“Os passos
espirituais do Caminho Sinodal” é o título do livro do padre Adelson Araújo
dos Santos apresentado na tarde do dia 25 de janeiro na sede da Faculdade Católica
do Amazonas. O jesuíta manauara, professor da Universidade Gregoriana de
Roma, que participou como facilitador na primeira sessão da Assembleia Sinodal
do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em Roma em outubro de 2023, destaca no
livro os passos da espiritualidade sinodal: encontrar, escutar, discernir,
inspirado em Santo Inácio.
Mons. Hudson Ribeiro,
diretor da Faculdade Católica do Amazonas destacou a importância de o padre Adelson
voltar ao chão da Amazônia para apresentar seu livro, vendo esse gesto como
responsabilidade de devolver às pessoas aquilo que refletiram. Alguém que faz
parte da vida e cultura da Amazônia e que leva essas vivências a Roma, segundo
o Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, que lembrou a importância
do padre Adelson no caminho percorrido pela Igreja da Amazônia nos 10 últimos
anos, com a criação da REPAM e o Sínodo para a Amazônia, uma região que
precisa o cuidado da vida, também no âmbito eclesial.
Um Sínodo que
tem muito a ver com o Concílio Vaticano II, um desejo expresso do Papa Francisco. O livro
pretende ser um instrumento de formação que possa nutrir o caminhar juntos e
descobrir o que o Espírito Santo está inspirando à Igreja hoje e a todos os
cristãos nos diversos âmbitos em que atuam, segundo o autor. Ele refletiu sobre
o caminho percorrido desde a convocatória do atual Sínodo sobre a Sinodalidade,
encontrando os verbos que marcam o livro na homilia da Missa de convocatória em
outubro de 2021.
O autor analisou
os três passos, partindo do chamado do Papa Francisco a nos tornarmos peritos
na arte do encontro como atitude necessária para entrar no caminho sinodal,
encontro com o Senhor e promover encontros com os outros. O verdadeiro encontro
só se realiza na escuta, que é o segundo passo, escuta da Palavra e escuta do
outro, destacando a necessidade de nos escutarmos uns aos outros. Isso leva ao
discernimento e o Papa Francisco chama a Igreja a um discernimento espiritual.
Aprofundando no
encontrar, o jesuíta enfatizou a importância do encontrar-se com Deus, encontrar-se
com os outros, encontrar-se com a criação, vendo o caminho sinodal como um aprofundamento
no encontro, expressão de uma fé que tem uma dimensão vertical, mas também
uma dimensão espiritual. Um escutar que leva à escuta da Palavra de Deus, que
tem que se traduzir em mudanças de vida; a escuta do outro, paradigma de quem
sabe acolher, ajudando a superar o narcisismo; a escuta da criação; a escuta do
próprio coração.
Finalmente o
discernir, que é um discernimento pessoal e comunitário, que deve ser revisado
desde determinados critérios, e que tem a ver com a vigilância evangélica. Um
caminho sinodal que tem que nos ajudar a avançar no discernimento eclesial,
onde todos, inclusive os não batizados, são chamados a participar, porque
nessa Igreja sinodal que o Papa Francisco quer impulsionar ninguém fica fora.
Animados por uma
espiritualidade da sinodalidade, o caminho de encontro, escuta e discernimento
espiritual e comunitário permitirá, assim, que se descubra o chamado que Deus nos
faz nas situações históricas e existenciais de nossas realidades particulares,
como momento de graça da ação do Espírito Santo, para o bem comum do Povo de
Deus”, enfatizou o jesuíta. Ele afirmou que esse caminhar junto levará
espaços de consenso e de decisão conjunta, maior corresponsabilidade entre
todos os membros da comunidade eclesial e um espírito de serviço e não de
carreirismo.
Muito iluminativo Padre. Vamos juntos buscar está unidade no discernimento para um verdadeiro encontro transformador. Obrigada
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