O Regional
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vive com alegria o
carinho do Papa Francisco pela Amazônia, uma atitude que teve um grande gesto
com a nomeação cardinalícia de Dom Leonardo Steiner, metropolita da província eclesiástica
de Manaus.
O Cardeal
da Amazônia, que relatando sua estadia em Roma com motivo do consistório
destacou a grande esperança que a Igreja universal está depositando na Igreja
da Amazônia, dizendo esperar que “demos passos para que a Igreja possa dar
passos”.
Dom
Leonardo, que presidiu a Eucaristia que deu início aos trabalhos do segundo dia
da Assembleia, que acontece de 19 a 22 de setembro de 2022, representadas nos
mais de 70 participantes da 49ª Assembleia do Regional e nos seminaristas das
dioceses e prelazias que se formam no Seminário São José, insistiu mais uma
vez, como tem feito desde que conheceu sua nomeação, que seu cardinalato “é mais
um gesto do Papa Francisco em relação às nossas igrejas que estão na Amazônia,
não é uma questão pessoal”.
O cardeal
Steiner se referiu às palavras do Papa Francisco quando ele entregou os
distintivos cardinalícios, onde mostrou “o olhar dele para as igrejas que estão
na Amazônia, não um olhar para os bispos, um olhar para a Igreja que está na
Amazônia”. Uma Igreja que “procurou nesse tempo todo ser uma Igreja encarnada,
uma Igreja participante das dificuldades, das tensões, das injustiças”, insistindo
em que estamos diante de “um pequeno sinal do Papa Francisco do que ele espera
de nós como Igreja que está aqui encarnada e procura ser uma Igreja consoladora
e libertadora”.
Agradecendo os presentes que cada uma das dioceses
e prelazias do Regional entregaram para ele, que definiu como “bonitos e significativos”.
Como já tinha feito na homilia, Dom Leonardo destacou a importância da Palavra,
um elemento presente em seu lema episcopal. “O Verbo feito carne”. Uma Palavra
presente nas igrejas do Regional, uma Igreja que “no meio das intempéries nós
vamos nos gestando uma Igreja na força da Palavra”.
“Uma Palavra que vai nos gestando, nessa dinâmica da maternidade da Palavra”, afirmou o purpurado, que vê a Palavra como aquilo que “vai tornando a vida cada vez mais harmónica, para que a vida chegue a sua plenitude e se torne palpável e visível”. O cardeal Franciscano lembrou do pedido de Francisco de Assis aos seus irmãos, chamando-os “a que concebessem a Palavra e a dessem à luz”.
Uma Palavra
que ao se tornar luz aparece como “Palavra consoladora, Palavra de Vida”, que vai
nos transformando e nos tornando na Palavra irmãs e irmãos. Uma Palavra que em
nós se torna visível, sensível, uma Palavra que vai formando, gestando
comunidades através de séculos, algo que na Amazônia faz parte da vida das
comunidades mais distantes, que “são gestadas continuamente pela Palavra”.
Uma Palavra
que vai se tornando visível “nos nossos gestos, na nossa proximidade, na nossa
samaritaniedade, no nosso despojamento, nosso esvaziamento, no nosso
acolhimento. Uma Igreja presente, ativa, transformadora, libertadora, que nós
queremos ir meditando nesses dias, uma Igreja que realmente vai se encarnando”.
Uma Igreja que, segundo Dom Leonardo, “vai percebendo que sem a Palavra, ela
não liberta”, insistindo em “como estamos hoje necessitados de uma libertação”.
Uma Palavra que “ajuda a transformar as nossas realidades sociais, e por que
não dizer, as nossas realidades políticas”.
No Evangelho
do dia, Dom Leonardo também disse ver “uma Palavra de esperança, uma Palavra
iluminadora para perseverarmos nesse caminho que estamos trilhando há tanto
tempo, um caminho que é uma herança de uma Igreja que caminhou tanto através
dos séculos”. A partir daí mostrou seu desejo de continuar caminhando “numa
Igreja que sai, que todos somos povo de Deus, uma Igreja profundamente sinodal”.
Uma Igreja onde
o Verbo se fez carne e habita os beiradões, as aldeias, os quilombos, os assentamentos,
as periferias. Uma Igreja que com seu cardeal, reafirma seu compromisso como
Igreja junto aos povos que habitam nossa Querida Amazônia, a exemplo de
Santarém, numa encarnação na realidade e evangelização libertadora, caminho de
comunhão, participação e missão.
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