A sede das Pontifícias
Obras Missionárias (POM-Brasil), em Brasília, o mesmo local em que foi fundada
a Rede Eclesial Pan-Amazônica no dia 12 de setembro de 2014, acolheu no dia 12
de setembro de 2024 a celebração pelos 10 anos de caminhada da REPAM, um
momento para “fazer memória agradecida do caminho percorrido” pela REPAM, “comprometida
com o cuidado e a defesa da Amazônia”, segundo o secretário executivo da rede, Ir.
João Gutemberg Sampaio.
Uma rede
que, segundo o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, dom Ricardo Hoepers, é “um farol de esperança em
meio a tempos desafiadores”. Ele destacou que “a REPAM tornou-se um sinal
profético da defesa da vida, dos territórios, dos povos amazônicos, sempre
iluminada pelo Evangelho e pelos ensinamentos da Igreja”, tendo um papel
essencial e iluminador no cuidado da casa comum”.
Dom Ricardo
Hoepers fez um chamado a uma renovação da visão ética, que saiba colocar no
centro as pessoas, com o objetivo de não deixar ninguém à margem da vida. Isso
em um tempo “marcado por grandes desafios que colocam em risco a vida do
planeta e das suas populações mais vulneráveis”, especialmente na Amazônia que
vive uma crise sem precedentes, que se manifesta na devastação de suas
florestas, contaminação das suas águas, violação dos direitos dos seus povos,
enfatizou o secretário geral da CNBB.
Uma
celebração para “visibilizar a história e o caminho sinodal em defesa da
Amazônia e da ecologia integral, celebrar os frutos do trabalho das pessoas e
organizações que constroem a Rede, desenhar novos caminhos para a articulação
da Rede na sinodalidade na Igreja Amazônica”, afirmou a diretora das POM
Brasil, Ir. Regina da Costa Pedro.
O bispo do
Vicariato de Puyo (Equador) e presidente da REPAM, dom Rafael Cob, lembrou que
foi naquele vicariato que a rede foi semeada, “uma rede que defende a vida na
Pan-Amazônia e é referente para todo o mundo”. Ele definiu os 10 anos como “um
caminhar de benção, um caminhar de esperança, um caminhar de justiça e também
um caminhar de trabalhar e tecer a paz”. Igualmente, ele destacou a capacidade da
REPAM de unir e trabalhar em equipe, sublinhando a importância dessa plataforma
que une vontades, ações e pensamentos em defesa da vida na Amazônia e do cuidado
da casa comum.
Segundo
mostrou o vídeo comemorativo, a REPAM é uma resposta diante do pedido que o
Papa Francisco fazia: “a obra da Igreja deve ser incentivada e relançada na
Amazônia”. Foi por isso que a REPAM surgiu como “uma rede que quer somar
forças, uma rede que quer articular, uma rede que quer capacitar e encorajar,
sobretudo as populações da Amazônia”, lembrando as palavras do primeiro
presidente da REPAM, cardeal Cláudio Hummes.
Uma rede que
é vista pelo cardeal Pedro Barreto, segundo presidente da REPAM como “a resposta
de Deus a todos os grandes desafios que se apresentam como Igreja e como
sociedade latino-americana”. Uma rede que, segundo o cardeal peruanoo, “articula
todo o esforço que a Igreja realiza na Amazônia”, destacando o impulso dado
pelo Papa Francisco. Uma rede que tem suas raízes na Conferência de Aparecida,
que chamou a criar uma pastoral de conjunto, lembrou Maurício López, primeiro
secretário executivo da REPAM, e que no início teve como maior preocupação, fazer
que a rede chegasse aos territórios, destacou a Ir. Irene Lopes, secretária
executiva da REPAM-Brasil. Isso, porque era uma estrutura em função de um
bioma, numa relação territorial totalmente nova, segundo o padre Dário Bossi.
A REPAM foi
fundada pelo Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), o
Secretariado Latino-americano e Caribenho Cáritas (SELACC), a Conferência Latino-americana
e Caribenha de religiosos (CLAR) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A
presidenta da CLAR, Ir. Gloria Liliana Franco Echeverri, reafirmando seu
compromisso com a promoção e a defesa da vida, com a causa dos pobres e a causa
da terra, seu compromisso de abraçar todo empenho de cuidado com a nossa casa
comum, definiu a REPAM como “uma
ferramenta vital para a Amazônia”, sublinhando que “os diversos campos de
missão da Igreja, a promoção da justiça social, a promoção dos direitos dos
povos originários, a proteção do meio ambiente e a evangelização”, como motivos
pelos que a CLAR apoio a fundação da REPAM.
Representando
o SELACC, seu secretário executivo, Nicolás Meyer, disse ver na REPAM “um sinal
da Igreja sinodal que estamos querendo construir”, invitando a “renovar esforços,
compromissos e a abertura ao Espírito para que sempre nos permita continuar em
estado permanente de conversão, de escuta do território e de desenvolvimento de
estruturas mais justas”,
Finalmente,
o arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do CELAM, dom Jaime Spengler,
falou dos 10 anos de caminhada, 10 anos de história, 10 anos de prece, 10 anos
de trabalho, 10 anos promovendo rede, vivenciados pela REPAM. Ele destacou a
importância de a celebração acontecer neste momento de grande seca na região
amazônica, de queimadas no Pantanal, o que demanda “nos empenharmos ainda mais
na promoção e no cuidado da casa comum”. Ele questionou sobre o mundo que
desejamos deixar para as novas gerações, pois “o futuro passa por nossas
escolhas e o empenho de todos”.
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