No dia 15 de
abril de 2025, a prelazia de Itacoatiara celebrou a Missa dos Santos Óleos,
a primeira presidida por dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos. Ele se reuniu
com o clero local no mesmo dia, no Centro Pastoral São Paulo VI para mais um
momento de escuta, partilha e tomada de decisões. A eles dirigiu sua saudação
no início de sua homilia, lembrando que “hoje, eles recordam, como eu, o dia da
ordenação.”
Ungidos para ser servidores
Em suas
palavras, ele destacou que “a Palavra de Deus anunciada a nós nesta Eucaristia
fala-nos dos ungidos: o servo de Javé referido pelo profeta Isaías, o rei Davi
e Jesus, nosso Senhor. Nos três aparece algo em comum, a unção recebida
destina-se ao povo fiel de Deus, de quem são servidores. A sua unção é para
os pobres, os presos, os oprimidos e cada um e cada uma de nós.”
No Salmo
133, dom Tadeu destacou a imagem do óleo perfumado derramado sobre a cabeça a
escorrer pela barba. Segundo ele, é “imagem da unção sacerdotal, que por
intermédio do ungido chega até aos confins do universo representando nas
vestes, as vestes sagradas do sumo sacerdote.” O bispo analisou o sentido das
vestes sacerdotais e em Aarão e nos sacerdotes, afirmando que “o sacerdote
celebra levando sobre o ombro e nos corações o peso e o rosto do nosso povo
fiel.”
Fazer chegar o perfume da unção
O bispo da
prelazia de Itacoatiara enfatizou que “o Senhor dirá claramente que a unção é
para os pobres, os presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A
unção, meus queridos irmãos sacerdotes, não é para perfumar a nós mesmos e
menos ainda para que nós possamos conservar. Pois o óleo torna-se rançoso e o
coração amargo. O bom sacerdote reconhece-se pelo modo como unge o seu povo”,
pela oração que ele faz pelo povo. Isso porque as pessoas “sentem que através
de nós lhes chega o perfume do ungido, do verdadeiro Cristo, animam-se a
confiar-nos tudo o que elas querem que chegue ao Senhor.”
Nisso, o
bispo vê “o sinal de que a unção chegou à obra do manto, porque é transformada
em súplica, súplica do povo de Deus. A nossa identidade sacerdotal é edificada
e renovada dia após dia, no tempo transcorrido com o nosso Senhor. Então, a
relação com o nosso Senhor, com o próprio Jesus Cristo, relação essa continuamente
alimentada na vida de oração.” Isso porque “o estar em comunhão com Jesus
Cristo compromete-nos no seu ser para todos. Este ser para todos de Cristo
realiza-se na pessoa de cada padre, nas três funções das quais são revestidas a
natureza do sacerdócio. Elas constituem a integridade do nosso ministério, não
são o lugar da alienação ou pior ainda, de uma mera adaptação funcionalista da
nossa pessoa, mas a expressão mais verdadeira do nosso ser de Cristo. Isto é,
são o lugar da relação com Ele, para que o povo confiado a nós seja por nós
educado, santificado e governado.”
O povo caminho de santidade
O bispo
disse aos presbíteros de Itacoatiara que “O povo confiado a nós é o caminho
imprescindível para a nossa santidade. Isto é, o caminho no qual Cristo
manifesta a glória e a glória do Pai através de cada um de nós.” Ele colocou
como fundamento imprescindível de toda a vida do padre a relação com a Santa
Mãe de Deus, que “não pode limitar-se a uma prática devocional piedosa, mas
deve ser alimentada pela entrega contínua nos braços da sempre virgem de toda a
nossa vida, do nosso ministério na sua totalidade.”
Finalmente,
o bispo pediu ao povo que “permaneçam unidos aos vossos sacerdotes. Que esta
união seja com o afeto e sobretudo com a oração, para que sejam sempre pastores
segundo o coração de Deus.” Aos sacerdotes, ele disse que “Deus Pai renove
em cada um de nós o Espírito de Santidade, com que fomos ungidos, o renove
no nosso coração, de tal modo que a unção possa chegar a todos, onde o nosso
povo fiel mais a aguarda e aprecia. Que o nosso povo sinta que somos discípulos
do Senhor. E que ele possa receber, através das nossas palavras, das nossas
obras, este óleo da alegria que nos veio trazer Jesus ungido.”
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário