domingo, 8 de agosto de 2021

Dom Ionilton: “Ouvir o grito dos infelizes e ajuda-los a se libertarem do que lhes causa sofrimento”



Os problemas da nossa vida podem nos tirar o gosto de viver”, uma ideia que Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira disse hoje na homilia do 19º Domingo do Tempo Comum, atualizando a experiência de Elias narrada no Primeiro Livro dos Reis, onde ele pediu para si a morte.

Segundo o bispo da Prelazia de Itacoatiara, “a experiência de Elias é a nossa experiência, ou seja, é uma experiência humana”. Diante disso, ele insistiu em que “faz-se necessário manter nossa comunhão com Deus e com os outros”. Mas também refletiu sobre a necessidade de “fortalecer nosso serviço pastoral de atendimento a quem enfrenta os problemas humanos e sociais: fome, doença, desemprego, drogas, ataques à democracia, aprovação de projetos de leis no Congresso que ameaça os povos indígenas, ribeirinhos, pequenos agricultores”.

“O projeto de Deus para nós é a vida”, enfatizou Dom Ionilton, afirmando que “Deus tem para nós uma vocação e missão”. Segundo ele, “precisamos enfrentar os problemas com esta convicção da fé: Deus quer que vivamos, Deus quer que estejamos a serviço da vida”, se questionando se estamos agindo “para ajudar quem sofre, para libertar quem está vivendo passando grandes provações?”

Seguindo o que Dom Ionilton chamou de bons conselhos de Paulo, recordou o “Espírito que mora em nós desde o nosso batismo”, de “trabalhar para pôr fim as maldades que existem no mundo que vivemos: as injustiças, a destruição do meio ambiente, as violências, as mentiras (fake news) nas redes sociais e meios de comunicação”. Junto com isso ele pediu que “Não nos cansemos de fazer o bem. Não deixemos o mal prevalecer jamais”. O bispo da prelazia de Itacoatiara fez um chamado a, imitando a Deus, “ouvir o grito dos infelizes e ajuda-los a se libertarem do que lhes causa sofrimento”, e a rezar pelas famílias, “para que a família viva o amor”.



Dom Ionilton refletiu sobre a murmuração, propondo que “em vez de murmurar vamos conversar, dizer o que pensamos, colocar-nos à disposição para ajudar, pedir explicação do que se ouve e não apenas falar mal”. Também refletiu sobre a Eucaristia, afirmando à luz da reflexão do Sínodo para a Amazônia, que “milhares de católicos e católicas não podem receber a Eucaristia, porque faltam ministros que fazem a Eucaristia acontecer; porque faltam recursos para que os ministros possam ir mais vezes até as comunidades ribeirinhas e de estrada”. Diante dessa realidade, no Mês Vocacional, pedia rezar “para que a Igreja encontre caminhos para que todos possam receber todo domingo a Jesus, o Pão Vivo descido do céu”.

No final da homilia, o bispo refletiu sobre realidades atuais, o Dia dos Pais, que ele definiu como “participante da obra criadora de Deus Pai”, como aquele que “não apenas gera uma nova vida, mas cuida, acompanha, educa, protege”, questionando como os filhos e filhas cuidam dos pais. Também falou sobre a vacina, mostrando os números no Brasil e no Amazonas, insistindo em que “ainda precisamos continuar tomando todos os cuidados para derrotar a Covid-19: isolamento, máscara, higienização”.

Também abordou uma questão que está gerando polêmica nas últimas semanas, o voto impresso, colocando a posição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que apoia a votação eletrônica, afirmando que “achamos desnecessário retroceder ao tempo do voto impresso”, recordando a nota emitida nesta semana pelo Pacto pela Vida em apoio ao presidente do TSE que foi ofendido publicamente pelo presidente da República. Junto com isso, pediu oração “para que o Senado derrube o PL que foi aprovado esta semana na Câmara dos Deputados, que se for aprovado e virar Lei, vai trazer muito prejuízo para o meio ambiente no Brasil e aqui na Amazônia”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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