Fazer política é
uma necessidade na vida de todo ser humano, uma obrigação para todos os
cristãos. No final das contas, fazer política é cuidar do que é comum, buscando
fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Infelizmente, muitas
pessoas dizem abertamente: “Eu não me interesso por política”, uma afirmação
que deveria nos levar a refletir como sociedade, mas também como Igreja, pois
são muitos os católicos que dizem abertamente que fazer política não é coisa de
Deus.
Diante disso, o
grande desafio é fazer com que as pessoas se encantem com a política, uma
proposta que o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, com o apoio da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem lançado neste ano de 2022.
No dia 2 de outubro, as eleições determinarão o rumo de um país a cada dia mais
polarizado e dividido, consequência daqueles que não se interessam pela
verdadeira política e sim por uma política que só quer defender a qualquer
custo o interesse de pequenos grupos de poder.
Em um país onde o
voto é obrigatório e onde muita gente vota porque tem que votar, é decisivo
refletir sobre aquilo que determina as escolhas dos candidatos aos diferentes
cargos públicos no poder executivo e no poder legislativo, entendendo as
consequências do voto em cada um dos diferentes poderes.
Quando a gente
professa a fé cristã é obrigado a entender que a política é “a forma sublime de
caridade”, e junto com isso a se preocupar com a justiça e a fraternidade,
elementos que não podem ficar de fora de uma sociedade que quer ser lugar onde
se vive a cidadania. Ser cidadão é um direito, mas diante da atual realidade
social temos que nos perguntarmos: Todos os brasileiros e brasileiras tem hoje
carta de cidadania?
O Brasil é um país
onde os direitos cidadãos não atingem à totalidade da população. Isso na medida
em que um bom número de brasileiros e brasileiras ficam de foram de políticas
públicas garantidas pela Constituição do país e que devem fazer parte da vida
de todas as pessoas. Quando a gente se encanta com a política, quando somos
conscientes do que significa a política na prática, vamos descobrindo aquilo
que falta na vida das pessoas e lutando para que isso se torne uma realidade na
vida de cada cidadão.
Para fazer
política, o diálogo é uma atitude da qual a gente não pode abrir mão. Na medida
em que vamos confrontando as ideias que cada um tem em relação com a construção
de um mundo melhor para todos e todas, vamos nos encantando com a política e
aprendendo a respeitar àqueles que por caminhos diferentes também querem fazer
realidade esse mundo melhor para todos e todas.
Essa totalidade é
condição necessária para que a política seja verdadeira, para que aos poucos
todos possamos nos encantar e dialogar em busca de caminhos comuns. A sociedade
se constrói na medida em que todos nós nos implicamos, nos encantamos e tomamos
consciência que juntos somos mais, que a felicidade não pode ser privilégio de
pequenos grupos e sim algo a ser promovido em beneficio de todos, também
daqueles que não pensam igual a gente.
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