segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Dom Vanthuy celebra numa comunidade indígena e insiste em que na nova diocese “Jesus vai dar o jeito dele”


Querendo conhecer as comunidades da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que ele considera a primeira missão que a Igreja lhe confiou, Dom Raimundo Vanthuy Neto, que neste domingo 11 de fevereiro iniciou seu ministério episcopal na Igreja do Rio Negro, visitou nesta segunda-feira a comunidade indígena da Ilha Duraka, onde moram diversos povos da região, que prepararam uma acolhida com todo capricho e detalhe, com uma delicada ornamentação, liturgia e alimentos típicos da região.

Conhecer para devagarzinho ir colocando esse povo no coração, um coração pequeno, mas que tende a crescer, disse o bispo. Dom Vanhuy pediu caminhar em sinodalidade, fazer as coisas juntos, insistindo em que o bispo não consegue fazer nada sozinho.

A presença de Jesus é garantia de que as coisas são bem-feitas, de que as coisas dão certo, de que aquilo que necessitamos nos é dado, ressaltou Dom Raimundo Vanthuy Neto, afirmando que “sua presença indica que ele faz a gente descobrir o que é realmente necessário para nossa vida”. Jesus trabalha a confiança na providência disse o bispo, citando Santa Teresa de Jesus: “Nada te perturbe, nada espante você, quem com Deus anda nada lhe falta. Basta Deus”, insistindo em que “se andas com Deus, Ele saberá o que é bom e necessário para sua vida”, e que “com Jesus, nós ficamos livres das grandes preocupações”.



Frente a isso, Dom Vanthuy disse que algumas vezes a gente quer dizer para Deus o que é bom para nós. Ele assume isso como primeira palavra para o bispo de São Gabriel: “se colocar totalmente nas mãos de Deus”, dizendo que em sua nova diocese, Jesus vai dar o jeito dele, “porque se ele me chamou para andar com ele, ele vai dar o jeito dele”, animando a todos a viver dessa promessa, dessa graça, desse dom.

Dom Evaristo Spengler, bispo de Roraima, a diocese onde Dom Vanthuy viveu seu ministério presbiteral, lembrou os muitos serviços que ele assumia naquela diocese, que “ele fazia bem, fazia com o coração, com a alma, com todo seu ser”, insistindo Dom Evaristo em que “assim ele vem para cá agora, ele vem inteiro para servir a esse povo”, como “alguém que vem com amor aos nossos povos indígenas, ao nosso povo desta terra, alguém que vem a dar continuidade aquilo que está no coração do Papa Francisco, que convocou um Sínodo para a Amazônia e quer que a Igreja seja encarnada dentro da realidade que está o nosso povo, para que ajude esse povo a cada vez mais descobrir Jesus Cristo, caminhar na luz do Evangelho e ouvir os apelos”.

O bispo de Roraima insistiu em que “quem está buscando seguir Jesus Cristo, ele sempre vai ter a luz do Espírito Santo, e sempre vai ter o povo que é esse leme que ajudar a dizer por aqui ou por aqui, caminhar juntos como diz o Papa Francisco”. Ele agradeceu a Dom Edson Damian, alguém que sempre levou a causa dos povos indígenas para os encontros dos bispos, “pelo seu trabalho, pelo seu amor, pela sua contribuição que deu em toda essa reflexão de Igreja como uma Igreja cada vez mais com rosto amazônico”. Finalmente, o bispo pediu ao povo acolher com o coração, com a generosidade, Dom Vanthuy, insistindo em que a Igreja é católica e pensa no bem da evangelização em todo o mundo, querendo sempre formar comunhão.



Dom Edson Damian, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, lembrou a seu sucessor o conselho recebido de Dom José Song, seu predecessor: “primeiro, aqui precisa ter paciência, segundo muita paciência, terceiro, nunca perder a paciência”, algo que ele disse ter experimentado desde que ele chegou em suas viagens pelos rios da diocese. Em uma diocese pobre, Dom Edson destacou que nunca faltou nada, “aqui a gente aprendeu a viver com o estritamente necessário, os povos indígenas ensinam a gente a viver na sobriedade, nas poucas coisas. Quando se reparte não falta para ninguém”. Ele insistiu em que “a gente aprende a viver com a simplicidade, com a pobreza, e a gente aprende com o testemunho de fé”.

Povos indígenas que acreditam em Deus, segundo testemunhou o catequista da comunidade, que vão aprendendo pouco a pouco conteúdo da religião e da espiritualidade, “conhecer a verdade, o amor da nossa comunidade”, insistindo em que “a comunidade para nós vem de Deus”. O senhor Hermelindo pediu “abrir nosso coração para desde nossa fé acreditar mesmo, de verdade”, para permanecer firmes na fé, “por que fomos batizados em Cristo”. Ele enfatizou o fato de serem indígenas e o sentimento de ser índios em sua comunidade, pedindo abrir seu coração para Deus, insistindo em que “o que Dom Vanthuy vai trazer para nós é amor, não dinheiro, viver como irmãos e irmãs em nossa comunidade”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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