A Comissão
para a Amazônia apresentou nesta segunda-feira, 24 de abril, aos participantes
da 60ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada em Aparecida de 19 a
28 de abril, os passos dados no último quadriênio. Um momento que começou com a
lembrança e agradecimento ao cardeal Cláudio Hummes, durante uma década
presidente da Comissão, e de Dom Jayme Chemello, primeiro presidente.
Uma Comissão
que é “expressão do compromisso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de
apoio solidário e fraterno à Igreja que está na Amazônia”, segundo enfatizou o
cardeal Leonardo Steiner, presidente da Comissão para a Amazônia. Ele lembrou
os princípios: Colegialidade episcopal, sinodalidade, ecologia integral, Igreja
com rosto amazônico, escuta ativa e atenta, e diálogo com as outras comissões episcopais,
dioceses e instituições.
Dom José
Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, apresentou as ações
do quadriênio, centradas no Sínodo para a Amazônia: preparação, articulação do processo
de escuta, diálogo com as dioceses, produção de material, sistematização das
escutas, organização das ações a presença dos bispos brasileiros em Roma,
organização e lançamento da Exortação Pós-Sinodal Querida Amazônia,
Acompanhamento das ações pós-sínodo e diálogo com a Conferência Eclesial da
Amazônia (CEAMA).
A Comissão
para a Amazônia organizou de 6 a 9 de junho de 2022 o encontro Santarém 50 anos,
“um encontro que foi expressão de gratidão a Deus por ter encorajado tantos
irmãos leigos e leigas, religiosos, religiosas, padres, bispos, a adentrarem
nas diversidades desta Amazônia para anunciar o Evangelho”, segundo lembrou Dom
Roque Paloschi. “Um encontro sustentado na encarnação na realidade e uma
evangelização libertadora”, elementos que fundamentaram o documento 50 anos
atrás. “Um encontro que foi uma pequena assembleia sinodal, que quis atualizar
um texto muito simples, mas muito prático em termos de evangelização”.
O arcebispo
de Porto Velho lembrou das palavras do Papa Francisco para o encontro, como
“motivo de especial alento”, considerando-o “ocasião de intensa ação de graças
ao Altíssimo pelos frutos da ação do Divino Espírito Santo na Igreja que está
na Amazônia – durante estas últimas 5 décadas – e por quanto a mesma inspira”.
Ele destacou que “as intuições daquele encontro serviram também para iluminar
as reflexões dos padres sinodais, no recente Sínodo para a região
Pan-Amazônica”, lembrando que o Papa pediu aos participantes que “sejam
corajosos e audaciosos, abrindo-se confiadamente à ação de Deus”, e através do
Espírito, “anunciar o Evangelho com novo empenho e a contemplar a beleza da
criação”.
A Comissão
para a Amazônia em parceria com a REPAM-Brasil teve Incidência Política com
diversos posicionamentos. Em 2019 foi denunciado a devastação da Amazônia, os
ataques aos povos tradicionais e os ataques aos defensores de direitos humanos
na Amazônia, que gerou uma audiência pública na Câmara dos Deputados e a
elaboração de um relatório amplo sobre os direitos humanos na Amazônia, segundo
lembrou Dom Evaristo Spengler, bispo da Diocese de Roraima e presidente da
REPAM. Em 2021 uma carta aberta ao Povo Brasileiro em decorrência do encontro
virtual dos Bispos da Amazônia. Junto com isso a criação em 2022 do Boletim “Amazônia
no Congresso”, a Campanha “Eu Voto pela Amazônia” e a Carta “Tempo de Sonhar”.
Em 2023, a criação de um núcleo multidisciplinar de direitos humanos e
incidência em parceria com a REPAM.
Um quadriênio
em que a Comissão para a Amazônia potencializou a formação em diferentes aspectos,
segundo relatou a Ir. Maria Irene Lopes, secretária da Comissão, como foi o
curso de guardiões e guardiãs da casa comum, diferentes temas sobre ecologia
integral, materiais sobre a Campanha da Fraternidade.
O cardeal
Steiner visitou o Povo Yanomami, em nome do Papa Francisco e da CNBB, num
momento difícil, insistindo em que “nós víamos no semblante dos indígenas o
deseje de ouvir uma palavra de proximidade”. O presidente da comissão destacou
a presença significativa e profundamente encarnada da Igreja de Roraima em meio
aos povos indígenas, lembrando que o Santo Padre e a CNBB enviaram ajuda para a
Diocese de Roraima, uma ajuda também agradecida por Dom Evaristo Spengler, que
lembrou a ajuda de algumas dioceses do Brasil.
A Comissão
para a Amazônia incentivou várias campanhas nos últimos anos, como foi a Campanha
Laudato Si´, destacando a importância do filme “A Carta” nessa campanha. Junto
com isso diversos períodos de mobilização como a Semana Laudato Si´, Junho Verde,
o Tempo de Criação ou a Campanha Amazônia Sem Fome.
Junto com o
relatório da Comissão para a Amazônia foi apresentado pela Ir. Regina da Costa
Pedro, diretora das POM, o 5º Congresso Missionário, que será realizado em
Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023. O Congresso tem como Tema “Ide da Igreja
local aos confins do mundo”, e como lema “Pés a Caminho”. A religiosa
apresentou os eixos temáticos, que tem como ponto de partida a escuta do
Espírito e a primazia da graça, abordando o despertar da consciência
missionária, a universalidade da missão, a catolicidade. Junto com isso, o objetivo
geral, em vista de impulsionar a missão ad gentes, os 7 objetivos específicos, e
a metodologia, que busca despertar a responsabilidade da Igreja local na missão
ad gentes e na cooperação missionária. Um congresso que espera reunir mais de
800 participantes.
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