quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Oração e reflexão para acabar com o Tráfico de Pessoas, uma urgência inadiável


Hoje é o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, uma data instituída pelo Papa Francisco em 2015 e que está completando 10 anos em 2024. Refletir sobre essa realidade e rezar pelas vítimas é uma necessidade na Amazônia, uma das rotas principais em nível mundial deste tipo de crime.

No dia em que a Igreja lembra Santa Bakhita, uma religiosa sudanesa que foi vítima da escravidão, somos chamados a refletir sobre essa realidade, o que tem que nos levar a nos perguntarmos até que ponto nos indigna esse tipo de situações, até que ponto somos tocados pelo sofrimento das vítimas do tráfico de pessoas, tratadas como mercadoria por grupos criminosos que buscam o lucro desprezando a vida das vítimas.

Muitas das vítimas do tráfico de pessoas são mulheres, que sofrem a exploração sexual, muitas vezes vítimas de enganos. As redes sociais têm se tornado espaços de aliciamento, sendo as adolescentes e jovens os alvos principais das redes de tráfico de pessoas. Essa realidade tem que nos levar a redobrar os esforços para poder ajudar as vítimas potenciais.



A Vida Religiosa tem assumido essa causa, e através da Rede um Grito pela Vida ajuda na prevenção e combate à exploração sexual e o Tráfico de Pessoas. Como sociedade e como Igreja temos a oportunidade de aproveitar esse trabalho e gerar espaços onde essa prevenção possa ser realizada a través da formação que ajude a descobrir que alguém está sendo vítima de aliciamento.

No último domingo 04 de fevereiro, o Papa Francisco disse que “ainda hoje, muitos irmãos e irmãs são enganados com falsas promessas e depois sujeitos a exploração e abuso. Juntemo-nos todos para combater o dramático fenómeno global do tráfico de seres humanos”. As palavras do Santo Padre são um incentivo para tomarmos consciência dessa realidade que cada vez atinge mais pessoas e gera mais lucro.

Nossa falta de envolvimento faz com que as vítimas aumentem, provocando dor e sofrimento em muitas pessoas. Se isso nos deixa indiferentes devemos nos questionarmos sobre nosso ser pessoas, sobre nosso ser sociedade, mas também sobre nosso ser Igreja. Quando olhamos para o outro lado diante do sofrimento alheio deixamos de ser pessoas e deixamos de ser discípulos e discípulas de Jesus, daquele que sempre ficou do lado das vítimas.

Não deixemos passar essa oportunidade para nos posicionarmos como pessoas, como sociedade, como Igreja. Sejamos conscientes que acabar com esse crime é responsabilidade de todos, também sua, também minha. Oração, reflexão e compromisso se tornam uma urgência inadiável. Assumamos esse pedido do Papa Francisco e façamos tudo o que estiver em nossa mão para ajudar as vítimas.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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