No dia 10
de maio de 2021, o Papa Francisco assinou a Carta Apostólica sob forma de Motu
Próprio “Antiquum Ministerium”, pela qual se instituiu o Ministério de Catequista.
Aos poucos, catequistas têm sido instituídos nesse ministério, um passo dado no
Regional Norte1 na celebração realizada nesta quarta-feira 18 de setembro, como
parte da Assembleia Regional que está sendo realizada em Manaus de 16 a 19 de
setembro de 2024, com o tema “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”.
Na
celebração, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1,
cardeal Leonardo Steiner, ele lembrou que em 2012, no Sínodo para a Nova Evangelização,
a Igreja do Brasil pediu a instituição do ministério de catequista, algo que
foi lembrado ao Papa Francisco posteriormente em diversos momentos pela Presidência
da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), dado que esse é o
ministério mais importante.
Segundo o
cardeal, “é tão extraordinário nós vermos e percebermos como nossa Igreja está
na mão dos catequistas, é tão extraordinário ver que onde tem bons catequistas,
boas catequistas, que as nossas comunidades são vivas, porque o catequista é
para a comunidade, a catequista é para a comunidade, é da comunidade que nascem
os catequistas”, mostrando o que acontece na África, onde são os catequistas
que dirigem as comunidades, o que foi testemunhado pelo bispo da diocese de
Roraima, dom Evaristo Spengler, que foi missionário em Angola, mostrando o
grande compromisso dos catequistas para sustentar a fé, sobretudo no tempo da
guerra que assolou o país, quando grande parte das comunidades do país não
podiam contar com a presença dos presbíteros.
Um
testemunho que levou o presidente do Regional Norte1 a dizer que “talvez nós,
no Brasil, não demos a importância devida a esse ministério”, afirmando que “com
a instituição do ministério, talvez nós consigamos retomar a importância do
catequista, da catequista, na vida das nossas comunidades”. Catequistas que muitas
vezes continuam perseverantes, mesmo quem vai avançando em sua idade, que “tem
o dom de transmitir a vida do Evangelho”, pessoas com idade demais na
transmissão do caminho do Evangelho, que conseguem entusiasmar.
“Ao
instituirmos hoje aqui em nosso Regional esses irmãos e irmãs como catequistas,
que já são, mas agora instituídos conforme o nosso Ritual, que nós possamos
cada vez mais mostrar às nossas comunidades a grandeza desse ministério”,
destacou o cardeal Steiner. Ele lembrou a importância de pessoas que “permanentemente
na comunidade estão introduzindo às pessoas, não são catequistas de passagem,
foram instituídos para a comunidade”.
O arcebispo
de Manaus enfatizou que “é uma grandeza poder levar as pessoas até a presença
de Jesus”. Seguindo o texto da Primeira Leitura do dia, “nos despertar para que
só o amor realmente permaneça em nós”, disse o arcebispo de Manaus. Segundo
ele, “a esperança nós precisamos enquanto caminhamos, porque às vezes caminhamos
na desesperança diante de tantas dificuldades. Mas o que permanece mesmo é a
caridade. A fé não precisaremos depois, a fé não permanece, mas permanece o
amor, porque é no amor que vive a Trindade, e definitivamente seremos inseridos
no amor da Trindade, viveremos no amor da trindade para sempre”, sublinhou o
cardeal, que fez um chamado a levar essa grandeza para os irmãos e irmãs, pois
diante das crises e quedas, “permanecêramos sempre de novo na atração de um
amor que é para sempre”.
Aos que receberam
o ministério de catequista, ele pediu “que possam nos ajudar nesse caminho”,
ressaltando que “a Igreja vive desses ministérios, porque desses ministérios todos
nós participamos”, dizendo que “o primeiro catequista da diocese deve ser o
bispo”. Ele pediu “que nós possamos no nosso Regional, cada vez mais, iluminar
a vida das nossas comunidades com o ministério da catequese e que esse
ministério nos ajude realmente a sermos uma Igreja viva, uma Igreja da
esperança, uma Igreja que realmente é missionária, uma Igreja que quer levar o
Reino de Deus, que quer viver o Reino de Deus, uma Igreja que não deixa de lado
o profetismo, uma Igreja que sabe estar ao lado dos pequenos, dos pobres, uma
Igreja que sempre de novo acolhe a todos, não tem medo de acolher a todos,
porque todos, todos, são destinados a participar da vida da Trindade, e isso
para sempre”.
Cada bispo
instituiu no ministério de catequista a catequistas das igrejas locais que
fazem parte do Regional Norte1. Uma dessas catequistas é Vagna Gomes,
coordenadora da Iniciação à Vida Cristã na diocese de Roraima. Ela afirma que “essa
instituição vem como um sopro do Espírito na nossa Igreja para reconhecer o
serviço do catequista”. São catequistas que hoje são desafiados a “sentir o
outro”, para “partilhar a Palavra de Deus a partir da experiência da vida”, ressaltando
a importância de sentir a realidade que o catequista está evangelizando. “Um
serviço que sai da comunidade para servir à comunidade, alguém do povo que não deixa
de ser do povo, não deixa de ser comunidade”, sublinhou a catequista instituída.
Parabéns! Desde 2021, era aguardado esse momento na Igreja.
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