As Comunidades Eclesiais de Base do Regional Norte 1 celebraram sua Assembleia de 27 a 29 de julho em Manaus, refletindo sobre o tema “CEBs, no coração da Amazônia, buscando novos caminhos”
O encontro foi momento para fazer memória avaliativa do 14º Intereclesial, acontecido em Londrina no mês de janeiro. Junto com isso, tem sido refletido sobre a organização das CEBs, que contou com a assessoria da irmã Eurides Alves de Oliveira, quem chamou os participantes a pensar juntos desde o tema: “No espelho das comunidades, descobrindo o rosto das CEBs na Amazônia”. Partindo de uma perspectiva bíblica, a religiosa ajudou os 40 participantes da Assembleia a se questionar sobre situações que fazem parte da vida das comunidades no regional.
Numa Igreja onde o processo do Sínodo da Pan Amazônia já está fazendo parte do cotidiano, o diácono Francisco Andrade de Lima, Secretário Executivo do Regional Norte 1 e assessor da REPAM-Brasil (Rede Eclesial Pan Amazônica), apresentava o Documento de Trabalho do Sínodo, incentivando os presentes sobre a importância de se envolver no processo de escuta do povo, especialmente dos povos indígenas, aspecto repetidamente elencado pelo Papa Francisco.
Neste ano eleitoral e dentro da situação sociopolítica que o Brasil vive, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara ajudava a refletir sobre a dimensão política da fé, partindo da nota e a cartilha sobre as eleições 2018, lançadas pela CNBB. Dom José Ionilton insistia no destacado papel que as CEBs têm tido na história da política brasileira nas últimas décadas, sendo elas, segundo o bispo de Itacoatiara, celeiro de bons políticos, e como as CEBs podem ser um instrumento importante na atual conjuntura, pois a dimensão política da fé cristã deve ser sempre presente nas comunidades eclesiais, ainda mais no Ano do Laicato.
Os participantes da Assembleia têm elaborado uma nota pública sobre a perda de direitos, onde dizem repudiar “as retiradas dos direitos dos empobrecidos e vulneráveis da sociedade”, denunciando “os desvios de mais de 100 milhões de reais da saúde” no estado de Amazonas, que “tem ocasionado centenas de mortes... devido à precarização do serviço à saúde”, situação que se repete na área da segurança pública, onde “vivemos um clima de medo e terror em todo estado”. Desde essa situação, exigem “respeito à vida, transparência com os gastos públicos, investimento em políticas públicas... e no âmbito federal, cobramos de nossos representantes que se posicionem, pela revogação da PEC da morte, Emenda Constitucional 95/2016”.
Diante do vivido na Assembleia, Dom Zenildo Luis Pereira da Silva, bispo da Prelazia de Borba e referencial das CEBs no Regional Norte 1, insistia aos presentes sobre a importância de um momento que definia como histórico e, ao mesmo tempo, fazia um chamado para que “possamos acolher o sopro do Espírito numa Igreja extremamente missionária”, como é a Igreja da Amazônia.
Colaboração: Pe. Luiz Miguel - correspondente para o Sínodo da Amazônia na Arquidiocese de Manaus
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