quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Cardeal Steiner: Viver as práticas quaresmais na gratuidade


Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas na Catedral de São Gabriel da Cachoeira, presidida por Dom Leonardo Steiner e concelebrada pelos bispos do Regional Norte1, o clero local e aqueles que chegaram para o início da missão de Dom Raimundo Vanthuy Neto, a Igreja do Rio Negro iniciou o caminho quaresmal, que tem no jejum, a oração e a esmola os três exercícios que a Igreja nos propõe para celebrar a Quaresma.

O cardeal Steiner insistiu em fazer essas práticas gratuitamente, afirmando que “o que nós desejamos é entender, compreender, vislumbrar, intuir que significa Jesus Crucificado”, insistindo em que o Tempo da Quaresma vai nos levar sempre ao encontro de Jesus Crucificado, lembrando como São Francisco de Assis, olhando o Crucificado, “ele ficava admirado, encantado, deslumbrado” percebendo como ele não pedia em troca, o que segundo o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem que nos levar a tentar viver gratuitamente.

O arcebispo de Manaus advertiu sobre a tentação de querer aparecer e chamou a agir na intimidade, na afabilidade, nesse jeito de proximidade, como se estivéssemos diante de Deus. Refletindo sobre a esmola, o cardeal disse que deve ser um dar gratuitamente. Ele lembrou da primeira leitura da Liturgia da Palavra do dia, que faz um chamado a desnudar o coração para que assim cada vez mais possa entrar, ser tomado pelo amor de Deus.



Lembrando das palavras de um pensador da Igreja, que diz que “com Deus a gente não precisa negociar, Ele dá tudo”, Dom Leonardo Steiner disse que na Quaresma, na fé, nós vamos recebendo tudo de Deus, lembrando da Campanha da Fraternidade que a Igreja realiza durante a Quaresma, que em 2024 tem como tema “Fraternidade e amizade social”, que nos lembra que mantemos relações com todas as pessoas, uma relação respeitosa, uma relação fraterna, ressaltou o cardeal.

Ele insistiu em que Jesus deu a vida por todos, que somos todos irmãos, todas irmãs, refletindo sobre o “por que essa desgraça de politicamente considerar-nos inimigos, por que essa desgraça de nos dividirmos politicamente até das nossas famílias, por que essa desgraça de não conseguirmos mais sentar, nos ouvirmos e rezar juntos”, fazendo um chamado a entender que Deus nos quer a todos como filhos e filhas, que todos somos irmãos e irmãs.

O cardeal Steiner pediu que este tempo da Quaresma possa nos ajudar a nos encontrar mais, nas nossas famílias, nas nossas comunidades, buscarmos uma reconciliação, abrir nosso coração e transformarmos a nossa interioridade, o nosso coração. E junto com isso, que este tempo da Quaresma nos ensine a sermos cada vez mais irmãos e irmãs, a perceber a grandeza de nos sentirmos amados e amadas e continuarmos a ser amados e amadas por Deus.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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