Sempre é bom olhar
para trás, mas nunca devemos deixar de olhar para frente. No final do ano, é
bom olhar o que a gente tem vivido ao longo de 2023, mas não podemos deixar de
pensar movidos pela esperança naquilo que está por vir em 2024.
Um ano que iniciou
com um novo governo, em clima de divisão e polarização, uma dinâmica que parece
ir minguando, mas que está longe de desaparecer. Diante disso somos chamados a
refletir, a nos perguntarmos o que a gente faz para combater esse enfrentamento
cada vez mais presente na sociedade e que nos afasta daqueles que deveriam ser
vistos de forma diferente.
Na Amazônia a
seca, a maior em mais de cem anos, marcou significativamente a vida do povo e
nos mostra a necessidade de uma urgente conversão ecológica. O cuidado da casa
comum é algo que não pode ser adiado, pois a falta de cuidado está tendo
consequências cada vez mais graves, especialmente para os mais pobres, que
sofrem diante das mudanças climáticas. Uma realidade onde não pode ser negada a
influência do ser humano.
Na Igreja católica
um tempo marcado pela sinodalidade, pelo desejo do Papa Francisco de nos
mostrar que caminhar juntos é a melhor escolha, que escutar os outros, também
aqueles que pensam diferente, que a diversidade nos enriquece, nos ajuda a
alargar a tenda, a alargar o horizonte, a alargar as miras, muitas vezes
centradas em nós mesmos, nos esquecendo a importância de Deus e dos outros como
instrumento de crescimento.
Um ano para
refletir sobre nossa vocação, uma vocação que nasce do Batismo e que se concretiza
de diferentes modos, entendendo que todas as vocações são igualmente
importantes, ainda mais em uma Igreja que se empenha em caminhar juntos, em
escutar, em discernir o caminho a seguir em comunidade.
A missionariedade
esteve muito presente em nossa Igreja no último ano, que iniciou com a
experiência Pés a Caminho, com a presença de mais de três centos seminaristas,
acompanhados por alguns jovens, que conheceram a realidade da Igreja da
Amazônia e descobriram a importância de viver sua vocação em função da missão,
se formando para estar ao serviço da Igreja que envia em missão.
Já no final do
ano, o 5º Congresso Missionário Nacional juntou em Manaus mais de 800 pessoas,
que refletiram sobre a Missão ad Gentes, sobre a necessidade de estarmos ao
serviço da Igreja Universal, da Igreja do mundo todo. O convite de Jesus aos
seus discípulos, a quem Ele envia até os confins do mundo, continua presente
hoje em nossa Igreja e representa um desafio para nos ficarmos em nossas zonas
de conforto.
A Igreja de Manaus
recebeu mais dois bispos auxiliares em 2023, Dom Zenildo Lima, ordenado em 15
de novembro na clausura do 5º Congresso Missionário Nacional´, e Monsenhor
Hudson Ribeiro, que será ordenado no dia 02 de fevereiro de 2024. Dois padres
nascidos e formados na Amazônia a quem a Igreja pede um novo serviço, que eles
assumam uma nova missão.
Olhemos com
esperança o ano que está por vir e continuemos construindo uma sociedade mais
justa, um mundo melhor para todos e todas, especialmente para os mais pobres e
vulneráveis, e uma Igreja que se torna presença de vida nas periferias do
mundo, onde habitam os descartados de nossa sociedade. Feliz Ano Novo.
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