segunda-feira, 19 de abril de 2021

Povos Indígenas do Javari chamam “a fazer uma reflexão sobre o destino do nosso planeta”



“Nós povos originários, não podemos comemorar a morte dos nossos Líderes que já se foram nesta data”, são as palavras com as quais a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, abre uma nota lançada neste 19 de abril em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas.

Num cenário de morte, incrementado pela pandemia da Covid-19, os povos indígenas do Vale do Javari, que divide o Brasil do Peru, na Diocese de Alto Solimões, onde existem vários povos em isolamento voluntário ou em contato inicial, denunciam que estão sendo empurrados ao precipício. Isso se faz visível em que “os rios, floresta e todo território originário estão sendo alterado”. Diante da morte dos povos indígenas, a nota afirma que “nosso inimigo revira a terra em nome do ‘progresso’ nitidamente ganancioso, nocivo e austero. Eliminatório!”.

Isso é algo que os povos da floresta, tradicionalmente guiados pelo Bem Viver, dizem não compreender, “essa busca alucinante por riqueza, que chega ao ponto de destruir seu próprio chão”. Diante disso, sua proposta é que 19 de abril seja um dia de Resistência, que quer ser uma “homenagem às centenas de Lideranças que já foram caladas, e um dia os nossos filhos e filhas, irão dar continuidade e assim será até o último índio”.




A situação atual é consequência de um governo que já advertiu suas intenções “nenhum centímetro de terra seria demarcado para índio". Essas palavras foram proferidas pelo atual presidente da República na campanha eleitoral. Se trata de “uma maneira de eliminarmos, aliás, a maneira mais cruel e violenta”, enfatizam os povos indígenas do Vale do Javari. Mesmo assim, eles insistem em que “nós continuaremos na Luta!”.

Diante dos planos de aniquilar os povos indígenas, “forjados nos porões da covardia”, os povos rezam “pela preservação do planeta”. Junto com isso, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari incentiva “nossos jovens que a nossa existência depende da preservação do território, pois um índio sem-terra, floresta e rios é uma pessoa sem identidade”.

A mensagem é um convite “a fazer uma reflexão sobre o destino do nosso planeta, pois a cada árvore derrubada, é um copo d'água à menos que podemos oferecer aos nossos filhos”, fazendo um chamado “para combater esse ‘progresso devastador´”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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