Cuidar dos vulneráveis é uma necessidade, ainda mais nos espaços eclesiais. O
Papa Francisco afirma que “o abuso, em todas as suas formas, é inaceitável. O
abuso sexual de crianças é particularmente grave porque ofende a vida em seu
florescimento. Em vez de florescer, a pessoa abusada é ferida, às vezes de
forma indelével.” Ele tem se empenhado na prevenção desse crime nos espaços eclesiais,
publicando a Carta Apostólica Vos Estis Lux Mundi, a fim de estabelecer
procedimentos claros e objetivos diante desta situação.
No Regional
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), foi criada a
Comissão Metropolitana para a proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos
Vulneráveis, anexada ao Tribunal Eclesiástico, com cinco membros, que também
conta com responsáveis pelas dioceses, prelazias, o Seminário São José, a
Faculdade Católica do Amazonas e a Caritas Arquidiocesana de Manaus.
Para
avançar nesse caminho foi elaborado o “Decreto, Regulamento e Manual de
Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”. O Regional Norte1 assumiu
essa causa há 8 anos, mas ainda não tem um trabalho sistemático nos espaços
eclesiais, passando com o decreto a trabalhar isso nos espaços eclesiais para evitar
ter que curar depois as feridas, segundo mostraram os membros da comissão aos
participantes na Assembleia Regional, realizada em Manaus de 16 a 19 de setembro.
Segundo os
membros da Comissão, a Igreja católica perdeu a credibilidade em consequência
dos abusos e recuperará essa credibilidade com o trabalho de prevenção desses
abusos. Para isso se faz necessário ser claros, falar abertamente nos espaços
eclesiais: catequese, grupos de jovens, grupos de coroinhas, Pastoral Familiar,
com um olhar para dentro do espaço eclesial. Isso para conseguir que os espaços
eclesiais sejam espaços saudáveis.
Para isso é
necessário que essas temáticas entrem na pauta, dado que há um tabu imenso nos
espaços eclesiais em falar sobre a sexualidade saudável. Não podemos esquecer
que é responsabilidade de cada um de nós construir uma cultura sem violação de
direitos. Esse é um caminho lento, que exige capacitação constante, e nesse
sentido o Manual é um suporte para o Regional.
Os membros
da Comissão apresentaram as diversas partes do Manual insistindo em que cada
igreja local tem que definir os compromissos que irá assumir e onde e como vai
ser trabalhado o Manual. Igualmente foi insistido nas atitudes práticas a ser
tomadas, resolvendo as dúvidas dos participantes da assembleia.
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