quarta-feira, 5 de março de 2025

Francisco pede na Campanha da Fraternidade “deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”


Na Igreja do Brasil, o tempo da Quaresma ée acompanhado há mais de 60 anos pela Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom.”

Mais um ano, o Papa Francisco tem enviado uma mensagem à Igreja do Brasil com motivo da Campanha da Fraternidade, felicitando aos bispos brasileiros “pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos.” O Santo Padre lembra em suas palavras que “com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Laudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.”

Francisco recorda seu propósito com nestes documentos: “chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual ‘crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior’ (Laudato Si’, 217).” Igualmente, o texto cita a alerta de São João Paulo II em 17 de janeiro de 2001 sobre o cuidado da Casa Comum, onde disse que era “preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que tornou a humanidade mais sensível.”

O Papa louva “o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo”, e pede “que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.”



No texto, Francisco lembra que “o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.”

Para o itinerário quaresmal, o Papa espera “dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu.” Igualmente, ele disse fazer votos que “a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.”

Votos que Francisco confia “aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida”, concedendo sua Bênção Apostólica “a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.”



MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CF 2025

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Com este dia de jejum, penitência e oração, iniciamos a Quaresma deste Ano Jubilar da Encarnação. Nesta ocasião, desejo manifestar a minha proximidade à Igreja peregrina nessa Nação e felicitar os meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos e que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a passagem da Escritura na qual, contemplando a obra da criação, “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31).

Com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta EncíclicaLaudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.

Nestes documentos, quis chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual “crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” (Laudato Si’, 217). Neste sentido, o meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era “preciso estimular e apoiar a “conversão ecológica”, que tornou a humanidade mais sensível” (Audiência, 17 de janeiro de 2001) ao tema do cuidado com a Casa Comum. 

Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.

O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.

Desejo que esse itinerário quaresmal dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu. Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 11 de fevereiro de 2024, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes.

FRANCISCUS


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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