sexta-feira, 4 de abril de 2025

No final do Retiro do clero, diocese de São Gabriel da Cachoeira celebra Missa dos Santos Óleos


Sob a orientação do bispo emérito da diocese de Araçuaí (MG), dom Esmeraldo Barreto de Farias, o clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 31 de março a 3 de abril seu retiro anual, que encerrou com a celebração da Missa dos Santos Óleos.

Centralidade da Palavra

Na homilia, o bispo diocesano, dom Raimundo Vanthuy Neto, destacou três imagens de Jesus no texto do capítulo 4 do Evangelho de Lucas. A primeira, Jesus voltando a Nazaré, onde experimenta fortemente ser acolhido na sua comunidade com um papel bonito de leitor da Palavra de Deus. Segundo o bispo, “a centralidade da Palavra na vida de Jesus é a Palavra que se torna central na vida do discípulo, o discípulo presbítero”, recordando que, segundo o Beato Antônio Chevrier, a primeira tarefa do presbítero, daquele que quer ser discípulo verdadeiro, é estudar nosso Senhor Jesus Cristo, é mergulhar na Palavra.

Dom Vanthuy sublinhou que “a Palavra transforma, a Palavra converte, a Palavra nos faz parecidos com a Palavra, o Verbo”, o que “nos faz lembrar que toda a vida discipular e toda a vida da Igreja é um ao redor da Palavra.” Junto com isso, disse que Jesus que foi educado a uma escuta, a uma compreensão e a uma prática da Palavra.”



A escuta da Palavra nos torna sensíveis

Uma segunda imagem que destacou o bispo é que é dado o livro do profeta, e nesse momento “Jesus acolhe um programa dado pela profecia”, vendo nas Palavras do profeta Isaias que “a escuta da Palavra torna os homens sensíveis às experiências humanas frágeis, de opressão, de cegueira, de cativeiro, e aponta para caminhos. A Palavra conduz o homem à liberdade, conduz o homem a enxergar de verdade, a ver a partir do olhar de Deus e com o olhar também dos outros, e a enfrentar todo tipo de opressão. O bispo lembrou que “Jesus se torna sensível às fragilidades humanas, aos limites humanos, aos pobres, à pobreza, à escravidão, à cegueira e à opressão”, como um dos sinais de sua vida. É por isso que “Jesus, depois de ler o Evangelho, descobre que não tem como ler o Evangelho e ficar insensível aos sofredores, aos pequenos.”

O bispo também destacou que “a Palavra nos conduz a uma missão, é um chamado à missão”, afirmando que a vida presbiteral se encontra aí. Ele lembrou aos padres a beleza da caridade pastoral, que a escuta da Palavra atenta torna o discípulo, o presbítero, um homem sensível às realidades humanas. O presbítero, como diz o Papa Paulo VI, “ele é convidado a ajudar as pessoas que estão em condições menos humanas para a passagem para condições mais humanas”. Nesse sentido, ele disse que “o Evangelho conduz a erguer os outros na sua dignidade.”



Fazemos a evangelização com os outros

Recordando que o texto do Evangelho diz que “ele fecha o livro e entrega ao ajudante”, dom Vanthuy disse que isso, “nos faz descobrir que Jesus também necessitou de ajuda para compreender a Palavra do Pai, para descobrir a vontade do Pai”, vendo nos pobres aqueles que ajudam a descobrir a verdadeira Palavra do Pai. Junto com isso, o bispo enfatizou que “nós somos necessitados uns dos outros”, que “nós não fazemos evangelização sozinhos, fazemos com os outros”. Isso lembra as Palavras de Papa Francisco, uma Igreja que caminha junto, em sinodalidade. Por isso, o bispo recordou aos padres que “os presbíteros precisam de uma grande ajuda do povo de Deus, das lideranças, para que a missão aconteça. Não se pode fazer missão solitária”.

Dom Vanthuy destacou que “nós vivemos em um processo de que somos dependentes uns dos outros na missão”, o que pode ajudar a poder enfrentar as forças que oprimem o Rio Negro, como a bebida e o suicídio. No centenário da Igreja do Rio Negro, o bispo lembrou que “tantos homens e mulheres vieram de fora para nos educar a olhar a Jesus”. Um olhar que “aponta para as nossas reais necessidades e nos socorre.” Dom Vanthuy destacou e agradeceu a presença de Dom Esmeraldo e sua participação ativa na celebração, refletindo sobre o sentido dos óleos abençoados: batismo, para compreender melhor a Palavra; dos enfermos, para ser solidários na hora do sofrimento e dar coragem; e do Crisma, que leva os presbíteros a assumir a missão de Cristo.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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