O dia 1º de abril
é conhecido no Brasil como “o Dia da Mentira”, mas além das possíveis
brincadeiras relacionadas com esse dia, somos chamados a refletir
sobre a atual sociedade, empenhada em viver de mentira, inclusive naquilo
que tem a ver com elementos fundamentais na vida do ser humano: na política e
na religião.
A política,
segundo o filósofo grego Aristóteles, é a ciência que se preocupa com a
felicidade coletiva, que cuida do bem comum. Mas nos deparamos com políticos
que mentem para cuidar do próprio interesse ou dos interesses dos grupos que
representam. Políticos que se elegeram espalhando mentiras, hoje chamadas
fake news, até chegar a assumir os cargos de maior responsabilidade no Poder
Legislativo e no Poder Executivo.
Políticos
mentirosos que contam com o apoio de uma grande camada da população, que
acredita ser verdade mentiras repetidas muitas vezes, aumentando a divisão
dentro de uma sociedade cada vez mais enfrentada em consequência de mentiras,
que, além de faltar à verdade, sustentam no poder pessoas sem escrúpulos,
perpetuando os privilégios decorrentes de ocupar os lugares que assumem em seus
cargos públicos.
Isso faz com que
atitudes como a honestidade sejam colocadas em segundo plano, possibilitando
que pessoas sem nenhum tipo de moralidade se aproveitem para, em base a
mentiras, se beneficiar, prejudicando claramente o conjunto da sociedade.
Sustentados na mentira, personagens sem escrúpulos condicionam gravemente o
convívio social e fazem com que a vida das pessoas seja cada vez pior.
São atitudes que
também aparecem no campo da religião, sendo propagadas mentiras, muitas vezes
com interesses politiqueiros, pois isso nunca pode ter o qualificativo de
político. Independentemente das religiões ou das confissões cristãs, das
diversas igrejas, nos deparamos com pessoas que mentem em nome da religião.
Um exemplo disso é o que está acontecendo com a doença do Papa Francisco, nos
deparando com mentiras que não respondem ao que em verdade está acontecendo.
Personagens
religiosos, freis, freiras, padres, pastores, bispos, que se aproveitando da
boa fé das pessoas, constroem discursos que não respondem à verdade, ou
lucram às costas do povo, muitas vezes dos mais pobres, que são enganados em
nome daquele que é fonte de Verdade, em nome de Deus.
Discursos
religiosos que manipulam, que abusam espiritualmente das pessoas, que mentem, e
em consequência pecam, pois a mentira é um pecado, segundo os mandamentos da
Lei de Deus, mesmo se apresentando como referentes religiosos, quando em
verdade são lobos com pele de cordeiro, manipuladores do povo sem
escrúpulos.
Não podemos deixar
que o momento histórico que estamos vivendo seja definido como o Tempo da
Mentira, pois isso irá danando a estrutura social e condicionando
gravemente o presente e o futuro da humanidade. Isso depende de todos, mas
também de cada um e cada uma de nós, que às vezes nos tornamos cumplices
passando adiante mentiras que só beneficiam pessoas sem escrúpulo e sem
moralidade.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar
Texto muito bem explicativo, sobre esse Verbo : " Mentir", ato que está sendo presença marcante, em nosso meio, no dia a dia, infelizmente!!
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