Queremos fazer memória de Aparecida, a V Conferência
Geral do Episcopado Latino-americano, "da qual ainda temos muito a
aprender", nas palavras do Santo Padre, que continua a apresentar
desafios. Um deles é assumir definitivamente as reflexões do Concílio Vaticano
II, que queria tornar realidade uma Igreja da qual "todo o Povo de Deus é
parte", segundo o Papa Francisco, onde "rezamos, falamos, pensamos,
discutimos, procuramos a vontade de Deus". Ele alertou para a necessidade
de "esta assembleia eclesial não ser uma elite, separada do povo santo e
fiel de Deus", uma vez que "todos fazemos parte do Povo de
Deus", e de oração, "para que o Senhor possa fazer sentir o nosso
pedido de estar conosco a partir daí".
Existem muitas instituições da Igreja na América
Latina e no Caribe, como foi dado a conhecer na apresentação da Assembleia, através
do testemunho de bispos, religiosos e religiosas, sacerdotes, diáconos, leigos
e leigas. Aparecida afirma que "somos todos discípulos missionários",
nas palavras do presidente do Conselho Episcopal Latino-americano - CELAM, uma
Igreja Povo de Deus, na qual "cada batizado é chamado a ser um
protagonista da missão", segundo Dom Miguel Cabrejos. Nas suas palavras,
afirmou que esta Assembleia Eclesial sem precedentes está na perspectiva da
sinodalidade, reunindo o Magistério Pontifício do Papa Francisco, de Evangelii
Gaudium a Fratelli Tutti, e os seus apelos à conversão.
Estamos perante uma Assembleia "que pretende
acompanhar o profundo e urgente processo de renovação e reestruturação do
CELAM, inspirados pelos 4 sonhos do Papa na Querida Amazônia", segundo o
seu presidente. Uma Assembleia que aspira "a ter uma participação plena e
ampla de todo o Povo de Deus peregrino na América Latina e no Caribe", que
quer dar relevância "ao nosso ser e estar no meio dos gritos dos
empobrecidos e da irmã mãe terra neste tempo de pandemia". Dom Cabrejos
encorajou "todos os homens e mulheres que compõem a Igreja de Cristo na
América Latina e Caribe" a participar no processo de escuta numa
perspectiva sinodal, que terá início no segundo trimestre deste ano.
O tema da Assembleia Eclesial da América Latina e do
Caribe, "Todos somos discípulos missionários em saída", é "um
forte apelo aos que professam a fé cristã católica", nas palavras do Dom
Walmor Oliveira de Azevedo. Ele chamou a ser "mais missionários,
cultivando a proximidade que este tempo exige, sendo presença transformadora na
vida das pessoas". O Presidente do Episcopado brasileiro
sublinhou a necessidade de corresponsabilidade para com o próximo, de "ser
a presença de Jesus no quotidiano das pessoas", como forma de
anunciar o Evangelho, de ser uma Igreja em saída.
Ao fazer uma grata memória de Aparecida, o Cardeal
Rodriguez Maradiaga, vê a assembleia como "uma proposta restauradora e
regeneradora", que vai além do episcopal para se tornar sinodal, "com
uma metodologia representativa, inclusiva e participativa, como foi o Sínodo da
Amazónia", no qual o cardeal hondurenho foi um dos padres sinodais. Nessa
memória de Aparecida, o Cardeal Brenes recordou que "ali o Espírito Santo
marcou algumas diretrizes, as diretrizes da conversão pastoral e da missão
continental". Esse mesmo Espírito deveria impelir-nos a "fazer das
nossas Igrejas uma Igreja em saída, uma Igreja missionária", insistiu o
Segundo Vice-Presidente do CELAM.
Estamos perante uma assembleia que "o Santo Padre
segue de perto e com grande interesse", segundo o Cardeal Marc Ouellet,
algo que também é assumido por ele e pela Comissão para a América Latina, a que
preside. O cardeal canadiano salientou que "vemos nesta iniciativa um
sinal profético para o futuro da Igreja, porque não só os bispos estão
reunidos, mas também todos os participantes do povo de Deus". Nas suas
palavras, convidou "a pensar na cultura vocacional na América
Latina", que toca todas as vocações.
O presidente do episcopado mexicano convidou os
participantes para a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe.
Segundo Dom Rogelio Cabrera, "queremos recordar, mas também queremos
traçar novos caminhos", ser uma Igreja de discípulos missionários, para
alcançar "o sonho da fraternidade universal e da amizade social". Não
podemos esquecer que estamos perante a oportunidade de "discernir os novos
desafios, à luz das riquezas que o Documento de Aparecida nos traz", nas
palavras de Dom Jorge Eduardo Lozano. É um encontro de todas as vocações,
porque "desde o momento do batismo fazemos parte da vida da comunidade
cristã", de acordo com Dom Lozano.
O logotipo mostra o mundo em que o Barco de Pedro
navega, onde estamos todos, a grande biodiversidade latino-americana, e a
presença e companhia da Virgem Maria simbolizada nesta estrela, de acordo com o
Secretário-Geral do CELAM. Ele definiu a preparação para a Assembleia de três
maneiras: a espiritual, a escuta e o encontro.
Ao falar sobre a forma de realizar a Assembleia, Dom
Alfonso G. Miranda Guardiola, partiu da ideia de que "a pandemia detonou a
criatividade da Igreja". Esta assembleia, nas palavras do secretário do
episcopado mexicano "será realizada de forma híbrida, ou mista", com
pessoas que estarão presentes na Cidade do México, e outras em locais
alternativos em cada um dos países que compõem o CELAM, tentando "envolver
toda a Igreja da América Latina e do Caribe, para que possam participar de
forma virtual".
Que lindo! Vamos ajudar como Igreja a voltar aquela América Profética!
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