quinta-feira, 3 de abril de 2025

Viver de mentira


O dia 1º de abril é conhecido no Brasil como “o Dia da Mentira”, mas além das possíveis brincadeiras relacionadas com esse dia, somos chamados a refletir sobre a atual sociedade, empenhada em viver de mentira, inclusive naquilo que tem a ver com elementos fundamentais na vida do ser humano: na política e na religião.

A política, segundo o filósofo grego Aristóteles, é a ciência que se preocupa com a felicidade coletiva, que cuida do bem comum. Mas nos deparamos com políticos que mentem para cuidar do próprio interesse ou dos interesses dos grupos que representam. Políticos que se elegeram espalhando mentiras, hoje chamadas fake news, até chegar a assumir os cargos de maior responsabilidade no Poder Legislativo e no Poder Executivo.

Políticos mentirosos que contam com o apoio de uma grande camada da população, que acredita ser verdade mentiras repetidas muitas vezes, aumentando a divisão dentro de uma sociedade cada vez mais enfrentada em consequência de mentiras, que, além de faltar à verdade, sustentam no poder pessoas sem escrúpulos, perpetuando os privilégios decorrentes de ocupar os lugares que assumem em seus cargos públicos.

Isso faz com que atitudes como a honestidade sejam colocadas em segundo plano, possibilitando que pessoas sem nenhum tipo de moralidade se aproveitem para, em base a mentiras, se beneficiar, prejudicando claramente o conjunto da sociedade. Sustentados na mentira, personagens sem escrúpulos condicionam gravemente o convívio social e fazem com que a vida das pessoas seja cada vez pior.



São atitudes que também aparecem no campo da religião, sendo propagadas mentiras, muitas vezes com interesses politiqueiros, pois isso nunca pode ter o qualificativo de político. Independentemente das religiões ou das confissões cristãs, das diversas igrejas, nos deparamos com pessoas que mentem em nome da religião. Um exemplo disso é o que está acontecendo com a doença do Papa Francisco, nos deparando com mentiras que não respondem ao que em verdade está acontecendo.

Personagens religiosos, freis, freiras, padres, pastores, bispos, que se aproveitando da boa fé das pessoas, constroem discursos que não respondem à verdade, ou lucram às costas do povo, muitas vezes dos mais pobres, que são enganados em nome daquele que é fonte de Verdade, em nome de Deus.

Discursos religiosos que manipulam, que abusam espiritualmente das pessoas, que mentem, e em consequência pecam, pois a mentira é um pecado, segundo os mandamentos da Lei de Deus, mesmo se apresentando como referentes religiosos, quando em verdade são lobos com pele de cordeiro, manipuladores do povo sem escrúpulos.

Não podemos deixar que o momento histórico que estamos vivendo seja definido como o Tempo da Mentira, pois isso irá danando a estrutura social e condicionando gravemente o presente e o futuro da humanidade. Isso depende de todos, mas também de cada um e cada uma de nós, que às vezes nos tornamos cumplices passando adiante mentiras que só beneficiam pessoas sem escrúpulo e sem moralidade.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

Um comentário:

  1. Texto muito bem explicativo, sobre esse Verbo : " Mentir", ato que está sendo presença marcante, em nosso meio, no dia a dia, infelizmente!!

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