Comunicar-se com
os outros só é possível quando a gente é compreendido, ainda mais numa
sociedade em que poucas vezes o que o outro diz interessa, em que ninguém faz
grandes esforços para compreender aquilo que outro quer comunicar. Isso demanda
um esforço por aprimorar nossa comunicação e fazer mais compreensível aquilo
que estamos transmitindo.
O outro dia
escutei alguém dizer que “não basta pregar, precisamos ser compreendidos”. Ele
questionava como evangelizamos, as linguagens, os modos, ainda mais na
sociedade atual, midiatizada pela cultura digital. Foi uma frase que está dando
voltas na minha cabeça e que me leva a refletir sobre os passos que devo dar,
mas também sobre os passos que devem ser dados na Igreja.
No mundo virtual,
o controle do outro não existe, ninguém pode ser amarrado, ninguém fica preso.
Isso faz com que as pessoas tenham que ser cativadas de um outro modo. A
atenção das pessoas nunca poderá ser forçada, se faz necessário encontrar o
modo de captar a atenção do outro. Daí a necessidade de melhorar nossa
comunicação para que os outros sintam interesse por aquilo que estamos
oferecendo.
Até que ponto nos
preocupamos com nosso modo de comunicar? Sentimos a necessidade de aprimorar
nossos processos comunicativos em vista de ser compreendidos por nossos
interlocutores? Ser compreendidos se torna uma necessidade ou continuamos
pensando que quando o outro não nos entende é culpa dele e nada tem a ver com
nosso jeito de fazer as coisas?
Diante desses
questionamentos somos desafiados a pensar em modos de evangelizar que levem os
outros a nos compreender. Devemos pensar nas novas gerações, nos nativos
digitais, com um modo de entender a realidade diferente daquele que tem as
gerações adultas. Nada diferente daquilo que a Igreja católica fez desde seu
nascimento, buscando inculturar uma mensagem que tem percorrido a história da
humanidade nos últimos dois mil anos.
Para sermos
compreendidos nada melhor que usar uma linguagem ao alcance de todos. Um
exemplo disso o encontramos no próprio Jesus, entendido por aqueles que
caminhavam com Ele, e que usava em sua pregação exemplos que faziam parte da
vida do povo. O desafio é falar do Deus que é Mistério na simplicidade de uma
linguagem por todos entendida. Será que a gente quer? Será que a gente
consegue?
Talvez não estejamos comunicando aquilo ou Aquele que deve ser comunicado. Queremos ser compreendidos? E o que deve ser compreendido?
ResponderExcluirPrecisamos mesmo aprimorar e atualizar nosso jeito de nos comunicar com a sociedade atual, para continuarmos a levar o santo Evangelho.
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