Os
missionários e missionárias da Tríplice Fronteira Peru – Colômbia – Brasil, que
trabalham no vicariato de San José del Amazonas, vicariato de Letícia e diocese
de Alto Solimões se reuniram nos dias 16 e 17 de agosto de 2023 na reserva
Ágape, em Letícia.
Os
encontros têm se instaurado como um costume nessas igrejas e acontecem
periodicamente, buscando caminhos comuns no trabalho evangelizador no meio de
povos que se sentem irmãos. Neste encontro, o tema foi “A Mística dos Povos
Originários em diálogo interreligioso na Missão”.
Os
participantes do encontro puderam partilhar com os assessores e assessoras,
dentre elas, Maritza Nafaro, licenciada em etnoeducação e antropologia social.
Ela ajudou o grupo aprofundar o processo de colonização no Tríplice Fronteira a
partir de dados históricos e dos povos presentes em esta realidade.
Entre
os pontos refletidos, foi colocado que o processo de globalização tem adentrado
nas comunidades indígenas e gerado muitas vulnerabilidades, dentre elas, a
perca da identidade, da cultura, dos costumes, do espírito comunal. Estas situações tem gerado fragmentações nas comunidades
indígenas y fragilizado os processos de resistência.
No
encontro se fizeram presentes representantes dos povos originários da região,
que contribuíram a partir de suas cosmovisões. O grupo foi agraciado com a
valiosa contribuição dos representantes dos povos originários, dentre eles Jacobo
Pirro, líder indígena do povo Murui Muina, Sixto Ramos, pajé maior e sábio do
povo ticuna da comunidade Progreso, Colômbia, Luis Pereira, sábio e líder do
povo ticuna na comunidade de Nazareth, Colômbia.
Os
indígenas partilharam suas cosmovisões e o sentir-pensar de seus povos desde o
cultivo de sua espiritualidade cotidiana. Em suas partilhas foi possível sentir
também muitas feridas abertas geradas pelo processo colonizador e como seguem
resistindo até os dias de hoje a partir da força da palavra vida e da
espiritualidade.
Os
participantes do encontro refletiram sobre algumas perspectivas a serem
desenvolvidas no trabalho missionário na região: criar espaços de diálogos e
processos possíveis para trabalhar nas comunidades indígenas o perdão, a cura
das feridas históricas; tomar consciência e refletir mais as intervenções
pastorais a partir das cosmovisões dos povos amazônicos; evangelizar sem
destruir culturas; escutar com o coração.
Com
informações da Ir. Lizete Soares da Cunha - IIC
Foi um momento muito importante. Os povos indígenas tem muito a nós ensinar e tornar nossa Espiritualidade mas abrange e mais profunda. Obrigada
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