quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Política: não diga que não lhe interessa, se encante com ela e faça realidade um mundo melhor


Fazer política é uma necessidade na vida de todo ser humano, uma obrigação para todos os cristãos. No final das contas, fazer política é cuidar do que é comum, buscando fazer realidade um mundo melhor para todos e todas. Infelizmente, muitas pessoas dizem abertamente: “Eu não me interesso por política”, uma afirmação que deveria nos levar a refletir como sociedade, mas também como Igreja, pois são muitos os católicos que dizem abertamente que fazer política não é coisa de Deus.

Diante disso, o grande desafio é fazer com que as pessoas se encantem com a política, uma proposta que o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem lançado neste ano de 2022. No dia 2 de outubro, as eleições determinarão o rumo de um país a cada dia mais polarizado e dividido, consequência daqueles que não se interessam pela verdadeira política e sim por uma política que só quer defender a qualquer custo o interesse de pequenos grupos de poder.

Em um país onde o voto é obrigatório e onde muita gente vota porque tem que votar, é decisivo refletir sobre aquilo que determina as escolhas dos candidatos aos diferentes cargos públicos no poder executivo e no poder legislativo, entendendo as consequências do voto em cada um dos diferentes poderes.

Quando a gente professa a fé cristã é obrigado a entender que a política é “a forma sublime de caridade”, e junto com isso a se preocupar com a justiça e a fraternidade, elementos que não podem ficar de fora de uma sociedade que quer ser lugar onde se vive a cidadania. Ser cidadão é um direito, mas diante da atual realidade social temos que nos perguntarmos: Todos os brasileiros e brasileiras tem hoje carta de cidadania?



O Brasil é um país onde os direitos cidadãos não atingem à totalidade da população. Isso na medida em que um bom número de brasileiros e brasileiras ficam de foram de políticas públicas garantidas pela Constituição do país e que devem fazer parte da vida de todas as pessoas. Quando a gente se encanta com a política, quando somos conscientes do que significa a política na prática, vamos descobrindo aquilo que falta na vida das pessoas e lutando para que isso se torne uma realidade na vida de cada cidadão.

Para fazer política, o diálogo é uma atitude da qual a gente não pode abrir mão. Na medida em que vamos confrontando as ideias que cada um tem em relação com a construção de um mundo melhor para todos e todas, vamos nos encantando com a política e aprendendo a respeitar àqueles que por caminhos diferentes também querem fazer realidade esse mundo melhor para todos e todas.

Essa totalidade é condição necessária para que a política seja verdadeira, para que aos poucos todos possamos nos encantar e dialogar em busca de caminhos comuns. A sociedade se constrói na medida em que todos nós nos implicamos, nos encantamos e tomamos consciência que juntos somos mais, que a felicidade não pode ser privilégio de pequenos grupos e sim algo a ser promovido em beneficio de todos, também daqueles que não pensam igual a gente.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

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