sábado, 2 de dezembro de 2023

Padre Alcimar Araújo: A CF “é um convite a alargar a nossa tenda para acolher muitas outras pessoas”


O Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), está realizando na Maromba de Manaus, de 1º a 3 de dezembro o Seminário da Campanha da Fraternidade 2024, que tem como tema Fraternidade e Amizade Social, e como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, com a participação de mais ou menos 25 pessoas das nove igrejas locais que fazem parte do Regional.

A Campanha da Fraternidade, que em 2024 está fazendo 60 anos, “ela é o maior projeto de Pastoral de Conjunto que o Brasil tem”, segundo o padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Caritas Arquidiocesana de Manaus e um dos assessores do encontro. Uma campanha que chega até as últimas comunidades, e que “é necessário retomá-la como espaço de conversão, como instrumento de conversão na Quaresma, pessoal, comunitário, eclesial e social”, insistiu.

Padre Alcimar, que aprofundou no ver, na análise da realidade social e eclesial, destaca que “é um desafio construir a sociedade a partir desse projeto da fraternidade”, dizendo ser “muito importante que a gente retome isso porque isso é uma característica da Igreja, a vida comunitária, a vida fraterna, a vida solidária, a vida partilhada, a importância de uma para o outro. Se a gente como Igreja não vive, não semeia, não testemunha tudo isso que brota do Evangelho, do nosso seguimento de Jesus, a gente faz uma Campanha vazia e só de palavras”.

Uma Campanha que “é para nós, é para a Igreja, é para a Igreja do Regional, é para a Igreja do Brasil”, afirmou o assessor. Segundo ele, nós somos convidados, nós somos convocados a voltar a Jesus, a voltar ao Evangelho, à originalidade do Evangelho, e viver de verdade a fraternidade, a bondade a misericórdia, o amor”.



A Campanha da Fraternidade, “é um convite a alargar a nossa tenda para acolher muitas outras pessoas”, segundo Padre Alcimar Araújo. Ele lembrou que “estamos em um mundo extremamente plural, diverso, e a gente não pode ignorar essa diversidade, a gente tem que se abrir a isso, a ter a capacidade de dialogar, ter a capacidade de conversar, de ir ao encontro”. O assessor destacou o convite do Papa Francisco a “construir pontes e fazer uma cultura do encontro”, algo que ele considera muito desafiante para nós, chamando a ser sal, luz e fermento na sociedade.

Igualmente destacou que a Campanha é um chamado a perceber os sinais presentes na sociedade que precisam ser estimulados, fazendo um chamado a “promover outros sinais, outros encontros, outros caminhos de fraternidade, caminhos de comunhão para que a gente, em confronto com a sociedade, possa ajudá-los junto com a gente a construir um mundo melhor”. Algo que é expressão do reinado de Deus que deve espalhado por tudo quanto é lugar, o que ele vê como responsabilidade da Igreja, esperando propostas que possam criar “esses espaços de alargamento da tenda e de ir ao encontro dessas pessoas que pensam diferente da gente, que tem outro olhar sobre si e sobre o mundo, sobre a sociedade, mas ajudá-los a entender que todos somos irmãos e irmãs”.

Em uma Igreja sinodal, “ao retomar o tema da fraternidade, a gente está retomando uma coisa que é essencial a nossa fé”, segundo padre Alcimar Araújo. Ele a considera “uma questão fundamental para sobrevivência da Igreja como fermento, como sal, como luz, como testemunha de que a fraternidade, nós acreditamos nisso, nós vivemos isso, buscamos isso”, destacando que “não é fácil, porque o diferente nos confronta, o diferente às vezes causa em nós algum tipo de rejeição”.

Viver no caminho da fraternidade leva a ver o diferente como um complemento, uma visão nova, um modo diferente de viver, segundo o assessor. Ele coloca como tarefa “oferecer a todos o que somos, o que temos, o que acreditamos e testemunhamos”, considerando sua retomada como algo fundamental para a vida comunitária da Igreja, dado o individualismo exacerbado imperante, presente nas comunidades e que tem dificultado a relação comunitária, o que demanda superar a auto referencialidade.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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