No último domingo, nosso arcebispo, Dom Leonardo
Steiner, no final da missa celebrada na Catedral de Manaus, dizia que “a vacina
é o único meio que nós temos de superar esse momento pandémico, a vacina é a
única saída”. Só assim vamos poder superar as graves consequências que a
pandemia está provocando no Amazonas, sobretudo em Manaus.
Os números oficiais nos dizem que já são mais de 309
mil contagiados no Estado do Amazonas, que a morte tem se instalado como uma
realidade próxima da vida do povo. No Amazonas, até 23 de fevereiro, faleceram
10.573 pessoas vítimas da Covid-19, delas 7.479 em Manaus. A situação mais
grave está sendo vivenciada em 2021, com a segunda onda da doença, que tirou a
vida de 5.288 amazonenses e 4.099 manauaras, em menos de dois meses.
São números assustadores, porque a morte do povo
sempre é algo que mexe com a gente. Quando não é assim, quando tem gente que
diz que é isso mesmo, que não tem outro jeito, é porque estamos diante de gente
sem empatia, sem sentimento, diante de gente que não é gente. É aí que a gente tem
que dizer que vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida. Isso se você
é gente, isso se você se preocupa com a vida, se dá valor àquilo que deve ser
mais apreciado pelo ser humano, a vida própria e a vida dos outros.
Somos desafiados a cobrar do poder público um processo
de vacinação rápido e para todos, algo que não está acontecendo, pois a cada
dia muda a conversa, mais uma prova de que a gente está nas mãos de gente sem
capacidade de se organizar para cuidar da vida do povo. Mas também somos
desafiados a cobrar daqueles que não querem receber a vacina, para que eles
assumam a necessidade de ser vacinados. As vezes são pessoas próximas,
inclusive pessoas com que a gente convive. Faze-los ver que a vacina não é uma
opção, que ela é uma obrigação para quem se diz cidadão.
Numa sociedade onde as fake news tomaram conta da vida
do povo, onde tem gente que acredita mais em conversa de WhatsApp do que em
posicionamento de cientistas que passaram anos estudando, nós somos desafiados
a nos posicionarmos e deixar claro qual dever ser o caminho a seguir. E o
caminho a seguir é claro: “vamos cuidar, vamos colaborar, mas na primeira
oportunidade que cada um, cada uma tiver, deixe-se vacinar, procure vacinar”,
que nos dizia Dom Leonardo no último domingo.
A gente não pode se confiar, a situação ainda é grave.
Se a segunda onda chegou em Manaus e teve consequências tão graves foi pela
falta de cuidado do poder público e da população. Agora a gente tem mais uma
arma para vencer a guerra contra a Covid-19. A vacina, na medida em que seja
tomada por todos, vai se tornar caminho para superar um cenário de doença e de morte.
Não podemos olhar para o outro lado, não podemos pensar que isso não é com a
gente. Mais uma vez, podemos dizer que o caminho a seguir é claro, vacinar-se
não é uma opção, é um ato de amor à vida.
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