No dia 22
de agosto de 2024, o Papa Francisco nomeou dom Edmilson Tadeu Canavarros dos
Santos novo bispo da prelazia de Itacoatiara. Durante sete anos e meio foi
bispo auxiliar de Manaus, que diz ter sido uma escola para se inserir dentro da
Igreja na Amazônia, para sentir o cheiro das ovelhas, tendo como prioridade a
família, os jovens e os padres.
Em sua nova
missão na prelazia de Itacoatiara vê como desafio a questão das vocações, e
para isso destaca a importância da Iniciação à vida Cristã e de acompanhar os jovens.
Para a Igreja de Manaus, ele deixa uma mensagem de gratidão, “me senti
realmente em casa”, afirma. Em Itacoatiara, “a gente vai para somar, com as
pessoas que estão aí, com as lideranças, sobretudo com os padres que aí se
encontram, nessa perspectiva de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja de comunhão,
participação e a missão que se desenvolve para que realmente o Reino de Deus
aconteça”.
Depois de
sete anos e meio como bispo auxiliar de Manaus, o Papa Francisco acaba de lhe
nomear bispo da prelazia de Itacoatiara. Qual a leitura que o senhor faz desse
tempo que tem servido na arquidiocese de Manaus?
É impressionante
essa experiência como bispo auxiliar, verdadeiramente é uma escola, porque a
gente, por mais que tenha formação, nunca está preparado para ser bispo. Esse período
que eu estive aqui na arquidiocese me ajudou muito, primeiro a me inserir
dentro da Igreja na Amazônia, de conhecer profundamente, porque eu venho de uma
outra realidade. E depois, também conhecer a dinâmica de como é que é viver
como bispo, atuar como bispo.
O senhor
fala que aprendeu a ser bispo, o que aprendeu nesse tempo?
Perceber
exatamente o que é que significa ser um pastor, e sobretudo agora, nessa
perspectiva, nesse ensinamento do Papa Francisco, com o cheiro das ovelhas, que
significa realmente estar nos meios populares, estar mais inserido no meio do
povo. O pessoal, quando eu cheguei, me perguntava quais erão minhas prioridades,
e eu continuo ainda com elas, que é exatamente, a família, os jovens e os
nossos padres.
Agora que
inicia um novo caminho na prelazia de Itacoatiara, quais podem ser os maiores
desafios a enfrentar?
Na
realidade da prelazia, a questão das vocações. Nós temos um clero bastante
pouco, ainda contamos com muitos padres vindos de fora, que tem o seu tempo,
tem o seu prazo, e falta exatamente fazer crescer as vocações, e não
simplesmente para o âmbito sacerdotal, mas também não temos nenhum diácono, a
Vida Religiosa, que a gente precisa dinamizar mais, e a vocação para o
matrimonio.
O senhor afirma
que entre suas prioridades está a família e os jovens, âmbitos onde a vocações
são cultivadas. Quais os passos a ser dados nas famílias, entre as juventudes,
para que essas vocações possam aflorar?
Na
perspectiva da vida de família, ajudar os novos casais, os jovens também, a se
despertar para uma vida matrimonial que realmente aposta nesse projeto de vida,
E daí exatamente a questão da fecundidade, da geração de novos filhos, esse
cuidado que se tem de como passar a fé aos filhos, essa experiência que se dá
também na comunidade.
E para isso
tem ajudado muito na nossa Igreja aqui, o processo de Iniciação à Vida Cristã a
partir das famílias. Sobretudo como acompanhar mais os grupos de jovens,
fomentar mais esses grupos a partir da experiência das pequenas comunidades onde
estão inseridos e onde realmente pode despertar as vocações.
Agora que já está próxima sua saída da arquidiocese
de Manaus. Qual a mensagem que o senhor deixaria para o povo da arquidiocese?
Uma coisa
muito clara é agradecer, agradecer todo tipo de acolhida que eu tive, a
experiência da convivência com dom Sérgio, um homem com quem aprendi muito.
Também a questão da renúncia, sobretudo pelo limite da saúde em que ele viveu
pela doença que o consumiu depois até os últimos dias da sua vida.
Mas
exatamente, a minha mensagem é de gratidão, de gratidão exatamente porque a
Igreja aqui de Manaus é muito viva, nos acolheu de uma maneira muito
excepcional e nessa acolhida, eu me senti realmente em casa, pela circunstância
das relações que foram se criando e os trabalhos que foi desenvolvendo, e ao
mesmo tempo conhecendo e se dando a conhecer as diversas realidades que nós
temos. Desde as comunidades ribeirinhas mais distantes até o grande centro, aquilo
que desafia hoje a nossa cidade de Manaus.
E ao povo
de Itacoatiara que já lhe espera como seu pastor, qual a mensagem que quer
enviar?
Em primeiro
lugar, estou não para começar algo novo, mas dar continuidade. Nós temos a
presença de pelo menos cinco prelados que antecederam a minha presença, e que construíram
a Igreja de Itacoatiara, e levaram para frente. Alguns que contribuíram em uma
área e outros que contribuíram em outra área. A gente vai para somar, com as
pessoas que estão aí, com as lideranças, sobretudo com os padres que aí se
encontram, nessa perspectiva de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja de comunhão,
participação e a missão que se desenvolve para que realmente o Reino de Deus
aconteça.
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