicos que são afetados com relação a isso, e
aí muitos jovens se sentem sozinhos e acabam se suicidando”, dentre eles jovens
que participam da Igreja, insistindo em trabalhar na prevenção.
A jovem diz conhecer jovens que tentaram suicídio, e hoje se encontram num estado de saúde melhor. Inclusive amigos de amigos próximos dela que já se suicidaram, “jovens que a gente menos espera, que estão dentro da caminhada pastoral, que estão conversando com a gente ali, que a gente pensa que está tudo bem, mas que no fundo, a gente não conhece como está a saúde de todos”.
Ir. Zaira
Borges, religiosa das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que faz parte da coordenação
de pastoral da arquidiocese de Porto Velho (RO), considera que “é um tema muito
gritante a saúde mental dos nossos adolescentes e jovens, e tem sido esse grito
dentro dos nossos grupos, da sociedade como um todo”. A religiosa ressalta que “depois
da pandemia parece que aflorou ainda mais a questão do suicídio, da saúde
mental”, considerando “pertinente buscar mais recursos sobre a temática e prevenir
para que os nossos jovens e adolescentes não acabem entrando também nessa
situação”.
Isso
demanda, afirmou a religiosa, que nas bases aumente o número de “multiplicadores,
pessoas que conheçam sobre a temática para estar repassando para as comunidades
e depois buscar ajuda”, indicando essa ajuda para as pessoas que sofrem adoecimento
mental.
Ao longo do
minicurso será abordada a questão da prevenção do suicídio, definindo o que é o
suicídio; os mitos e tabus; os dados atuais; os fatores de risco: violência
física, homofobia, bullying, cyberbullying, ansiedade, depressão; a doutrina
eclesial e suicídio; ações preventivas: fortalecimento de redes; importância da
espiritualidade. No programa também aparece a questão do pósvenção, as tentativas
não concretizadas e concretizadas (luto), sequelas físicas, depressão, recorrência;
lidar com quem sofre: família, o grupo de jovens, colegas da escola.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
Que lindo! Trabalho maravilhoso em favor da vida. Deus abencoebquem está organizando e seus participantes. Me uno em oração por vocês..
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