O Regional
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), está
realizando na Maromba de Manaus, de 1º a 3 de dezembro o Seminário da Campanha
da Fraternidade 2024, que tem como tema Fraternidade e Amizade Social, e como
lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, com a participação de mais ou menos 25
pessoas das nove igrejas locais que fazem parte do Regional.
A Campanha da
Fraternidade, que em 2024 está fazendo 60 anos, “ela é o maior projeto de
Pastoral de Conjunto que o Brasil tem”, segundo o padre Alcimar Araújo, vice-presidente
da Caritas Arquidiocesana de Manaus e um dos assessores do encontro. Uma
campanha que chega até as últimas comunidades, e que “é necessário retomá-la
como espaço de conversão, como instrumento de conversão na Quaresma, pessoal,
comunitário, eclesial e social”, insistiu.
Padre Alcimar, que aprofundou no ver, na análise da realidade social e eclesial, destaca que “é um desafio construir a sociedade a partir desse projeto da
fraternidade”, dizendo ser “muito importante que a gente retome isso porque
isso é uma característica da Igreja, a vida comunitária, a vida fraterna, a
vida solidária, a vida partilhada, a importância de uma para o outro. Se a
gente como Igreja não vive, não semeia, não testemunha tudo isso que brota do Evangelho,
do nosso seguimento de Jesus, a gente faz uma Campanha vazia e só de palavras”.
Uma Campanha
que “é para nós, é para a Igreja, é para a Igreja do Regional, é para a Igreja
do Brasil”, afirmou o assessor. Segundo ele, nós somos convidados, nós somos
convocados a voltar a Jesus, a voltar ao Evangelho, à originalidade do
Evangelho, e viver de verdade a fraternidade, a bondade a misericórdia, o amor”.
A Campanha
da Fraternidade, “é um convite a alargar a nossa tenda para acolher muitas
outras pessoas”, segundo Padre Alcimar Araújo. Ele lembrou que “estamos em um
mundo extremamente plural, diverso, e a gente não pode ignorar essa
diversidade, a gente tem que se abrir a isso, a ter a capacidade de dialogar,
ter a capacidade de conversar, de ir ao encontro”. O assessor destacou o convite
do Papa Francisco a “construir pontes e fazer uma cultura do encontro”, algo
que ele considera muito desafiante para nós, chamando a ser sal, luz e fermento
na sociedade.
Igualmente
destacou que a Campanha é um chamado a perceber os sinais presentes na
sociedade que precisam ser estimulados, fazendo um chamado a “promover outros sinais,
outros encontros, outros caminhos de fraternidade, caminhos de comunhão para que
a gente, em confronto com a sociedade, possa ajudá-los junto com a gente a construir
um mundo melhor”. Algo que é expressão do reinado de Deus que deve espalhado
por tudo quanto é lugar, o que ele vê como responsabilidade da Igreja, esperando
propostas que possam criar “esses espaços de alargamento da tenda e de ir ao
encontro dessas pessoas que pensam diferente da gente, que tem outro olhar
sobre si e sobre o mundo, sobre a sociedade, mas ajudá-los a entender que todos
somos irmãos e irmãs”.
Em uma Igreja
sinodal, “ao retomar o tema da fraternidade, a gente está retomando uma coisa
que é essencial a nossa fé”, segundo padre Alcimar Araújo. Ele a considera “uma
questão fundamental para sobrevivência da Igreja como fermento, como sal, como
luz, como testemunha de que a fraternidade, nós acreditamos nisso, nós vivemos
isso, buscamos isso”, destacando que “não é fácil, porque o diferente nos
confronta, o diferente às vezes causa em nós algum tipo de rejeição”.
Viver no
caminho da fraternidade leva a ver o diferente como um complemento, uma visão nova,
um modo diferente de viver, segundo o assessor. Ele coloca como tarefa “oferecer
a todos o que somos, o que temos, o que acreditamos e testemunhamos”,
considerando sua retomada como algo fundamental para a vida comunitária da
Igreja, dado o individualismo exacerbado imperante, presente nas comunidades e que tem dificultado a relação comunitária, o que demanda superar a auto
referencialidade.
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