“Ester
não foi egoísta, não pensou somente nela”, afirmava Dom José Ionilton Lisboa de
Oliveira em sua homilia na festa de Nossa Senhora Aparecida. Segundo o bispo de
Itacoatiara, “Ester pensou em seu povo”.
A atitude de Ester levou
o bispo a pedir que “aprendamos de Ester e pensemos em nós e em nosso povo!”,
um povo “ameaçado pela Covid, pela fome, pela violência, pelo tráfico de drogas
e de pessoas, pela destruição da Floresta Amazônica, pela contaminação de nossos
rios pelo veneno do agronegócio e das mineradoras, por falta de políticas
públicas, pela retirada de direitos”.
Comentando a passagem do
Evangelho deste dia, o bispo insistiu em que “a Mãe de Jesus estava presente: ela está sempre presente na vida da gente”, descrevendo-a como intercessora,
como aquela que “antecipa-se para ajudar, não espera ser solicitada, age
preventivamente”.
A única, autêntica e
exclusiva mensagem de Nossa Senhora para nós, segundo Dom Ionilton é “Fazei o
que Ele vos disser”. Por isso, fez um chamado a que “acolhamos e busquemos
colocar em prática este conselho de nossa Mãe Maria”.
Dai o bispo chamou a se
perguntar: ”estou fazendo o que Jesus me manda fazer?”, a seguir o exemplo dos serventes daquela Festa em Caná.
Refletindo sobre Nossa
Senhora Aparecida, a imagem encontrada em 1717, no Rio Paraíba, interior de São
Paulo, falando de como foi se construindo a devoção em volta dela, Dom Ionilton
insistiu em que “a imagem aparece a três pescadores: gente simples,
trabalhadores”. Ela aparece no meio da lama, “vem no
escondimento, de onde não se espera”.
Junto com isso, o bispo
da Prelazia de Itacoatiara lembrou que “aparece com a cor negra, quando em 1717
existia a escravidão dos negros no Brasil”. Por isso, afirmou que “aparece para
ser solidária com o povo negro, explorado, discriminado, comprado e vendido
como mercadoria, excluídos”. Daí ele fez um convite a, como devotos de Nossa
Senhora Aparecida, sermos solidários.
Solidários “aos negros em
geral, aos negros nos quilombos, aos povos indígenas ameaçados em seus
territórios e em suas culturas, desempregados, pessoas em situação de rua,
crianças abandonadas e vítimas de tráfico humano, mulheres que sofrem
violências domésticas, vítimas do trabalho escravo e da exploração sexual,
dependentes químicos, os enfermos, os idosos sem apoio da família, as famílias
que perderam um membro por causa da Covid, os ribeirinhos afetados pela
enchente e esquecidos pelos poderes públicos, os pescadores artesanais
prejudicados pelas empresas de pesca e pelo turismo ecológico, os moradores das
periferias de nossas vilas e cidades sem nenhuma assistência e apoio, as
famílias em crise de relacionamento ou passando dificuldades de manutenção e
sobrevivência, vítimas das notícias falsas...”
O desafio é imitar a maneira
de ser e agir de Nossa Senhora. Algo que o bispo iluminava com as palavras do
Papa Francisco em sua visita ao Santuário de Aparecida, em 2013, onde fez um
chamado a conservar a esperança, deixar-se surpreender por Deus e viver
na alegria.
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