“O Sínodo,
como a fé cristã, é fundamentalmente uma experiência de Cristo, e se não formos
a essa experiência não vivemos a fé cristã em toda a sua profundidade”, disse o
subsecretário do Sínodo, Dom Luis Marín de San Martín, na Sala Stampa do
Vaticano, analisando o processo sinodal pelo qual a Igreja está passando, algo
que ele conhece de seu serviço na Secretaria do Sínodo.
Processo sinodal, um filho do Vaticano II
Em suas
palavras, ele lembrou que “o processo sinodal é filho da eclesiologia do
Vaticano II, sobretudo da Lumen Gentium”, insistindo que vale a pena reler e
aprofundar esses documentos, e lembrando que é algo que “vem de mais longe, não
é uma invenção, não é algo que o Concílio descobriu”.
Diante
dessa situação, Marín de San Martín assinalou que “a mudança que temos que
fazer é que a Igreja é sinodal em sua essência, assim como a Igreja é
missionária, assim como a Igreja é comunhão em si mesma”. Nesse sentido, ele
disse que “isso vem da Igreja primitiva. É por isso que as fontes são a Sagrada
Escritura, os Padres da Igreja, o Magistério, a história, o desenvolvimento
canônico”, algo que ‘nos faz ver que a Igreja é essencialmente sinodal’.
Um processo que depende de todos e de cada um
Lembrando
que “tudo isso é um processo”, o subsecretário do Sínodo exclamou: “como eu
gostaria do que que tudo mudasse de um dia para o outro”. No entanto, “não há
varinhas mágicas, as coisas não mudam de um dia para o outro, são processos de
renovação, e dependerá de cada um de nós, de nossas paróquias, de nossas
dioceses, de nossos grupos, tornar tudo isso concreto”.
Diante
desta dinâmica, o bispo agostiniano insistiu em que “todo este processo sinodal
não pode ficar nos princípios, nas ideias, deve descer à prática, deve descer
ao nosso mundo, deve descer à nossa realidade concreta”, destacando a
importância das paróquias, das pequenas comunidades. Nesse sentido, ele lembrou
a reunião de párocos, realizada em abril e maio, onde surgiu o tema. “Todo
processo de renovação deve ser de baixo para cima, não de cima para baixo, deve
vir de baixo para cima, da realidade, da vida cotidiana”, algo que ele disse
acreditar estar sendo vivenciado no Sínodo.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
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