Como Igreja em saída, empenhada na defesa da casa comum e dos pobres, com um rosto amazónico e sinodal. É assim que a CEAMA se vê, como afirma o Comunicado Final de sua Assembleia Ordinária (ver aqui) realizada em Manaus de 8 a 11 de agosto de 2023. Uma assembleia que eles definem como "o primeiro momento oficial constitutivo e organizativo, após a aprovação dos estatutos da Conferência pelo Papa Francisco".
Uma nova etapa para a Igreja na Amazônia
Um
comunicado que fala de gratidão a quem quis “ser expressão de uma Igreja que
caminha sinodalmente, conscientes de que somos continuadores de uma história
que não se iniciou agora e que se inspira nas proféticas palavras do papa São
Paulo VI: ‘Cristo aponta para a Amazônia'". Uma assembleia que valorizou
as sabedorias e espiritualidades ancestrais dos povos indígenas, "com as
quais desejamos continuar escrevendo a nossa história e favorecendo o
surgimento de uma nova fase para a Igreja da Amazônia, assumindo sempre
mais as conclusões e propostas do Sínodo Especial sobre a Amazônia", e dos
passos dados desde 1972 em Santarém.
Os
participantes da Assembleia falam de desafios e preocupações, que ajudam a
encarnar o Sínodo para a Amazônia, conscientes da "necessidade de sermos
capazes de aprender, desaprender e reaprender com os povos da Amazônia,
para com eles saber enfrentar os desafios e sermos como um ‘perfume novo’ na e
para a Igreja universal". Entre os desafios estão a rejeição do magistério
do Papa Francisco em alguns lugares e grupos, o clericalismo e os crimes
cometidos contra a vida e o bioma amazónico e os territórios dos povos
indígenas.
A carta
denuncia a falta de preocupação dos políticos com a gravidade da crise
socioambiental, solidarizando-se com o povo equatoriano devido ao clima de
violência e destacando a importância da realização da Cúpula Amazónica, apesar
da "tímida e vaga resposta dos presidentes dos países da Amazônia reunidos em Belém, em
relação ao desafio das mudanças climáticas e as ameaças ao bioma amazônico, e
ignorando as vozes dos povos indígenas e da sociedade civil", bem como a
proteção do Parque Nacional Yasuní, no Equador, da exploração petrolífera, e
outras situações presentes na Amazônia.
Caminhar em harmonia e sinergia
Reconhecem-se
alguns sinais de esperança, vendo como desafio uma maior comunicação e clareza
em relação aos papéis e à articulação entre a CEAMA e a REPAM, e a relação com
as diferentes Conferências Episcopais e com a vida consagrada e a sua presença efetiva
nos territórios amazónicos, com a consequente ressonância e impacto ao nível
das bases. Há um desejo de "caminhar em harmonia e sinergia",
e insiste-se na escuta, no diálogo e na ação.
Mais uma
vez é sublinhada a "consciência da importância da região não somente para
os amazônidas, mas para toda a humanidade, alargando o nosso horizonte para
toda a Igreja universal e para toda a nossa casa comum". Nessa perspectiva,
sentem-se "confirmados e chamados como CEAMA a sermos continuadores do
movimento itinerante do Espírito", destacando a importância da nova
composição da presidência, "totalmente coerente na sua representatividade
com a sinodalidade para a qual desejamos caminhar".
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